Tu que caminhas como um imortal
por sobre a inglória humana e acenas
com o triunfo supremo de sorrir para rosas;
quando as horas tricotarem a última fibrila de teu sonho,
uma liberdade virá caminhando
do infinito, te entregar a Chave...
Com a guarida das palavras vestirás a alma,
desde o berço aflita pela criança que foste.
Por não teres crescido com os anos...
Pisarás de leve no grande silêncio da prece.
E sentes, já o passo é outro, a rua
vestiu-se com uma nova euforia.
Ouves, é ela, o murmúrio da mesma esperança
que te busca na procura de ti mesmo.
Que te deixa nos jardins, dançando
na flor branca, luminosa da poesia.
Sabes, ali estão as estrofes extremas.
Não é mais a vã procura, ali está
uma verdade em exílio ao poeta.
Aos poucos, a trama do mundo não te atingirá mais.
Serás próximo ao grande afeto do Universo
E os poetas todos, cantarão contigo
em torno à inocência, a melodia
adormecida da alma.