Ao completar 101 anos, como estará o setor de Saúde do município de Erechim? Para compreender um pouco mais sobre os projetos e outras práticas desenvolvidas, o Bom Dia conversou com o secretário da pasta, o qual relata os esforços em promover a qualidade de vida da população e as melhorias no atendimento aos erechinenses.
A Secretaria Municipal de Saúde de Erechim, localizada na Avenida Santo Dal Bosco, 200, contempla 13 Unidades Básicas de Saúde (UBS Paiol Grande, Presidente Vargas, Aldo Arioli, Progresso, São Cristóvão, Bela Vista, Atlântico, Estevan Carraro, São Vicente de Paulo, Centro (junto a UPA), Capoerê, Jaguaretê e a Unidade Prisional).
Além dessas unidades há, também, um Ambulatório de Saúde Mental; um Centro de Atenção Psicossocial II – CAPS II; um Centro de Atenção Psicossocial AD – CAPS AD; Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST); Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); Vigilância em Saúde (composta pela Vigilância Epidemiológica, Serviço de Assistência Especializada DST/AIDS (SAE), Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental, Vigilância em Saúde do Trabalhador e a URA (Unidade de Referência Animal); sete Unidades Odontológicas Escolares; uma Unidade de Referência Municipal em Saúde, onde está localizada a UBS Centro, o Centro Referência da Mulher, o Ambulatório de Referência para feridas crônicas e a Unidade de Pronto Atendimento e a Casa de Apoio, localizada em Porto Alegre.
Na própria Secretaria de Saúde também funciona o Centro de Referência em Especialidades Médicas (Traumatologia, Cirurgia Geral (pequenos procedimentos), Pneumologia, Fonoaudiologia, Nutricionista e Assistência Social). Além disso, está localizada a central de atendimento da Samu/Salvar e da Ambulância Cidadã.
Para dar apoio a rede municipal há o Hospital Santa Terezinha com 190 leitos que atendem a cidade de Erechim e toda a região Auto Uruguai, abrangendo mais de 33 municípios.
Principais avanços dos últimos anos
Em nível ambulatorial o Município mantém atendimentos contratados de forma terceirizada ou não, em áreas como oftalmologia, cardiologia, reumatologia, urologia, neurologia, cirurgia vascular, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, fornecendo cobertura para as UBS.
Conforme o secretário de Saúde, Dércio Nonemacher, no início de 2017 foi locado um novo local, no centro de Porto Alegre para a Casa de Apoio, com a infraestrutura necessária para bem servir os munícipes, com mais de 30 leitos, com aquisição de mobiliários necessários para o conforto dos que necessitam deste atendimento.
Em 2018 inauguramos a UBS da Estevan Carraro e está em pleno funcionamento. Houve melhoria da infraestrutura de toda a rede básica de saúde, com a reforma, readequação das Unidades Básicas, manutenção de programas como: Programa Primeira Infância Melhor, Materno-infantil, Planejamento Familiar, Tuberculose, Hanseníase, Estratégia Saúde da Família, Hepatites virais, Imunizações, IST/HIV, Tabagismo e outros.
100 Anos, 100 ações
No último ano foi realizado o Projeto “Erechim 100 anos: 100 ações de promoção e Prevenção em saúde”, o qual realizou 100 ações de promoção e prevenção em saúde, envolvendo todos os setores e serviços que integram a Rede de Atenção à Saúde do município.
Foi criado um grupo de trabalho para ações de promoção e prevenção em saúde, formado pelo Hospital de Caridade, Unimed, Hospital Santa Mônica, Fundação Hospitalar Santa Terezinha e Secretaria de Saúde, onde foram realizados, em parceria, os seguintes projetos: a Campanha Atchim Erechim - para a prevenção da gripe Influenza; Campanha ‘Vacinar é Proteger’, para a promoção e prevenção contra a poliomielite e sarampo, com a parceria dos Clubes Rotários; e ‘Juntos na Prevenção – IST/AIDS’, prevenção HIV/AIDS; e o ‘Café da Prevenção’, que foi alusivo ao Novembro Azul – prevenção ao câncer de próstata.
“Ainda no ano de 2018 foram iniciadas as práticas acadêmicas do curso de Medicina, na rede de Atenção a Saúde do município”, citou.
Cite alguns números de atendimentos registrados no município:
2018
Pessoas que acessaram o serviço 145.693
Procedimentos realizados 686.984
Consultas Médicas nas UBSs 164.690
Ecografias diversas 7.132
Consultas terceirizadas (diversas especialidades) 17.859
Atendimentos na Casa de Apoio (POA) 6.774 - pessoas
Quilômetro rodado – Para transporte pacientes fora do Município 403.922
Inspeção Vigilância Sanitária e Ambiental 118.752
Indicadores
Mortalidade Infantil (2018) 9,80 (13 óbitos)
Principais desafios atuais na área
O secretário salienta que o município está vivenciando um dos períodos mais complexos da área da saúde, tendo em vista a carência de recursos financeiros para as ações e serviços de saúde a nível estadual e federal. “Percebemos grandes dificuldades com os novos contratos entre o Hospital Santa Terezinha e o governo do Estado do Rio Grande do Sul na busca de um contrato que seja viável para continuar prestando serviço de qualidade. Por outro lado, observamos a migração de pessoas da iniciativa privada para o sistema público e com custos mais elevados, o que dificulta o fechamento dessa equação”, explica.
Dércio comenta que, conforme leis vigentes, a Saúde Pública se faz com a participação dos três entes federados: União, Estado e Municípios. “Percebemos, a cada dia, que as responsabilidades estão recaindo para o ente menor – município. A legislação preconiza que os municípios apliquem 15% em ações e serviços de saúde, e Erechim, como outras cidades, tem aplicado em torno de 23%, bem acima do estabelecido por lei”, pontua.
Foi realizada no dia três deste mês, a 8ª Conferência Municipal de Saúde, uma importante instância colegiada, que reúne vários profissionais como: gestores, prestadores e trabalhadores de saúde, e comunidade em geral, para propor melhorias para o Sistema. Na oportunidade foram formuladas propostas com o objetivo de encontrar alternativas para aprimorar as políticas públicas de saúde, oriundas dos debates que também serão realizados em nível estadual e nacional, sendo que um dos temas mais discutidos foi o eixo do financiamento.
De acordo com o secretário, é preciso encontrar mecanismos para manter essa importante rede a serviço da comunidade, para tanto “não temos como fugir da parte do financiamento. O subfinanciamento vem agravando os serviços de saúde dada a fragilidade dos entes parceiros: União e Estado. Essa é a realidade do sistema público brasileiro de saúde e além de um choque de gestão também precisamos ter as fontes de financiamento confiáveis para que possamos continuar atendendo com qualidade e respeito. Será que o novo governo dará uma resposta à altura?”, questiona Dércio.