"O que as mulheres sabem de impedimento?"; "Será que elas sabem que o goleiro é o único que pode pegar a bola com a mão?"; "Uma mulher sendo repórter em jogos oficiais?" Essas são algumas frases que nós, apaixonadas por futebol, costumamos ouvir. Machismo, assédio e preconceito, são algumas situações que enfrentamos no nosso dia a dia.
O futebol é um campo de machismo e preconceito, é precisamos lutar para ter o nosso espaço, seja como mulher, torcedora ou profissional. Futebol não é coisa de homem. Não existe nenhuma regra que vai definir quem possa ou não gostar de futebol. É tudo questão de influência, do ambiente em que vivemos e das pessoas que estão ao nosso lado durante nossa trajetória. Durante a final da Copa do Brasil de 2015, a repórter da ESPN, Gabriela Moreira enfrentou novamente essa situação. Frases de baixo calão e comentários inoportunos, em um momento que deveria ser alegre e de conquistas. Mas o que o caso da repórter tem a ver conosco? Todos os dias sofremos algum tipo de machismo, seja na rua, na nossa casa ou até mesmo no nosso local de trabalho.
Mas entre as histórias de machismos e assédios, existem outras que nos fazem sentir orgulho da profissão que escolhemos - principalmente quando um fato histórico é registrado no nosso Estado. Nas zonas mistas, nas reportagens de campo e nos programas esportivos. Na assessoria de imprensa e até mesmo na presidência. Mas é quando falamos de narração?
Clairene Giacobe se tornou a primeira mulher a narrar uma partida de futebol na rádio. O jogo histórico aconteceu em 30 de julho de 2017, pelo Brasileirão, quando Grêmio recebeu o Santos na Arena e empataram em 0 a 0. "Tenho que evoluir, treinar, aprender, mas este foi o primeiro passo e estou orgulhosa demais, principalmente com o retorno positivo que tive na época" diz.
A carreira de Clairene no mundo esportivo iniciou há mais de cinco anos, o pontapé inicial foi em jogos femininos. Com o passar dos anos, a radialista de aventurou e hoje, ela narra jogos da dupla GreNal.