Motivo de cursar o magistério – Fui educada no então Colégio São José, da primeira série do Fundamental à quarta série do antigo Ginásio – este, hoje, seria o nono ano do Ensino Fundamental. Todas as freiras eram mestras, e eu as tomava como exemplo de sabedoria e paciência. Sempre gostei de Matemática e comecei, enquanto estudava, a dar aulas particulares dessa matéria. Finalizando o Ensino Fundamental, ingressei no Curso de Magistério na Escola Estadual Normal José Bonifácio. Nessa instituição, realizei o estágio obrigatório e recebi a nota máxima de desempenho. Dois anos após, prestei concurso para o Magistério Estadual e comecei a lecionar na Escola E.E.N. José Bonifácio. Mais tarde, realizei o curso superior e a pós-graduação.
A fascinante e inesquecível arte de ensinar – Lecionei no José Bonifácio em tempo integral e até a minha aposentadoria. Passaram por mim muitas crianças e jovens, e eles têm um lugar reservado no meu coração. Os alunos primavam pela educação aprendida nos lares e estudavam com prazer. Meu próprio filho foi um dos meus alunos. Hoje, encontrando alunos do passado, lembramos os momentos inesquecíveis em sala de aula, porque a sabedoria vai além dos livros e permanece vida afora.
O magistério e o hoje – Ensinar é compartilhar uma parte de si mesmo. Mas as dificuldades do professor atualmente são imensas: atualização constante, preparo e desafios da tecnologia. Em contrapartida, há baixos salários, muitas horas de trabalho para sobreviver e a desvalorização da arte de ensinar. O trabalho do professor não se resume ao horário escolar. Em casa, são horas de preparo para o dia seguinte e correção de trabalhos. Mas o grande problema hoje é a indisciplina do aluno. Os nossos governantes esquecem que o desenvolvimento econômico inicia com a valorização do professor.
Tive a felicidade de conhecer como é exercida a educação na Finlândia – país de primeiríssimo mundo. O aluno estuda em tempo integral, no sistema compulsório, dos 7 aos 16 anos. O professor tem autonomia e apoio pedagógico. O resultado é um país com alto índice educacional, alta renda per capita da população e é considerado um dos países mais felizes do mundo.
Como professora ao longo de décadas, guardo lindas lembranças no meu coração: 'Os jovens são como borboletas ao vento... Alguns voam rápido, outros mais lentamente, mas todos voam da melhor forma que podem. Cada um é diferente, cada um é especial’.