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Saúde

Qualidade do sono e a saúde do homem

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Zequiela Russi
Por Professora Zequiela Russi, do Curso de Fisioterapia da URI
Foto Arquivo Pessoal/Zequiela Russi

O sono é essencial para a saúde e o bem-estar de todos os indivíduos. É fundamental para a saúde física e mental, interferindo no funcionamento cognitivo, no bem-estar emocional, no equilíbrio hormonal, na fertilidade, nas funções metabólicas, cardio e cerebrovasculares. Durante o sono ocorre a regeneração celular, a regulação imunológica e a consolidação da memória.

Contudo, o sono pode ser acometido por distúrbios comportamentais e respiratórios que interferem na sua qualidade e eficiência. Na população masculina, os principais problemas são a insônia, o sono insuficiente crônico e a apneia obstrutiva do sono. A insônia é caracterizada pela dificuldade em iniciar ou manter o sono e pode estar relacionada ao estresse, ansiedade, depressão, uso de eletrônicos antes de dormir e problemas hormonais.

O sono insuficiente crônico, também chamado de privação do sono, é caracterizado pela redução da quantidade de horas dormidas em relação às necessárias para manter o equilíbrio do organismo. Pode ocorrer principalmente devido às jornadas extensas de trabalho, ao estilo de vida e, até mesmo, ao uso exagerado de dispositivos eletrônicos. Essa condição, além de gerar sintomas como cansaço, sonolência diurna, irritabilidade, dificuldade de concentração e perda de memória, compromete o controle do estresse e a capacidade de tomar decisões, o que pode afetar a vida profissional, social e familiar. Além disso, um indivíduo com sonolência diurna excessiva pode aumentar o risco de acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho e domésticos, indicando um grave problema de saúde pública. Quando se trata da privação do sono na população masculina, além das implicações já mencionadas, pode ocorrer diminuição dos níveis de testosterona, que é um hormônio essencial para a força muscular, o desejo sexual e a produção de espermatozoides. Alguns estudos mostram que dormir menos de seis horas por noite pode reduzir significativamente a produção hormonal, afetar a qualidade do sêmen e gerar impactos na fertilidade. Já outros apontam que dormir menos de sete horas por noite está associado à redução da imunidade, disfunção erétil, ganho de peso e menor desempenho cognitivo. A recomendação da Academia Americana de Medicina do Sono (AAMS) é que adultos durmam pelo menos 7 horas por noite.

Outro distúrbio comum entre os homens é a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS). Caracteriza-se por obstruções repetidas, parciais ou completas, da faringe, associadas à queda dos níveis de oxigênio no sangue e à fragmentação do sono. Alguns fatores de risco para a AOS são conhecidos, como sexo masculino, obesidade e envelhecimento. A AOS pode levar a múltiplas consequências. Ronco alto e frequente, pausas respiratórias presenciadas, sonolência excessiva diurna, boca seca, cefaleia matinal, fadiga, perda de memória, dificuldade de concentração, irritabilidade e disfunção sexual são algumas das manifestações clínicas da AOS. As razões da obstrução das vias aéreas durante o sono são múltiplas e ainda não totalmente compreendidas.

Todos esses distúrbios não tratados podem gerar problemas a curto, médio e longo prazo. Por isso, a AASM indica procurar um profissional de saúde para avaliar a causa e obter orientações e tratamentos individualizados.

 

Referências

AASM- American Academy of Sleep Medicine. International Classification of Sleep Disorders, Third Edition (ICSD-3). Westchester, IL: American Academy of Sleep Medicine, 2014.

DUARTE, R.L.M.  et al., Consenso em Distúrbios Respiratórios do Sono da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2022.

LEPRUNES, C. A. P. et al. Sono e saúde masculina: impacto da privação de sono sobre os níveis hormonais e a fertilidade. Revista Brasileira de Medicina do Sono, 2019.

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