Saiba mais sobre retrofit na construção
A principal motivação do processo de modernização é dar cara nova a antigos edifícios, aumentando sua vida útil usando tecnologias avançadas em sistemas prediais e materiais modernos
Retrofit é um termo inglês que significa "reforma", no sentido de customizar, adaptar e melhorar equipamentos, conforto e possibilidades de uso de uma casa ou edifício antigo. Mas porque reformar se podemos construir um novo? Conforme a designer de interiores a Sarah Tomko, existem várias coisas a serem consideradas.
“Esse significado de reforma quer dizer, colocar o antigo em boa forma, o retrofit vendo sendo usado como termo no sentido de renovação e atualização, mantendo suas características. Na construção a arte de retrofitar é a busca do renascimento, para preservação da memória e da história”, explica.
Conforme a designer, a prática do retrofit surgiu e foi desenvolvida na Europa, onde ocupa importância crescente devido à enorme quantidade de edifícios antigos e históricos. Também é bastante usada nos Estados Unidos. “Nestes países a rígida legislação não permitiu que o rico acervo arquitetônico fosse substituído, abrindo espaço para o surgimento desta solução que preserva o patrimônio histórico ao mesmo tempo em que permite a utilização adequada do imóvel”, pontua.
A principal motivação do retrofit é dar uma cara nova a antigos edifícios, aumentando sua vida útil usando tecnologias avançadas em sistemas prediais e materiais modernos, compatibilizando-os com as restrições urbanas e ocupacionais atuais, sem falar da preservação do patrimônio histórico, sobretudo o arquitetônico.
Ela afirma que na maior parte dos casos, o retrofit acaba saindo mais caro do que derrubar o antigo edifício e construir um novo, mas quando se trata de preservar o patrimônio histórico o custo é deixado de lado. “Porém nem sempre é assim. Um retrofit corretamente planejado, projetado e executado poderá manter o edifício constantemente atualizado, aumentando sua vida útil, diminuindo custos com manutenção e aumentando suas possibilidades de uso”, ressalta.
Segundo Sarah, o retrofit pode e deve buscar, com eficiência, deixar o edifício de atualidade tecnológica confortável, seguro e funcional para o usuário mas mantendo a viablidade econômica para o investidor. “A possibilidade de obtenção de valores aceitáveis para o investimento estimula cada vez mais a adoção do retrofit, que requer uma análise da viabilidade econômica posto que a análise por parâmetros convencionais pode conduzir a equívocos na conclusão”, destaca.
Ela afirma ainda que uma simples análise de custos poderá negligenciar tanto valores mensuráveis como a valorização do imóvel e melhoria da eficiência energética quanto valores intangíveis preservação da memória, melhoria do padrão de segurança e melhoria do padrão de conforto. “O retrofit não se limita a edifícios, mas pode atingir também grandes áreas urbanas, especialmente quando se aborda a questão da revitalização urbana e atualização de construções”, explica.
Ela ressalta ainda que em qualquer das situações o retrofit tem o sentido de renovação, com uma intervenção integral, obrigando-se ao encontro de soluções nas fachadas, instalações elétricas e hidráulicas, circulação, elevadores, proteção contra incêndio e demais itens que caracterizam o uso do que existir de melhor no mercado.
“O retrofit deve buscar a eficiência, pois é mais difícil do que iniciar uma obra, em função das limitações físicas da antiga estrutura, entretanto, a redução do prazo e a adequação geográfica do imóvel certamente estimulam cada vez mais a adoção desta prática”, finaliza Sarah.