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Erechim: Fome nos bairros já é realidade

Situação é muito preocupante dos trabalhadores autônomos e famílias em vulnerabilidade social, afirmam lideranças comunitárias

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Situação é muito preocupante dos trabalhadores autônomos e famílias em vulnerabilidade social, afirm
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Divulgação

Os representantes das associações de moradores dos Bairros Cristo Rei, Progresso e Associação Comunitária Aliança em Amor se reuniram, no fim da tarde de quarta-feira (1º), para traçar ações urgentes em meio a situação de calamidade pública e a falta de alimentos para famílias de trabalhadores autônomos e em situação de vulnerabilidade social.

A vice-presidente do bairro Cristo Rei, Sirlei Puton, está muito preocupada, porque várias famílias estão pedindo ajuda desesperadas, principalmente, por comida. “Já temos crianças tomando água com açúcar, mas que precisam de leite especial”, afirma.

Sirlei comenta que muitas pessoas relatam que trabalhavam como autônomos e agora não tem mais condições de fazer isso de nenhuma forma para buscar a sua renda e comprar comida. “Isso sem falar nas contas de água, luz e outras despesas. Mas, o principal agora é a fome. A minha preocupação é muito grande, estou muito triste com esta situação porque não temos condições de ajudar a todo mundo. É bem difícil. A urgência de muitas famílias é por alimentos”, afirma.

Ela explica que a Estação Cidadania e Cultura (antigo CEU) está fechado, e mesmo assim só na quarta-feira (1º) passaram cerca de 80 pessoas perguntando como conseguir uma cesta básica, como se cadastrar no cadastro único (CadÚnico) para receber os R$ 600, que o governo federal vai repassar à população. “Estamos orientando e passando o número da Assistência Social”, diz. Além disso, muitas pessoas estão procurando informações e ajuda por telefone e via redes sociais.

Na quarta-feira (1º), comenta Sirlei, muitas cestas básicas foram doadas ao CRAS do bairro. “Mas ainda não abrange toda a comunidade, porque temos muitas famílias carentes. A ideia é, juntos, tentar amenizar um pouco essa situação que é muito grave. Hoje, a saúde e a fome são duas coisas muito preocupantes, não sei se me preocupo mais com a situação do coronavírus ou a fome do povo”, desabafa.

Mais problemas

Para o presidente do Cristo Rei e vice-presidente do Grupo Gestor da Praça do CEU, Marcos Lima, apesar do amparo legal da Secretaria de Assistência Social, muitas famílias, principalmente, de baixa renda, que não tem nem telefone para ligar para prefeitura, estão sendo prejudicadas por não ter atendimento no CRAS da comunidade.

Comitê dos bairros

“A partir disso as associações decidiram criar um comitê interbairros para de alguma forma ajudar na arrecadação e entrega de alimentos a estas famílias. O comitê será aberto as demais associações de bairros e fará reuniões semanais para avaliar e traçar metas mediante as demandas”, observa. E, acrescenta, “nossa maior preocupação é com a forma que a secretaria está atendendo as pessoas, por telefone, mas muita gente não tem essa estrutura para fazer a entrevista socioeconômica”.

Problemas

Conforme Marcos, falta diálogo do poder público com as associações de moradores para ações integradas. “Falta atendimento presencial no CRAS, para atender as pessoas, por se tratar de uma função de extrema importância”, ressalta.

Campanha de arrecadação

Marcos enfatiza que o grupo lançou uma campanha de arrecadação de alimentação e produtos de limpeza, que podem ser levadas até a Estação Cidadania e Cultura (antigo CEU).

Reunião

Estiveram presentes na reunião o presidente do Cristo Rei e vice-presidente do Grupo Gestor da Praça do CEU, Marcos Lima; a vice-presidente do bairro Cristo Rei, Sirlei Puton; presidente do bairro Progresso, Evandro Quadros; presidente da Associação Comunitária e Educativa Aliança em Amor, Jorge Pereira da Silva; e, diretora da Praça do CEU, Patrícia Barcellos.

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