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Blog do Marcos Vinicius Simon Leite

Marcos Leite

Mudança de vida

Por Marcos Vinicius Simon Leite

Ainda que o sujeito seja o mais parado possível, não há quem nunca tenha passado por algum tipo de mudança na vida. Há mudanças que são provocadas e há também as que são acidentais. Por mais que o ser humano seja um bocado resistente, principalmente às mudanças que vêm de fora ou mesmo à mudança interior, há sempre quem faça desses desafios uma grande e proveitosa aventura.

Segunda mudança

Os leitores devem ter acompanhado (também pela TV Bom Dia) que estive recentemente no Brasil. Foi a primeira vez que tirei férias e voltei pra casa. Estranho, não? Mas como tudo “mudou”, se inverteu, nosso retorno a Portugal aconteceu de forma muito parecida com aquela experiência que vivemos em outubro de 22. Na bagagem, algumas caixas. As que sobraram. Parte do essencial que marcou a vida das cinco pessoas da família, cujas idades, quando somadas, alcançam 135 anos de vivências. Naturalmente, acumulam-se tralhas, fotografias, lembranças do bom tempo desfrutado até aqui. Memórias materializadas, que por mais íntimas e superficiais, são elementos que nos remetem diretamente às nossas jornadas, como um filme.

Recorte

Perdido dentro de uma das caixas da mudança, em meio ao que muitos chamariam de bugiganga, encontramos um recorte de jornal. Mais precisamente, um texto do Marcos Piangers, publicado na Zero Hora, no comecinho de 2016. Minha nossa! Lá se vão quase dez anos! Descobrimos a data no verso do papel amarelado, num anúncio de supermercado, onde o preço da costela custava quase doze reais o quilo! Só essa memória já chegava para acionar o gatilho daquele tempo, não fosse a enorme qualidade do texto do Piangers. No título, dizia o comunicador que “todo mundo está querendo (estava) mudar de vida”.

O texto

Na mensagem, Marcos Piangers reparava que muitos de seus amigos, desses com carreiras bem sucedidas, jornalistas, contadores, médicos e engenheiros, estavam largando tudo por uma vida diferente, mais simples. Alguns, abriam pequenos restaurantes ou pousadas em praias distantes, ou mesmo optavam por um ano sabático. Outros, simplesmente buscavam criar os filhos em meio à natureza, longe dos grandes centros. Gente que trocou os automóveis por bicicletas e disse um sonoro “não” para a vida medíocre baseada no status social. Sairam em busca de seus verdadeiros potenciais. Piangers dizia que dava gosto conversar com essas pessoas. “Todo mundo quer viver uma vida com significado, mais tempo pros filhos, mais tempo pros amigos, mais lazer. Todo mundo está querendo mudar de vida”, concluia sua coluna daquele verão de 2016.

Minhas mudanças

Sou um desses que optou por mudar. Em 2012, abandonei minha promissora carreira de professor universitário. Encerrei meu já estável escritório de contabilidade. Aos 38 anos juntamos nossas tralhas e fomos para Entre Rios do Sul criar nossos (então) dois filhos. Lá, abrimos uma microcervejaria e depois uma loja de produtos naturais. Também trabalhei para prefeitura, coordenei duas campanhas políticas com êxito e…mudei. Mudamos, porque era preciso. O tempo em Entre Rios do Sul foi um preparo, que só pude compreender quando decidimos viver noutro país, noutro continente. Por isso, respaldado no que Marcos Piangers dizia em 2016, vos digo: não tenha medo da mudança! A vida passa depressa demais. Depois que você mudar, verás que não precisa de quase nada do que tinhas. Mudar é desapegar. É como morrer, uma oportunidade para vivermos um pedacinho da tal “vida eterna” enquanto ainda estamos bem encarnados.

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