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Tratamento na Tailândia pode ajudar Vicente a ver o mundo

Otávio Geremias detalha progressos do procedimento com células-tronco na recuperação da visão do filho

teste
Preparação para o Vicente entrar na câmera hiperbárica
Durante uma das aplicações de células-tronco na espinha
Otávio Geremias relata sobre a primeira parte do tratamento do Vicente na Tailândia
Foram 22 dias no país asiático, onde o menino fez oito aplicações de células-tronco
Por Marcelo V. Chinazzo
Foto Arquivo pessoal/Otávio Geremias e TV e Jornal Bom Dia

Na quarta-feira, dia 15, Otávio Geremias, pai do menino Vicente, esteve no estúdio do Jornal Bom Dia para atualizar o público sobre os avanços no tratamento do filho, realizado na Tailândia. Vicente, de 4 anos, que nasceu completamente cego, com Síndrome de Morsier, iniciou um tratamento inovador com células-tronco, após uma bem-sucedida campanha de arrecadação de fundos. Durante a entrevista, Otávio relatou os resultados iniciais e destacou as expectativas para os próximos passos no tratamento.

Progresso do tratamento e aceitação do processo

Vicente viajou com os pais para a Tailândia no final de novembro e passou 22 dias no país, onde iniciou o tratamento com células-tronco no dia 2 de dezembro. Durante o tratamento, o menino recebeu oito aplicações de células-tronco – quatro intravenosas e quatro na espinha – somando 160 milhões de células. A aceitação do procedimento foi tranquila e sem maiores complicações, com algumas reações leves, dentro do esperado.

Além disso, Vicente iniciou uma dieta cetogênica rigorosa, baseada em peixes e alimentos sem glúten, lactose, carboidratos ou açúcar, para auxiliar na eficácia do tratamento.

Terapias no Brasil e o cuidadoso acompanhamento

No Brasil, Vicente continuará com terapias adicionais para garantir a eficácia do tratamento. Entre os procedimentos estão a reabilitação visual, realizada no Hospital de Olhos, e a estimulação eletromagnética cerebral (TMS), ambas em Porto Alegre. Em Erechim, a família conseguiu a câmera hiperbárica, de forma gratuita, com o médico Filipe Fusinato.

Otávio destaca que a rotina de Vicente precisa ser cuidadosamente controlada, evitando estresse e fadiga para que o tratamento com as células-tronco seja eficaz. “A célula-tronco precisa de um ambiente calmo para se concentrar no foco do tratamento”, explica.

Esperança e primeiras reações positivas

Vicente, que nasceu completamente cego e sem percepção de luz, começou a apresentar sinais de progresso antes do tempo esperado. Apenas um mês após o início do tratamento, ele demonstrou sensibilidade à luz em três ocasiões, o que foi considerado uma grande vitória pela família. Em uma dessas ocasiões, o menino reagiu ao sol, cobrindo os olhos e pedindo que retirassem a luz, o que emocionou profundamente seus pais.

“Para nós, foi uma grande vitória. Ele nasceu sem nenhum tipo de percepção, e agora já podemos ver essas pequenas reações”, afirmou Otávio, com esperança renovada.

Próximos passos e expectativas

Após a conclusão da primeira etapa, Vicente passará por mais uma série de tratamentos no Brasil. O objetivo é que, entre seis meses a um ano, ele alcance uma melhora significativa na visão, incluindo a percepção de vultos e a possibilidade de visão parcial. A família espera que a próxima viagem à Tailândia ocorra entre janeiro e fevereiro de 2026, quando novas avaliações serão feitas.

Vicente não estava presente na entrevista, mas, ao passar pelo estúdio, contou com bom-humor que só gostou das comidas que não tinham pimenta e com a inocência de uma criança, contou que já está curado. O tratamento está apenas no início, mas a família segue com a esperança de que, ao final do processo, Vicente possa finalmente realizar o sonho de ver o mundo ao seu redor.

A campanha e o sucesso da arrecadação

Em setembro de 2024, Otávio esteve no estúdio do jornal para falar sobre a campanha de arrecadação que visava financiar o tratamento do Vicente. Graças ao apoio de inúmeras pessoas, a família conseguiu arrecadar cerca de 800 mil reais, valor que possibilitou a viagem para a Tailândia. A primeira etapa do tratamento foi realizada em novembro e, atualmente, restam aproximadamente 507 mil reais para financiar as próximas fases do tratamento, que envolverão mais três procedimentos.

“Qualquer campanha que surgir neste ano, em nome do Vicente, não somos nós arrecadando”, alertou Otávio, enfatizando que o processo de doações foi encerrado e que, no futuro, a campanha poderá ser reativada na metade do terceiro procedimento.

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