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Opinião

Memórias De Viagem: Itália – Terra de Origens – Milão (Final)

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Marlei Klein
Por Marlei Klein
Foto Divulgação

O Século XIX foi um período de mudança, aceleração no processo histórico. Uma das grandes características foi o deslocamento de populações. Foi tempo de deixar a terra de nascimento e transplantar-se para outro lugar. A nossa terra tem acentuados traços característicos físicos e socioculturais, os quais são decorrentes dessa grande migração.

Reminiscências

Até a segunda metade do século passado, a Itália era uma organização política dividida em estados, com governos próprios. Foi depois das lutas de Unificação do Estado, em 1861, que o país teve condições de sair da situação medieval em que se encontrava.

Os motivos das migrações foram os resquícios das guerras da Unificação e aspectos deprimentes da introdução do modo de produção capitalista no campo. O lento processo de industrialização, em fase inicial, não permitia a absorção da mão de obra. Incertos quanto ao futuro, sem recursos e sem estímulos, os pequenos proprietários acabavam por vender o pouco que possuíam e aumentavam as fileiras dos emigrantes. Numa tentativa de saírem dessa situação de miséria, a emigração apresentava-se como a busca de uma vida melhor. Assim, divididos entre lembranças e esperanças, partiram.

Região da Lombardia- cidade de Milão

Junto com os imigrantes da Região do Vêneto chegaram, ao nosso sul, povos vindos da Lombardia. A bela cidade de Milão é a capital da Região da Lombardia. A cidade possui a incansável preocupação com a moda, com lançamentos, novidades em arquitetura e com a apresentação de feiras, que mostram o que há de mais moderno e de futuro em tecnologia.

Os visitantes não cansam de ver novidades. O tempo é pouco para manter os olhos ocupados na arquitetura e na apreciação do povo milanês. As milanesas são muito elegantes, assim como as romanas. As mulheres em elegantes sapatos de salto alto, homens com ternos Zegna – o que há de moderno e de luxo – e adolescentes com roupas da moda. As gravatas, para homens, Zegna são o que há de mais “top” e custam verdadeira fortuna.

O Duomo

É a obra-prima da arte gótica da Itália. Poucas construções superam o Duomo- a Catedral- em termos de tamanho e de beleza. No estilo gótico ela é a maior catedral do mundo. A única a ultrapassá-la é a Basílica de São Pedro, em Roma. Sua construção iniciou pela Família Visconti em 1386 e foi concluída a pouco mais de cem anos. São 135 agulhas de mármore e 2 245 estátuas do mesmo material. Um elevador que vai até o terraço permite andar em meio aos pináculos de mármore branco e observar de perto os elementos em forma de meio arco – os arcobotantes- da parte externa.

O lugar oferece vistas maravilhosas da cidade mais agitada da Itália. Pode-se ver os Alpes suíços a 80km de distância, quando o tempo permite. O interior da catedral é de grande simplicidade. Permite 40 mil pessoas sentadas. Muito tranquilo, o lugar permite a oração e a reflexão. Muitas obras de arte estão expostas, mas a mais estranha é a estátua de São Bartolomeu, que, esfolado vivo, foi retratado segurando a própria pele.

Galeria Vittorio Emanuelle II

Situada defronte ao Duomo deve ser visitada. Foi projetada pelo arquiteto Giuseppe Mengoni. É a galeria da moda. Só há lojas de grife, cafés e restaurantes. O teto de vidro permite uma excelente iluminação. Um dos melhores Cafés é o Camparino. Sentados, permite uma bela visão da Catedral. Muitos tipos de café e serve petiscos fartos e deliciosos. Uma boa pedida é o “croissant di Sissi”.

Leonardo Da Vinci

“Il Cenacolo” – A Última Ceia- é uma das mais importantes obras de Leonardo. É uma das imagens mais famosas do mundo, que está na igreja gótica de Santa Maria Delle Grazie. Numa parede que foi o refeitório do convento adjacente à igreja, o artista criou um mural de 8,5m. Ele colocou o momento de emoção no qual Judas traiu Jesus. A pintura começou a deteriorar quase após seu término, em 1495. Aconteceram sete restaurações desde 1726. A última, depois de 20 anos, foi concluída em 1999. Uma das obras mais importantes de Da Vinci, onde ele deixa transparecer as intenções de sua alma e um rosto de Cristo vítima da perfídia e da crueldade.

O Scala de Milão

O teatro lírico mais famoso do mundo. No dia 7 de dezembro acontece, todos os anos, a abertura da temporada de ópera do Teatro alla Scala. Um público sofisticado, apaixonado, vestido a caráter chega para presenciar os espetáculos. O teatro foi inaugurado em 1778. Passou por muitas reformas e a última terminou em 2004. Sua decoração é em veludo vermelho e dourado com cristais da Boêmia. No alto de suas cortinas do palco está um belo brasão dourado. O Museo alla Scala é visita obrigatória para os que amam ópera. A famosa Maria Callas cantou mais vezes no Scala do que em qualquer outro palco.

Tive o privilégio também de ter a minha noite de gala. Foi numa apresentação do Balé Giselle. Ao subir as imponentes escadarias e chegar ao balcão para assistir, parecia que o momento era irreal. Há muito tempo esperava por essa oportunidade. “Giselle” é uma obra da era romântica de 1840. É sobre uma lenda alemã em que os espíritos das noivas, que morreram antes do casamento, atraíam seus noivos para a floresta e eles dançavam até a morte. Assim, se encontravam novamente. A apresentação foi da Companhia Lírica Italiana com um belo e luxuoso figurino. A apresentação foi um show de tecnologia do século XXI. A esplêndida acústica e a música vinda da orquestra, no fosso do teatro, nos envolvia e remetia ao palco como se fôssemos participantes.

Conclusão

Estas experiências são lembranças inesquecíveis e são possibilidades impossíveis de serem perdidas. DAQUI A ALGUNS ANOS PODEMOS FICAR DECEPCIONADOS COM O QUE DEIXAMOS DE FAZER. PORTANTO, EXPLORE- SONHE- DESCUBRA .                                        

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