Mas para isso acontecer, partidos e entidades, precisam entrar num acordo e convergir para o mesmo objetivo. De emendas individuas e de bancada, os parlamentares tem aproximadamente R$ 6 bilhões por mandato. E quanto vem para cá?

Quem acompanha a coluna Pente Fino, sabe que escrevo há muito tempo sobre a importância de Erechim e o Alto Uruguai ter um deputado federal. Mas os eleitores e os partidos, parece não entenderem bem essa necessidade.  Se partido ‘A’ lança um nome com viabilidade, o partido ‘B” lança outro, mesmo sem chances, para inviabilizar a candidatura adversária. E temos uma série de exemplos em várias eleições gerais, que foi exatamente assim que aconteceu.

Isso mostra que o interesse coletivo e de uma região, fica em segundo plano para as siglas partidárias. Em primeiro plano a necessidade de não deixar meu oponente crescer, e ‘depois a gente vê, o que vamos fazer’.

Prática egoísta

Atrelada a essa prática egoísta, tem as emendas parlamentares, que amarra vereadores e prefeitos. Desta forma o Alto Uruguai fica uma terra sem lei, onde os candidatos de fora vêm e levam uma fatia dos votos que são poucos, deixando as chances de termos nossos representantes escassos, salvo raros casos. Precisamos parar de aplaudir e soltar foguetes para emendas pequenas. Precisamos de valores substanciais, para obras estruturantes.

A AMAU vem amadurecendo

A AMAU vem amadurecendo nos últimos anos, onde prefeitos deixam partidos de lado, em busca de recursos e de obras que beneficiem o Alto Uruguai. Mas podemos muito mais. Temos que ter um deputado federal.

E por que começo escrever cedo sobre isso, já que faltam quase dois anos paras as eleições de 2026? Tenho dois motivos para antecipar esse debate.

O primeiro motivo

O primeiro motivo, que o governo de Erechim, eleito para mais quatro anos, ampliou a base de partidos, que representa boa parte do espectro político do município. Precisam ter sabedoria e se unir pela região e indicar um nome só para a Câmara dos Deputados. Desta forma, as chances aumentam.

O segundo motivo

O segundo motivo, que conversando com dirigente de uma importante entidade de Erechim, me relatou a necessidade de termos um deputado federal. Foi quando respondi: “as entidades precisam ser engajar e cedo”. E recebi como resposta: “sim, é esse o caminho. Todos precisamos fazer uma campanha, adesivar carros com o mote ‘vote em candidatos daqui. E isso tem que ser para ontem’. Gostei do entusiasmo, e necessário agora que replique para outras entidades. 

Essa convergência, se levado à risca, pode trazer bons frutos para Erechim e região, mas não podem deixar para última hora.  

Os do ‘contra’ terão seus motivos

Alguns podem se defender, dizendo: “mas esse é o sistema, precisamos apoiar os candidatos de nosso partido, caso contrário não conseguimos nada”. Mas é fácil de desmontar esse argumento, só ver quando os deputados eleitos mandam de emendas para suas bases eleitorais e quando vem para cá.  E trago informações que derruba qualquer tese de apoiar candidatos de fora, por valores irrisórios, perto do que podem destinar.

O valor que cada deputado tem

Cada um dos 31 deputados federais eleitos pelo RS, apenas em 2024, tem R$ 37,9 milhões de emendas individuais para destinarem aos municípios. E todo ano aumento, pois o cálculo é feito pela arrecadação da União. Usando esse ano como parâmetro são R$ 151,6 milhões em quatro anos, por deputado federal). O total de emendas dá em torno de R$ 4,7 bilhões por mandato de quatro anos. E quanto veio para cá? Percentual ínfimo.

E tem ainda as emendas de bancada, onde os 31 deputados e 3 senadores do RS, indicaram R$ 316,9 milhões. Num mandato dá R$ 1,26 bilhão. E quando veio para cá?