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Política

Erechim de “A” a “Z”, os acontecimentos pós-eleição e os desafios do próximo governo

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Por Rodrigo Finardi
Foto Rodrigo Finardi

Administração atual de Erechim foi reeleita para mais um mandato de 2025/2029 com Paulo Polis (MDB) como prefeito e Flávio Tirello (PSDB) como vice-prefeito. Esse de “A” a “Z” de hoje, um pouco do que aconteceu desde 6 de outubro, quando foram conhecidos os eleitos para o próximo quadriênio, do Executivo e Legislativo, e também os desafios que terão pela frente.

Bairros de Erechim, principalmente os mais novos, com a ampliação de perímetro urbano, carecem de infraestrutura nas mais variadas áreas como transporte público, serviço de correios, placas de nomes de ruas, iluminação pública. Esse é um desafio de quatro anos atrás e segue sendo a partir de agora, pois a cidade cresce.

Cargos de Confiança, os famosos CC’s, é um tema que mexe com a população. Mesmo mantendo o mesmo grupo político no poder, novas siglas fazem parte. Desta forma, os espaços de cada partido são menores. Muitos ficarão de fora, e é do jogo político. Logo, quem assume terá que dar conta do recado, pois terá muita gente na fila.

Desenvolvimento Econômico é uma secretaria chave para o município, pelo perfil do prefeito Paulo Polis. A atual secretário – Emerson Schelski se reelegeu com a maior votação do PSDB e permanecerá no cargo a partir de 2025.  

Eclesan Palhão (MDB), secretária de Saúde, foi a mais votada em 6 de outubro ao Legislativo, com 3.856 votos. Saiu do pleito muito maior do que entrou, o que lhe cacifa pensar em voos maiores em sua carreira política. Não permanece na secretaria, que será ocupada pelo União Brasil. No Legislativo terá o papel de se manter na prateleira alta do MDB.

Força do Bolsonaro em Erechim (pelo percentual dos votos nas urnas em 2022), não fui suficiente para alavancar a candidatura do PL nas eleições de 6 de outubro. Isso mostrou na prática que os eleitores de Bolsonaro, não são, eleitores da direita em qualquer pleito. 

Geração de emprego e renda é um desafio constante dos governos. Precisam ser constantes indutores do crescimento. Com um distrito em andamento, com empresas construindo suas unidades fabris, e mais um novo que deve ser lançado em breve (micro e pequenos empresários), será fundamental para a economia girar.

Hospital do SUS, o Santa Terezinha é um ralo sem fundo. Com contratos com o Estado e União defasados, não tem recursos suficientes para se manter com as próprias pernas. Entra anos, sai ano, independentemente dos valores aportados pelo Executivo, além do pagamento pelos serviços, não é o suficiente.  

Impostos de maneira geral (municipal, estadual e federal), retiram poder de compra da população. É difícil, a nível de município, pressionar que o Estado e a União aumentem o mínimo possível às alíquotas. Porém, a nível local, para o município ser o indutor do desenvolvimento, não deve majorar os valores, acima do aceitável.

Jovens reclamam da falta de oportunidades no mercado de trabalho. Criar algo específico para essa faixa etária se torna imperioso por parte do Executivo, que já vem fazendo. Mas sempre são necessárias novas ações, pois a população está envelhecendo, e a força de trabalho acaba diminuindo em várias áreas. Por isso sobra vagas de emprego.

Kafka (Franz), escritor dizia que “A única coisa que temos de respeitar, porque ela nos une, é a língua”. E o Executivo pode iniciar 2025 com 14 vereadores dos 17 eleitos. A língua ficará bastante presa.   

Lixo, a coleta tanto do seco como o orgânico, nos moldes atuais, estão com os dias contatos. O município está buscando um novo modelo para colocar em Erechim, através de contêineres, que será muito melhor, agilizando os serviços, e melhorando questões de saúde pública.

Mulheres no governo, no comando de seis secretarias (Saúde, Assistência Social, Educação, Administração, Fazenda, Cultura), foi uma tônica do atual governo. Por hora, na nova composição que está sendo ajustada, a metade deste número será comtemplado com mulheres – Fazenda, Educação e Administração. 

Nomes do MDB local, quando da divulgação do próximo secretário de Saúde, Vianei Mueller (União Brasil), não aceitaram bem a indicação. Iniciaram uma pressão, que ainda continua para que o nome seja substituído por alguém do partido. Segundo eles, historicamente o partido comanda a Saúde do município.

O novo plano de mobilidade urbana de Erechim, já contratado pelo Executivo deve começar a ser colocado em prática no ano que vem. Com a cidade crescendo, aliado a número de veículos, mudanças são necessárias.

Patrimônio cultural e histórico, são grandes desafios para o novo governo. Tem o Castelinho que precisa uma solução, já que vem se arrastando há anos. A lei da Cidade Limpa precisa sair do papel, para preservar as fachadas históricas. Isso para citar apenas dois exemplos, mas teria muito mais, que ensejam uma matéria específica sobre o tema.

Qualidade de nossas universidades deve ser melhor aproveitada pelo Executivo. No mundo acadêmico são prospectadas grandes ideias que, na maioria das vezes, ficam apenas no papel. A universidade pode e deve ser o propulsor do desenvolvimento, mas para isso o setor público precisa abrir suas portas e querer que isso aconteça.

Recursos públicos gastos com alugueis devem ficar em torno de R$ 3,3 milhões nesse ano. Diante destas cifras, a construção do Centro Administrativo (na área da antiga Assami em Erechim, adquirida pelo município) é fundamental, concentrando no mesmo local todos os serviços. Na próxima gestão, a obra, numa Parceira Pública Privada deve iniciar. E a redução de custos, é muito maior que apenas os alugueis.

Saneamento básico é algo que está andando devagar em Erechim. O edital de água e esgoto segue suspenso pela Justiça. Desde 2016, quando foi lançado, as tentativas por parte do Executivo em ter um contrato vigente com uma empresa do setor, ou mesmo a Corsan, sempre esbarraram em ações judiciais. Ora pela companhia que executa o serviço, ora pelo Governo do Estado, que com a privatização da Corsan, vê em Erechim um local lucrativo. Será que em mais quatro anos resolvemos o problema?

Transporte coletivo é uma obrigação do Executivo. Uma empresa realiza o serviço através de uma licitação. Porém, o modelo atual vem se esgotando a nível de Brasil, com cada vez menos usuários, principalmente em cidades menores. Desta forma, o Executivo precisa intervir sempre que necessário para manter os serviços. O atual modal será inviável, e não irá demorar muito tempo. Por isso, novas soluções são imediatas.

Uma das demandas mais antigas do erechinense é a construção de um novo presídio estadual. O atual é no centro da cidade, com estrutura obsoleta, e problemas de toda ordem. Isso sem contar a superlotação, o dobro do que as instalações permitem. Já tem uma empresa vencedora da Parceria Público-Privada, aguardando detalhes para iniciar a obra, em área doada pelo município no Horto Florestal (ERS 135 -  sentido Getúlio Vargas).

Vice-prefeito eleito para seu segundo mandato em Erechim, Flávio Tirello (PSDB), pode ser considerado ao natural o próximo candidato à prefeito em Erechim, quando 2028 chegar. Mas na política as escolhas nem sempre respeitam essa lógica. Para ter seu nome cacifado pelo grupo político do governo, terá que transpor vários muros, até a data das escolhas chegar.

da questão, são muito mais que um para o próximo mandato. Tem as questões políticas, com mais partidos na base, e as questões de gestão. Sei que é cedo falar das eleições gerais de 2028, mas sem o prefeito Polis na disputa, muitos irão querer a cabeça de chapa e seu apoio. E o tabuleiro de xadrez irá mudar muito ao longo dos próximos anos.

Zanella, o Eloi, até 6 de outubro era o prefeito com o maior número de mandatos em Erechim: quatro no total. Com a vitória de Polis, atingiu os mesmos números, sendo o mais novo tetra-prefeito. E agora o partido de Zanella, os Progressistas, se aproximam, num namoro forte, com o MDB e os partidos de governo.

 

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