Está bem, admito que exagerei no exercício de explorar diálogos ficcionais usando a Inteligência Artificial: eu sei, eu sei. O caro leitor/a, porém, terá compreendido a estratégia, não é? Escolher um tema – o futuro da Terra – e conceber trincas e duplas de personagens cujo encontro no real concreto fosse impossível, botando-os em diálogo. E, então, colhidos os resultados, elaborar uma reflexão sobre Inteligência Artificial. Hoje, com a última trinca que criei – a Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo, Donna Haraway e Starhawk -, temos uma trilogia dialogante, uma espécie de Café cósmico em que se juntam a elas Hipácia de Alexandria, Carl Sagan, o Sr. Spock, de Jornada nas Estrelas, Immanuel Kant e Davi Kopenawa Ianomami. Bom proveito!
Cenário: Um jardim exuberante, com flores de todas as cores e um céu brilhante. Emília, do Sítio do Pica-pau Amarelo, está sentada em um tronco de árvore. Donna Haraway, cientista e filósofa, e Starhawk, ecofeminista e bruxa, aparecem sentadas ao lado dela. Elas discutem o futuro da Terra.
Emília: Bom, minhas queridas, eu não sou de ficar parada! A gente precisa dar um jeito nessa bagunça toda que o pessoal está fazendo com a Terra. Que história é essa de poluir, destruir e não cuidar do que é nosso? Vocês que são tão sabidas, o que acham disso?
Donna Haraway: Concordo, Emília. Nossa relação com a Terra precisa ser repensada. Em vez de nos vermos como dominadores da natureza, devemos reconhecer que somos coabitantes deste planeta. Eu gosto de usar a ideia do "ficar com o problema" – ou seja, encarar os desafios de frente e trabalhar juntos, humanos e não humanos, para encontrar caminhos de convivência.
Starhawk: Sim, Donna, e isso também passa pela espiritualidade e pela reconexão com o sagrado na natureza. Precisamos lembrar que a Terra não é apenas um recurso, mas um ser vivo, cheio de energia e história. Através da permacultura e de práticas comunitárias, podemos cultivar um futuro onde as pessoas e o planeta prosperem juntas.
Emília: Ah, mas eu gosto mesmo é de inventar moda! E se a gente criasse uma máquina que fizesse todo mundo sentir na pele o que a Terra sente? Assim, quem destrói vai saber o que é ter suas árvores arrancadas, seus rios sujos, sua casa destruída. Isso resolveria rapidinho, não?
Donna Haraway: Sua ideia é criativa, Emília, mas precisamos de algo que vá além da culpa e do medo. É mais sobre criar redes de cuidado e responsabilidade. Podemos aprender com os outros seres vivos – as abelhas, por exemplo, trabalham juntas em harmonia com o ambiente.
Starhawk: E isso é essencial, Emília. Mas não subestime o poder da criatividade! Suas ideias poderiam se juntar a práticas como círculos de diálogo, rituais para a cura da Terra e ações diretas para proteger ecossistemas. É um misto de imaginação e ação prática.
Emília: Então, o que vocês estão dizendo é que eu posso liderar essa revolução com meu jeitinho, mas também preciso escutar a natureza e trabalhar em grupo? Humpf! Parece que vocês querem transformar essa boneca aqui numa ativista filosófica e ecológica!
Donna Haraway: Bem, quem melhor para inspirar mudanças do que alguém que já é tão única e questionadora quanto você, Emília?
Starhawk: E tão conectada com o coração das histórias! Afinal, é isso que o mundo precisa agora: histórias que nos lembrem de quem somos e de como podemos viver juntos com o planeta.
Emília: Está bem, está bem! Eu topo, mas com uma condição: a gente faz do jeito divertido, porque salvar o mundo não precisa ser um tédio!
Donna Haraway e Starhawk (rindo): Fechado!
Elas se levantam juntas e começam a planejar ideias para um futuro mais sustentável e cheio de imaginação. ”
No próximo sábado, nossa síntese!