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Erechim 101 anos

UFFS: “Não há caminho para o desenvolvimento sem passar pelo ensino superior”

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UFFS
Por Amanda Mendes
Foto Divulgação

Em mais de 100 anos de história, Erechim já se tornou um polo educacional, considerando que conta com todos os modelos de ensino superior: universidade e instituto federais, universidade estadual, universidade comunitária e instituições particulares, com e sem fins lucrativos. A avaliação é a da coordenadora acadêmica da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, Juçara Spinelli. “Isso significa que o município tem potencial para atender toda a demanda regional e, também, atrair estudantes de muitas regiões do Estado e do Brasil, o que agrega em diversidade cultural, oportunidades de crescimento pessoal e coletivo, compartilhamento de saberes e conhecimento, entre outros”, pontuou a coordenadora.

Nessa trajetória, a UFFS começou a escrever suas páginas na história do município há pouco mais de nove anos. “Começamos nossas aulas no dia 29 de março de 2010, em uma estrutura alugada no Seminário Nossa Senhora de Fátima, ofertando oito cursos de graduação. Éramos pouco mais de 50 servidores, entre docentes e técnicos administrativos em educação e recebemos nossos primeiros 400 estudantes. Atualmente temos mais de 1800 estudantes ativos, aumentamos a oferta de vagas da graduação, temos agora nove cursos de graduação, com 440 vagas regulares, e ofertamos quatro programas de pós-graduação em nível de mestrado, sem mencionar a participação de docentes do campus em outros programas fora de Erechim”, relatou Juçara.

Nesse período, a universidade em Erechim já conta com 123 docentes efetivos, 87 técnicos administrativos em educação, além dos trabalhadores terceirizados e professores substitutos (temporários). “Em 2015 nos mudamos para nosso campus, onde temos instalada nossa estrutura de prédios, laboratórios e Restaurante Universitário, o que demanda muitos serviços e produtos, fato que contribui para a economia local”, relatou a coordenadora.

Para Juçara, o desenvolvimento econômico, social e cultural só acontecerá se for caminhado trilhado contemplar o ensino superior de qualidade. “Precisamos integrar universidade, poderes públicos regionais, sociedade civil, setores produtivos e demais atores e agentes que atuam fortemente em frentes de debate e formação para, conjuntamente, promovermos um desenvolvimento regional sustentável e socialmente justo. Erechim, como importante polo regional há de propor ações integradoras a fim de que a cidade possa se destacar ainda mais no âmbito sociocultural e, com isso, esteja aberta para novos avanços, tanto de infraestrutura, no campo econômico, na cultura, especialmente aprendendo com os saberes locais/regionais, mas também, com os potenciais vindos de outras localidades e que muito têm a contribuir com a sociedade e a cidade”, argumentou.

Contudo, o cenário indica diversos desafios e a coordenadora destaca três: relação com a comunidade regional, permanência dos acadêmicos e a ampliação na oferta de cursos. “Um dos nossos principais desafios está na qualificação da relação da universidade com a sociedade, ou seja, nossa inserção regional, fazendo chegar mais rapidamente às pessoas, os resultados das nossas ações de pesquisa e extensão, para além dos cursos de formação. É preciso estreitar os laços com a comunidade, contribuindo mais diretamente para elaboração e formulação de políticas públicas, ações conjuntas que potencializariam a região, tudo isso sem perder de vista nossa função: ofertar formação de qualidade, realizar pesquisa e desenvolvimento de conhecimento”, pontuou.

A superação de desafios às vezes não depende exclusivamente da instituição, mas da cidade como um todo. “É preciso que a cidade e a região contribuam com proposições que facilitem as condições para permanência dos estudantes, compreendendo a riqueza da diversidade cultural e de concepções que a universidade agrega para a região. A chegada de muitos estudantes contribuiu para o aumento de preços das ofertas de locação de imóveis, por exemplo, e essa é uma das demandas necessárias de diálogo com a cidade. O investimento em permanência dos estudantes não deve ser individual, pois contribui para o desenvolvimento coletivo”, enfatizou Juçara.

De maneira geral, a coordenadora avalia que o desenvolvimento da educação em Erechim é uma tarefa que deve ser assumida por diversos setores. “Com visão estratégica e vontade política podemos alcançar grandes avanços e ter um futuro promissor em termos da inserção da educação como frente de desenvolvimento local e regional”, concluiu.

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