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Blog do Marcos Vinicius Simon Leite

Ponto de ruptura

Por Marcos Vinicius Simon Leite

Nas ciências que estudam a gestão de empresas, o ponto de ruptura (break even point) representa o momento em que uma organização deixa de estar na zona de prejuízo e passa a gerar lucros. A partir deste ponto, com as contas em dia, cada venda a mais contribuirá exclusivamente com o crescimento, vez que os custos fixos já estarão suportados pelas vendas anteriores. No mundo dos negócios, é como chegar ao céu e finalmente encontrar o propósito empresarial, ao menos em números. E na vida pessoal, em nossa sociedade, será que existe um “ponto de ruptura”?

Infância

Rousseau, filósofo iluminista do Século XVIII, dizia que “o homem nasce bom, mas a sociedade é que o corrompe”. Quem nunca ouviu esta frase? Pois bem, dizia o pensador que a natureza humana, desde o nascimento, era um vetor de amor, de bondade e de equilíbrio, que se perdia em razão da sociedade. Por esta ótica, que dificilmente conseguimos discordar, Jesus também afirmou: “vinde a mim as criancinhas, pois delas é o reino dos céus” (Mateus 19:14). Na interpretação bíblica, costumamos dizer que as crianças têm o coração puro e, portanto, dignas de ir para o reino dos céus, numa alusão de que os homens, para conquistar a paz, devem ter o coração puro como o das crianças.

Transição

Infelizmente, há pouca gente preocupada com essa história de céu e inferno e muitos ainda vivem como crianças mimadas. A sociedade atual parece acomodar-se na cultura niilista, o pensamento filosófico que se nega a acreditar que a vida deve ter um sentido e um caráter de aperfeiçoamento moral. Como resultado, temos um mar de pessoas que sequer acreditam ter uma experiência espiritual, contrariando a tese de Teilhard de Chardin, padre francês que no início do século passado já afirmava: “não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais vivendo uma experiência humana”. Por não acreditarem na vida espiritual e nas limitações da experiência humana, as pessoas acabam por querer da vida apenas aquilo que satisfaz os instintos e os prazeres, como preconizava a teoria de Freud.

Antagonismo

Partindo dessas premissas, de que as crianças são puras e de que os homens são impuros, deparamo-nos com uma incoerência. Se não com uma incoerência, com um ponto de ruptura. Esse pensamento nos leva a crer que nós, adultos, em algum momento, estragamos ou passamos a estragar as crianças, quer pelos nossos atos, quer pelas nossas palavras. Bom seria se fosse ao contrário. Como resultado dessa ruptura, totalmente avessa à natureza humana, perpetuamos, em diversos graus de profundidade, os sentimentos de injustiça, descrença, individualismo, violência, entre outras mazelas inerentes ao comportamento, que tem na pedofilia a mais nojenta de todas as patologias da espécie humanóide.

Filosofia

Se a filosofia nos diz que o homem nasce bom e que a sociedade é que o corrompe, há outros pensadores que há séculos tentam reformar esse fatalismo. A célebre frase “conhece-te a ti mesmo”, falsamente atribuída à Sócrates (400 aC), considera que o autoconhecimento é uma tarefa inerente e fundamental ao ser humano. Sem essa busca de compreensão do que é “ser” humano e do nosso universo, perpetuamos tudo que há de mal em nossa existência. Ao conhecermos a nós mesmos, teremos melhores capacidades de conhecer nossa verdadeira identidade, o sentido de nossas vidas e, por que não dizer – a verdade. E se para as empresas o ponto de ruptura representa a vida ou morte, o céu ou o inferno no mundo dos negócios, o autoconhecimento nos leva a uma vida mais plena, justa e confortável do ponto de vista espiritual e social. Conhecendo e corrigindo os defeitos, saímos da zona de “pré-juízo” e passamos para a zona do juízo, para só então avançarmos finalmente para a riqueza do equilíbrio espiritual.

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