Os números elevados de internados nos hospitais e mortes causadas pela pandemia da Covid-19, assustam e deixam a população em alerta, além da Campanha de Vacinação, que anda a passos lentos. O presidente da Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), Maneco Hassen, ressalta que em um ano de pandemia, o Rio Grande do Sul já enfrentou muitos desafios. “Durante esse período, percebemos um cenário muito triste, superando recordes em contaminação”, destacou.
Processo de vacinação
Em quase dois meses do processo de vacinação, menos de 5% da população brasileira foi imunizada. Maneco revela que a Famurs está trabalhando no sentido de viabilizar as vacinas à população gaúcha, caso o Governo Federal atrase a entrega das doses, que vem acontecendo de forma lenta em todos os estados. “Precisamos acelerar o ritmo da vacinação. Em nome das cidades gaúchas, posso dizer que, se o Governo Federal liberar a compra ou uma decisão judicial permitindo, estaremos preparados”, frisa o presidente. Hassen ainda salienta que a federação reuniu os consórcios públicos, organizou os processos jurídicos e financeiros e está mantendo contato com laboratórios. Segundo ele, atualmente, mais de 300 pessoas no Rio Grande do Sul aguardam na fila de espera, para acessar leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que mostra a gravidade da situação enfrentada pela população.
Medidas restritivas
Mundialmente, as restrições mais severas como o limite na circulação de pessoas, se mostram mais efetivas para frear a contaminação do coronavírus. “Todas as outras alternativas não foram eficazes. Somos enganados com um tratamento precoce que não dá resultado. Até que a vacina alcance todos, as medidas restritivas são a única forma para reduzir a gravidade da situação”, acentua Maneco.
Com relação a bandeira preta no Estado, Hassen avalia que seria possível fazer um reajuste para flexibilizar os protocolos em determinadas situações, com a população contribuindo para trazer perspectivas diferentes em cada setor. Porém, neste momento a decisão está a cargo do governador Eduardo Leite. “Se a decisão está tomada, nosso caminho até o dia 22 de março é não medir esforços, para que as normas estipuladas pelo Estado, tenham os resultados esperados, por meio da diminuição do número de contaminações e internações. Caso contrário, teremos medidas ainda mais rígidas”, acrescenta.
Sistema de Cogestão
O sistema de Cogestão - que permite autoridades regionais adotarem protocolos locais e recorrerem a bandeira inferior à classificação do Modelo de Distanciamento Controlado do Governo, deve retornar em um momento oportuno. Conforme o presidente, há um colapso do sistema de saúde e a alternativa é uma norma única para todos os municípios. “Uma cidade precisa da outra para amenizar a situação. Não é justo uma região ter uma medida menos restritiva que a outra e acabar ocupando leitos hospitalares de outra região”, salienta. Hassen ainda acrescenta dizendo que é necessário ter unidade de ações no combate a pandemia e recuperar a consciência que a população tinha em relação as normas de prevenção, para reduzir a circulação de pessoas, grau de contaminação e mortes, que bateram recordes no Estado.
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Projetos de asfaltos no interior do RS
Sobre os projetos de asfaltamento nas cidades do interior do RS, o presidente informa que atualmente cerca de 50 municípios não dispõem de acesso asfáltico para realizar o trajeto do interior até a cidade. Esta pauta antiga, continua sendo discutida em reuniões, mas devido à falta de recursos financeiros e com o agravamento da pandemia, os processos acabaram ficando mais lentos. “Estamos insistindo para que ano a ano, tenhamos recursos orçamentários para diminuir esse déficit de cidades que não tem acesso asfáltico. Não podemos fazer todos ao mesmo tempo, o valor é muito alto e não é possível, mas esse déficit já foi maior, de 90% há alguns anos atrás, mesmo assim, continuaremos buscando formas para que os municípios possam se desenvolver e ter acesso asfáltico onde precisa”, finaliza o presidente da FAMURS, Maneco Hassen.