Brasília, semana decisiva. O salão amplo do Ministério dos Transportes recebeu uma comitiva do Alto Uruguai, que se deslocou centenas de quilômetros para cobrar algo que parece sempre estar na esquina do futuro, mas nunca no presente: a pavimentação da Transbrasiliana (BR-153), entre Erechim e Passo Fundo.

Sem espaço para interpretações e condições

Na mesa, o ministro Renan Filho foi direto. Não deixou dúvidas, nem espaço para interpretações: a obra pode entrar no Orçamento da União de 2026, com edital previsto para abril. Mas há uma condição – que os 31 deputados federais e os três senadores gaúchos façam a sua parte. Só com a Emenda de Bancada, em torno de R$ 50 milhões, o asfalto pode finalmente sair do papel.

O alerta está dado

Chegou, portanto, a hora da verdade. A Transbrasiliana não é bandeira de partido, não é moeda eleitoral, não pode mais ser palco de promessas repetidas. É um compromisso histórico que, se mais uma vez for adiado, cairá novamente na gaveta empoeirada do Planalto Central. O alerta está dado: ou a classe política gaúcha converge, ou será cúmplice de mais um capítulo de frustração.

Hora de cobrar essa conta

A história cobra. Prefeitos, vereadores, empresários e entidades da região conhecem de perto a saga desse projeto. Sabem que praticamente todos os deputados e senadores têm redutos eleitorais no Norte do Estado. E sabem também que o eleitor do Alto Uruguai e dirigentes partidários, sempre foram receptivos e generosos, até demais, com os candidatos que aqui buscam votos. Agora é a hora de cobrar essa fatura. Não em nome de um município, mas do Rio Grande do Sul inteiro – e, por que não dizer, de uma integração nacional, já que a BR-153 é corredor estratégico de ligação do Sul com o restante do Brasil.

Nunca se esteve tão perto, mas atentos ao risco do retrocesso

A legislação que rege as emendas coletivas é clara: se não houver impedimento técnico – e no caso da Transbrasiliana não há – a despesa deve ser empenhada em até 30 dias após a análise. Nunca se esteve tão perto da demanda mais antiga da região. Mas, como tantas vezes, o risco do retrocesso também ronda a pauta.

União real, acima das vaidades pessoais e cálculos eleitorais

Por isso, mais do que discursos inflamados ou selfies em Brasília, é preciso ação. União real, acima das vaidades pessoais e dos cálculos eleitorais. Quando a Bancada Gaúcha se reunir para escolher as prioridades do próximo ano, o Norte do Estado não pode apenas estar presente: precisa estar em peso, com a maior delegação já organizada.

Dignidade, desenvolvimento e futuro

Se esta é a maior demanda da nossa história, nada menos do que isso será aceitável. O asfalto da Transbrasiliana não é só concreto sobre o chão: é dignidade, desenvolvimento, futuro. É a linha que pode dividir de vez a diferença entre a esperança e o esquecimento.