Foram quase três horas de duração, a audiência com a secretária de Educação de Erechim. Vanir Bombardelli, na noite de quarta-feira (10) na Câmara de Vereadores. Ela foi convocada, através de pedido do vereador Lucas Farina da Frente Parlamentar em Defesa da Educação Pública de Qualidade.

Os questionamentos

Os questionamentos feitos pelos vereadores foram sobre o Projeto Castelinho, alimentação escolar, falta de vagas em creches e bidocentes para crianças com necessidades especiais.

Sem respostas

Ao final da explanação da secretária, e após as perguntas dos vereadores, eu fiquei com a nítida impressão que não obtive as respostas pelo que foi proposto na convocação. Não ficou claro para mim.

Pensamento uníssono

Para não pessoalizar, e achar que foi uma impressão única e exclusivamente minha, fui ouvir outras pessoas: vereadores, pais presentes que buscam vagas para seus filhos, proprietários de creches e até de membros do governo da qual a secretaria faz parte. E a resposta que obtive foi praticamente a mesma: as respostas não foram convincentes, faltou objetividade e clareza e principalmente definições convincentes    

Terceirização de problemas

Lógico que numa leitura simplista, o pensamento dos vereadores de oposição, de pais não contemplados, de escolas particulares poderia ser com um viés político e financeiro.  Mas quando as reclamações vêm do próprio governo, me dá mais segurança que não foi apenas uma impressão e sim uma constatação. A educação sim, precisa de um chacoalhão, e não terceirizar problemas, pelo que se viu ao longo de quase três horas.

A explanação da secretária

Ao longo da explanação da secretária, relatou a situação das escolas, o projeto castelinho, números de vagas preenchidas, entre outros assuntos pertinentes a pasta, mas sem uma resposta concreta sobre o principal problema: falta de vagas em creche (302 vagas).

O eco pode continuar

A repercussão ainda seguiu na manhã de quarta-feira (10) durante café com os ex-presidentes da Accie, em comemoração aos 100 anos. Conversei com alguns vereadores presentes e também membros do governo. E o eco da noite anterior ainda continuava.

 

 “Acho que tem muita teimosia e deu no que deu”

O presidente da Câmara de Vereadores, Alderi Oldra (PT), que já foi secretário de Educação, afirma que alertou a secretária e o prefeito que 550 vagas seriam insuficientes para a demanda de Erechim. Não foi ouvido. Depois mais tarde, voltou a alertar que as vagas que abriram em apenas um turno não suprimiria. E não supriu: “não estamos dialogando de forma contínua. Conversamos com a secretária, mas não dá sequência. Acho que tem muita teimosia e deu no que deu”.

“Tivemos poucas respostas concretas”

Rafael Ayub (MDB), também presente à reunião disse que “infelizmente achei que tivemos poucas respostas concretas, e aguardamos a definição hoje e o encaminhamento da prefeitura em relação as 300 crianças inscritas que ainda aguardam vaga. Fico feliz como autor da Lei Lucas que será posta em prática, mas preocupado pelo não cumprimento integral da divulgação da lista de espera”. A Lei de Lucas é curso de primeiros socorros para professores e funcionários de escolas,   

Chamou ela de artista

O vereador Ilgue Rossetto (PV) estava impaciente para falar, pois era o último escrito e não chegava sua vez e a reunião se prolongava. Quando chegou sua vez, se levantou, pediu desculpa para a secretária e chamou ela de artista: “ficou esse tempo todo falando e não deu solução para as vagas de creches”.

“Fomos enrolados a noite toda”

Extremamente preocupado. Essas foram as palavras do vereador Ale Dal Zotto (PSB) ao final da reunião com a secretaria de Educação: “Fomos enrolados a noite toda”. Deu até bate boca.