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Investir em educação é a melhor saída para a qualificação

É o que dizem os especialistas que trataram da falta da mão de obra no estado durante o Tá na mesa, da FEDERASUL

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Por Assessoria
Foto Divulgação

 A crise de talentos e a falta de mão obra foi o tema central dos debates da reunião-almoço Tá na Mesa da FEDERASUL. Cientes de que o problema já existia, pois o gargalo de mão de obra ganhou relevância a partir da retomada econômica pós-pandemia do COVID-19, mas que se agravou depois da catástrofe que atingiu o estado, os palestrantes apontam esse como o grande desafio a ser enfrentado por todos nos próximos anos.

Para apresentar suas visões sobre o assunto, a FEDERASUL convidou o empresário e responsável pela área de novas conexões do Projeto Pescar, Marcelo Menna Barreto; o economista-chefe da CDL-POA, Oscar Frank, e a presidente da ACI Encantado e conselheira da SOS Habitar Vale do Taquari, Raquel Cadore. Eles concordam também que somente grandes investimentos em educação e a melhora da qualidade do ensino, bem como melhorias no ambiente de negócios é que vão mudar essa realidade no estado.

 Em sua manifestação, o economista Oscar Frank destacou que quanto mais cedo o estado investir em aprendizado, maior será o retorno. Ele ressaltou ainda que muitas das profissões com maior índicio de escassez não exigem ensino superior, o que demonstra que o ensino técnico/profissionalizante pode ser uma ótima alternativa. Estão no topo do ranking de 20 profissões com maior escassez, por exemplo, gerente de suprimentos, ajustador mecânico, supervisor de manutenção, técnico de enfermagem, gerente de desenvolvimento de sistemas e operador de máquinas para fabricação de couro, entre outras. “Os dados sugerem uma relação indireta: quanto menor o desemprego, maior o problema de falta de trabalhador qualificado, e vice-versa”, explicou o economista.

 Outra preocupação está nos resultados do estudo “Mudanças no Bolsa Família: Implicações para o Mercado de Trabalho em Grupos Vulneráveis”, da FGV, que conclui que o Bolsa Família gera uma queda mais pronunciada na participação no mercado de trabalho de jovens, mulheres e trabalhadores com baixa qualificação. Além da questão populacional, que indica o ano de 2026 como o último com crescimento populacional no estado. “O Rio Grande do Sul apresenta o maior índice de envelhecimento entre os estados brasileiros”.  

 Já Marcelo Menna Barreto acrescentou que o estado precisa além de jovens com formação técnica, que sejam dotados de competências comportamentais, sociais e emocionais, que saibam trabalhar em equipe e ser protagonistas de suas vidas. O empresário fez uma breve apresentação do Projeto Pescar, lembrando que é um programa de formação socio profissionalizante desenvolvido pela Fundação Projeto Pescar em parceria com empresas e organizações. Explicou que as formações socioprofissionalizantes  são totalmente gratuitas para os jovens pois visa inserir os jovens em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho.

             A presidente da ACI Encantado e conselheira da SOS Habitar Vale do Taquari, Raquel Cadore relatou que a região vem sendo afetada pela falta de trabalhadores desde setembro do ano passado, quando sofreu a primeira enxurrada e que hoje se faz presente em todos os setores da economia.

 Em seguida, ela fez uma apresentação do programa SOS Habitar Vale do Taquari que se propõe a construir habitações dignas, além de fornecer suporte contínuo às famílias dos trabalhadores desabrigados. “Nossa missão é proporcionar assistência humanitária imediata e reconstruir comunidades resilientes, oferecendo moradia digna e sustentável para aqueles afetados pela catástrofe. Temos como objetivo mobilizar recursos nacional e internacional, com o intuito de construir residências e fornecer apoio contínuo para garantir a recuperação completa da região”.

 O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, lembrou da importância do tema, considerando ainda que muitos municípios já registravam falta de mão de obra qualificada antes das enchentes. Ele destacou o alto índice de pessoas que prefere receber os benefícios sociais. “A juventude gaúcha precisa voltar a sonhar, a ter propósitos na vida, fugir da inercia”, argumentou.

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