Com algum comentário, traduzo livre e abreviadamente artigo de ANTONIOCORTESE sob o título acima inserto em BELLUNESI NEL MONDO, n* 1, janeiro de 2022, as pags. 28 e s. na publicação editada em BELLUNO, Itália, Cortese prossegue reflexão publicada em BELLUNESI NEL MONDO (Breves Notas acerca da Emigração dos Belunenses, n* 13, 2018) para “deter-se sobre algumas especificidades do fluxo migratório ao exterior alimentado pelo Vêneto”. Naturalmente Cortese refere-se ao longo período migratório do país como frequentemente lhe ocorre lembrar, foi reconhecido como ``grande êxodo da população sempre lembrada desde nação autônoma” (In/ Sowell, I. ETHNIC AMERICA, uma História, Kindle Edition, New York, 1981. P. 101).
- Em 1916 foram 85.653 expatriados para os quais a região de procedência não foi indicada (Fonte- Elaboração dos dados do ISTAT – Expatriados e Repatriados – Anos 1976-1973, Anexo II do Boletim mensal de Estatística, n-1, Roma e Ministério dos Negócios Estrangeiros).
Cortese parte dos dados aduzidos pela Tabela I para suas considerações. Com mais de 3 milhões de expatriados avulta como o principal “exportador” entre as regiões italianas. Apesar disso, seu peso demográfico entre o crescimento de 1861 e o de 2011 passa de 7.4 para 8.2%. Para justificar esta variação na distribuição territorial da população italiana comparecem sobretudo duas correntes migratórias (Conviria ter também os dados de repatriamento, todavia, só dispomos de dados a partir de 1905).
Cabe recordar que, após os anos de surto econômico, de 1958 a 1963, verificaram-se migrações internas que determinaram expressiva transferência de população ao longo da rota Sul-Norte. Em relação ao recente crescimento em nosso país da presença estrangeira, cabe registrar que em 2011 dos 4, 029.145 estrangeiros censitados (hoje são mais de 5 milhões), 2.517.814 -62,5% do total residiam nas régios da Itália Norte. No Vêneto foram contados 457.328 (Nota 3. ISTAT, Itália do Censo 2011 – Estrutura Demográfica, Roma, 2012).
Em relação aos dados da Tabela 1, merece evidenciar que na 1 fase (de 1876 a 1915) o primado da região não considera os anos da assim chamada “Grande Emigração” de 1901 a1915, com cerca de nove milhões de expatriados, porém, aqueles do primeiro período, de 19876 até o final do século (18% dos emigrantes provem do Vêneto).
Nos primeiros anos de 1900 a emigração e predominante para fora da Europa e, sobretudo, 45% de toda emigração é absorvida pelos Estados Unidos: São populações meridionais a alimentar a corrente transoceânica (expressivamente, mais de 70% (Nota 4. Golini, A. e Amato, F. UM OLHAR PARA UM SÉCULO E MEIO DE EMIGRAÇÃO ITALIANA, em História da Emigração Italiana – Partenze” (sob cuidados de P. Bevilacqua, a., De Clementi e E. Franzina), Donzelli Editore, Roma, 2001).
O Vêneto ocupa o 3º lugar no comparecimento entre as regiões, após a Sicília e a Campânia.
“Baseando-se nos dados a mais publicados pelo Comissariato Generale dell Emigrazione para os anos entre 1876 e 1915, percebi um hiato temporal em que se concentra uma expressiva quota dos expatriados do Vêneto. Como evidencia a Tabela 2 são as metas transoceânicas que prevalecem (319.476 expatriados) sobre aqueles que contemplaram os países europeus e a bacia do Mediterrâneo (272.556 expatriados) com quotas muito importantes com quotas muito importantes que comparecem particularmente de 1888 a 1891. Parece-me se possa afirmar que o Vêneto de qualquer maneira havia antecipado a tendência que se consolidou plenamente no período da “Grande Emigração”.
“A situação de retração social, econômica e civil em que se encontrava a Itália recém unificada foi registrada por algumas pesquisas oficiais e privada que comprovaram as lamentáveis condições do mundo rural onde, por causa da escassez e da pobreza da terra para cultivar e das antiquadas estruturas agrarias, coagiu a emigração como a única saída para evitar o dilema corrente: ou assaltante ou emigrante (F. S. Nitti), ou então, na expressão de Monsenhor Scalabrini, ou rouba ou emigra (nota 5. Nicosia, A. e Príncipe, (a cuidado do Museu Nacional da Emigração Italiana, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Gangemi Editor, Roma, 2009, p. 389).
Também faz sentido acrescentar a chamada “pressão demográfica diferencial”, compreendida como diferença na comparação do crescimento populacional e o ritmo do crescimento nos anos entre 1881, sempre esteve acima de 30 por mil.
“Análises posteriores exibem nítida preferência dos emigrantes vênetos pelo Brasil, que até o final do século 19 é considerado como o país em que obter terra, razões não pequeno peso para uma multidão de partintes quase exclusivamente rurais, acrescida pela viagem gratuita e vinculo do governo do Rio que estimulava a vinda de núcleos familiares preferentemente ao emigrante isolado” (nota 6. Trento, A. em HISTÓRIA DA EMIGRAÇÃO ITALIANA. Chegada (aos cuidados de P. Bevilacqua, A. De Clementi e E. Franzina), Donzelli Editor, Roma, 2002).
A quantidade de migrantes Vênetos talvez tenha superado 50% de quantos partiram da Itália em demanda do País sul americano. Para sua localização preferiu-se os Estados do Brasil meridional (Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), onde as condições climáticas e culturais mais semelhantes a Europa permitiram ao nosso emigrante desenvolver seus conhecimentos”.
Melhor foi a sorte de quantos encontraram acolhimento nas áreas de colonização agrícola (os trabalhadores das fazendas encontraram abrigo nas cidades) (nota 7. A abolição da escravidão é decretada em 1888, porém, os fazendeiros tardavam a cumpri-la) onde contribuíram para o surgimento de novos centros povoados que em seguida frequentemente se conectaram com as comunidades vênetas das quais procediam seus ancestrais (nota 8. CORTESE, A. O LEGADO POR LOCAL E POR LOCAL DA CHEGADA DA EMIGRAÇÃO ITÁLIA: uma primeira atualização, “Altreitalia”, 2021, n 62).
As relevantes contribuições acima de Antonio Cortese podem ser complementadas principalmente no concernente ao Brasil e ao Rio Grande do Sul, por vários e acurados estudos e depoimentos (máxime dos Deptos. De História da UFGRS, PUCRS, UCS) máxime Loraine Slomp Giron, Rovilio Costa, Mansueto Bernardi, M. Luiz Kliemann, Danilo Lazzarotto, Luiz Sponchiado... (O texto acima é ilustrado por significativa foto de “Família Veneta”, cedida por Rino Budel. Mapa da Itália facilitará a compreensão do texto).