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Destaque no RS: o ‘sonho de prenda’ de Caroline Lemos

“Sou uma pessoa muito mais consciente, responsável, disposta a participar de projetos sociais, mais desinibida, graças ao tradicionalismo”, revela

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Caroline Borges de Lemos, 3ª Prenda Juvenil do RGS
Por Ragnara Zago
Foto Arquivo pessoal

Com vestido colorido, laço no cabelo e sorriso largo, as prendas do Rio Grande do Sul encantam e atraem olhares por onde passam. Não apenas na Semana Farroupilha, mas durante o ano todo, esbanjam conhecimento cultural e habilidades, demonstrando talentos na dança, declamações de poesias, canções e instrumentos musicais.

História e títulos

Caroline Borges de Lemos, de Cacique Doble, iniciou sua trajetória no tradicionalismo aos sete anos de idade, no momento em que ingressou no CTG Rincão dos Coroados, com o objetivo apenas de dançar. “Com o passar do tempo, foi aflorando em mim o desejo de ser “prenda de faixa”. Participei do meu primeiro concurso de prendas com 11 anos de idade, momento em que me tornei 1ª Prenda Mirim e depois 2ª Prenda Juvenil, daquela entidade. Em 2010 representei a 29ª Região Tradicionalista, na condição de 1ª Prenda Juvenil, no meu primeiro Concurso Estadual de Prendas. Aquele foi um momento de muito aprendizado e de grandes lições”, conta.

Em 2011 mudou de entidade tradicionalista, passando a dançar na invernada artística do CTG Piquete da Querência, de São José do Ouro. Em 2012 tornou-se a 1ª Prenda Juvenil da entidade e no ano seguinte, 1ª Prenda Juvenil da 29ª Região Tradicionalista. “Em 2014 participei novamente do Concurso Estadual de Prendas, em Santa Maria, quando conquistei o título inédito para nossa região tradicionalista, de 3ª Prenda Juvenil do Estado do Rio Grande do Sul, gestão 2014/2015”, relata.

O segredo do processo

A prenda já participou de vários concursos de declamação, realizou inúmeras palestras sobre assuntos da cultura gaúcha, bem como projetos sociais em entidades e escolas. “Tudo isso contribuiu de forma significativa para a formação da mulher que sou hoje”, salienta.

Todo o processo de preparação para essas competições, segundo a prenda, é intenso. “O concurso é composto por provas, e para conquistar uma boa colocação é necessário não descuidar de nenhum aspecto”, explica.

As provas são:

- Escrita:  formada por 30 questões de múltipla escolha, sobre História, Geografia, tradição e folclore do RS

- Redação: sobre um tema proposto pelo MTG

- Relatório de atividades tradicionalistas: onde a prenda deve descrever todos os projetos realizados por ela durante sua gestão

- Mostra folclórica: consiste em uma pesquisa de campo na região da prenda, sobre um tema também proposto pelo MTG, essa pesquisa é entregue em forma de artigo, e apresentada oralmente, no dia do concurso

- Prova artística: a prenda demonstra seus dotes artísticos, dançando e podendo escolher entre tocar um instrumento, cantar ou declamar uma poesia

- Prova oral: a prenda discorre sobre um tema aleatório, sorteado na hora, para os avaliadores e público presente.

 

Foco e determinação

A jovem destaca que para conquistar títulos é preciso foco e determinação. “Para atingir meu objetivo, foi imprescindível ter pessoas ao meu lado me auxiliando - destaco meus pais que tiveram papel fundamental na busca pelo meu sonho. Além disso, foi necessário abdicar de diversas atividades. Inúmeras vezes tive que deixar de lado minha vida pessoal e profissional, optando sempre - durante aquele período - pelo meu sonho de prenda”, expõe.

Pandemia

Com relação a pandemia da covid-19, Caroline conta que exigiu adaptação dos integrantes de CTGs e que a maioria precisou se reinventar para não paralisar 100% das atividades. “Utilizamos as tecnologias para não perder o contato e a continuidade dos trabalhos. Eventos culturais foram realizados no estado inteiro, de forma virtual, bem como reuniões e encontros informais.  Com esse novo formato, é possível vislumbrar como somos adaptáveis às adversidades, não deixando o culto às tradições gaúchas estagnar nesse momento desafiador”, reflete.

Filosofia de vida

Para a advogada, ser prenda é uma filosofia de vida. “Faz parte do meu ser. Mesmo sem concursos, ou faixas, não existe Carol sem o “ser prenda”. Sou uma pessoa muito mais consciente, responsável, disposta a participar de projetos sociais, mais desinibida, graças ao tradicionalismo. É um crescimento imensurável, que vai além do meio tradicionalista, que nos prepara para a vida profissional e nos aperfeiçoa na vida pessoal. Por isso, sou imensamente grata ao Movimento Tradicionalista Gaúcho, não existe uma vida pós experiência tradicionalista sem uma evolução significativa” revela.

Dica às novas prendas

Às prendinhas calouras, que sonham em conquistar grandes títulos, a jovem experiente deixa uma mensagem. “Eu desejo que todas que têm o sonho de ser prenda possam realizá-lo. Não desistam daquilo que almejam, por maiores que sejam as dificuldades e os percalços, porque sim, existem, e não são poucos, mas todo o esforço vale a pena quando tudo sai como esperado e alcançamos o êxito. Aproveitem todos os momentos, porque a chegada ao topo é maravilhosa, mas a caminhada é, sem dúvida, o que mudará a vida de vocês para sempre”, finaliza.

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