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Região

Gaurama: “É preciso ter coragem para romper com paradigmas tradicionais da política”

Afirmação é do prefeito Leandro Puton. O município foi apontado pelo Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) como único da região com gestão fiscal de excelência

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“Tem que ter comprometimento com a 'coisa' pública"
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Ígor Dalla Rosa Müller

O município de Gaurama é o único do Alto Uruguai apontado pelo Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) com uma gestão fiscal de excelência. Os dados foram divulgados dia 31 de outubro pela Firjan. Segundo o estudo, Gaurama ficou na 13º posição no ranking estadual e na 99ª colocação no índice nacional, com uma pontuação de 0,8538.  

O IFGF analisa faz referência a 2018 e avalia as contas de 5.337 municípios de todo o país, que concentram 97,8% da população brasileira. O índice é construído com base em dados fiscais oficiais, declarados pelas próprias prefeituras, e é composto por quatro indicadores: IFGF Autonomia, IFGF Gastos com Pessoal, IFGF Liquidez e IFGF Investimentos.

Dos quatro indicadores somente o índice Investimentos tem resultado de gestão de dificuldade, os outros componentes da pesquisa, Autonomia, Gastos com Pessoal e Liquidez têm índice de excelência.

Comprometimento com a “coisa” pública

Segundo o prefeito de Gaurama, Leandro Márcio Puton, o resultado da pesquisa é um reconhecimento do trabalho que está sendo realizado no município. “Tem que ter comprometimento com a coisa pública, um governo precisa olhar o macro, mas também, as individualidades e a realidade da sua população. Quais são as suas potencialidades, não criar falsas expectativas, saber até onde o município pode ir, para ter resultados no trabalho, nas políticas que se implementam no município”, disse.

Romper paradigmas da política tradicional

Leandro ressalta que é preciso ter coragem para romper com paradigmas tradicionais da política. “Quando se rompe com isso se abre um leque imenso, se está livre para fazer a tua gestão, que é com erros e acertos, mas quando se deixa de lado aquele comprometimento que impede que o gestor faças as mudanças se abre um leque e opções. E, aí, depende da tua criatividade e da equipe, sem uma equipe boa não se faz nada”, afirma.

Políticas públicas

Ele explica que uma das preocupações da administração é dar condições para que a questão econômica possa sempre avançar. “Como o poder público pode ser alicerce nessa construção, não diretamente, até porque não tem recursos para investir. Desenvolver políticas na área social, no desenvolvimento humano, organização, infraestrutura do município, um conjunto de fatores, que desde que me tornei prefeito, temos trabalhado muito”, afirma. O município tem trabalho muito na reorganização urbana e da área rural.

Equipe

Conforme Leandro, é fundamental ter uma equipe enxuta e que compreenda tudo que está sendo proposto. “Vou terminar o meu mandato com apenas três secretários para sete secretarias municipais”, disse. E, além disso, acrescenta, “saber o que se quer para o município, ter um norte, apesar das dificuldades imensas de orçamento. Entender que a valorização da coisa pública é importante, investir na educação, ter uma pedagogia diferenciada, valorização desse profissional é fundamental”.

Comunidade  

Ele comenta que é importante também conversar com a comunidade e entender a sua realidade, ouvir a reivindicação, falar a verdade, não criar falsas expectativas e eleger prioridades. “Criar um cronograma de ações que estão sempre acontecendo em vários pontos da cidade, de uma forma que está mostrando para a comunidade que se trabalha para todo mundo e de uma forma democrática”, afirma.

Além disso, segundo Leandro, é preciso compreender a própria economia, “quem é o nosso povo, que é trabalhador, assalariado”. E, assim, criar ações como a lei municipal que isenta o morador de pagamento de contribuição de melhorias. “Toda obra de calçamento, asfalto, não se repassa ônus ao cidadão, o município absorve, que é uma forma de incentivar, e tudo isso cria um bem-estar urbano e uma coisa puxa a outra”, observa.

Conforme o prefeito, a pesquisa é a confirmação de que se tem um trabalho diferente, com muitos desafios, e que apresenta uma nova proposta de gestão pública. “Os números provam que a gestão está sendo positiva, a ideia é dar continuidade a isso”, diz.

Ele enfatiza que ainda tem muito para melhorar e que a escassez de recursos não pode inviabilizar a criatividade. “Não adianta ficar sentado na cadeira, tem que achar soluções. A gestão sempre tem que buscar o melhor, e o que é melhor hoje pode não ser amanhã. A sociedade é dinâmica, tem que estar atendo a política do estado, nacional e internacional. Como nesse grande universo, o nosso universo de Gaurama pode avançar”, pergunta.

Realidade brasileira

Conforme IFGF, 74% dos municípios brasileiros apresentam gestão fiscal difícil ou crítica. Três em cada quatro municípios do país apresentam gestão fiscal em dificuldades ou crítica. Um terço das cidades não se sustenta, já que a receita gerada localmente não é suficiente para custear a Câmara de Vereadores e a estrutura administrativa da prefeitura.

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