Para o vereador mais votado da Capital da Amizade, tudo o que fizemos pela cidade é pouco. Precisamos dar mais valor para tudo que foi construído
Vereador em segundo mandato. No primeiro (2013 – 2016) foi o segundo mais votado em Erechim. Quando concorreu à reeleição para o mandato de 2017 a 2020, as urnas lhe deram a maior votação entre todos os candidatos que disputavam uma vaga para a Câmara de Vereadores. Com esse histórico político é normal que queira voos mais alto na política. Mas antes de chegar nessa parte, Araújo conta como foi sua infância, sua família e muito mais.
Nove irmãos
Nasceu em Porto Alegre no dia 12 de fevereiro de 1969. Conta que seu avô (Geraldino Pereira Machado) veio da capital do Estado para ajudar na construção do Colégio Agrícola (Angelo Emílio Grando) e junto trouxe seus filhos, entre eles seu pai Mertírio Pereira de Araújo. Aqui em Erechim conheceu a sua mãe, Alzira Morandi, e teve nove filhos: “somos uma família de pedreiros e mestre de obras. Meu pai ensinou todos os filhos a profissão. Gostaria de explicar por que meu avô é Machado e meu pai Araújo. Antigamente registraram no nome sobrenome da mãe ou do pai. Tenho tios que são Machado e outros Araújo, mas tudo filhos do mesmo pai e da mesma mãe”.
De um lado para outro
Sobre seu nascimento explica que em função de seu pai trabalhar com a construção civil, ficava indo e voltando de Porto Alegre, e sua mãe sempre com os filhos a tiracolo: “dizem que nasci aqui em Erechim, mas me registraram em Porto Alegre. Isso aconteceu com outros irmãos que nasceram lá e foram registrados aqui. Sou erechinense e me sinto erechinense”.
Infância difícil
Araújo relata que tiveram uma infância muito difícil, que seu pai sofria com problema de alcoolismo: “esse vício continua fazendo mal para milhares de pessoas. É um droga que se pode comprar legalmente”.
Os mais velhos, cuidavam dos mais novos
Com os problemas do pai, a família de nove irmãos acabou fazendo um rodízio: “os irmãos mais velhos cuidavam dos mais jovens. Tanto é que sou um dos mais jovens e meus irmãos mais velhos fizeram o papel de pai para mim. E minha mãe Alzira sempre foi pai e mãe. Uma verdadeira guerreira. E foi sempre uma luta. Desde os tempos de piá, andávamos pelas ruas de Erechim, trabalhando para muitas pessoas de posses, principalmente do centro da cidade. E sempre gostamos de Erechim”.
Amor à Erechim
Esse fato, faz com que Araújo declare amor à Erechim: “sempre que se viaja, quando estamos ali em Passo Fundo já sentimos saudades daqui. Não importa se a viagem é a passeio ou à negócio. Quando estamos em Erechim não damos valor, basta sair uns dias, ver outras cidades, para termos a certeza que vivemos num paraíso.
Mundo de jovens de cabeça baixa
Voltando ainda para seu passado faz questão de frisar que “naquela época a gente tinha infância. Coisa que não se vê hoje. Hoje temos um mundo de jovens de cabeça baixa olhando para o telefone”.
Dos últimos a sair de casa
Aí veio a transição da infância para a adolescência e fase adulta: “quando os irmãos mais velhos casavam, ocorria a troca do posto. E os que ficavam, tinha que cuidar dos mais jovens. Era uma obrigação, foi quando chegou a minha vez de cuidar dos irmãos que estavam em casa e de minha mãe, e mantenho uma aproximação muito grande com ela, até hoje. Ela está com 83 anos e duas ou três vezes por semana vou visitá-la no Bairro Presidente Vargas. Fui um dos últimos a sair de casa, mas sempre me mantive próximo”.
Três filhos
Tem três filhos: Alan Carlos, Alex Paulo e Ana Gabriela. O primeiro é Advogado. Os nomes foram escolhidos em homenagens aos irmãos e a filha em homenagem a sua avó materna.
O irmão candidato
Entrou para a política por estar sempre junto da comunidade: “sempre vi as coisas que não estavam certas. Num primeiro momento ajudei um irmão que concorreu a vereador e ele sempre foi um exemplo para mim de honestidade e como sendo um dos mais velhos ajudou a me criar. Sempre tive nele a imagem de um pai. Ele concorreu em 2004 e e fizemos uma campanha bem na humildade e naquela época fizemos mais de 800 votos, mas não entrou".
A primeira eleição
Em 2008 foi a vez de Claudemir de Araújo concorrer: “ele botou na cabeça que não era isso que ele queria. Conversa vai, conversa vem ele pediu para mim concorrer. E acabe indo”. Nessa primeira eleição que Araújo participou como candidato, fez mais de 1.270 votos e não entrou pois seu partido não tinha candidatos suficientes e faltou votos na legenda, ficando na primeira suplência.
Segundo mais votado
Em 2012, voltou a concorrer. E desta vez conquistou uma das 17 vagas da Câmara de Vereadores de Erechim, com a segunda maior votação, atrás apenas de Anacleto Zanella: “mesmo que na eleição passada não tenha conseguido, assumi algumas vezes como suplente e me mantive atuante na comunidade. Como eu digo, Araújo foi testado e 2016 foi aprovado”.
O mais votado
Fala isso, pois quando foi concorrer à reeleição em 2016, foi o mais votado de Erechim: “se reeleger uma eleição atípica, foi bem complicado (a maioria dos reeleitos baixaram a votação e outros não se reelegeram). Havia um desgaste muito grande da classe política. Nesse momento senti que fui aprovado como vereador”.
Voos maiores na política
Mas será que Araújo quer voos maiores na política? Ele mesmo responde: “acredito que a caminhada como vereador eu já fiz. E é claro que a gente pensa em buscar algo a mais na política. Até porque vereador somos um eternos pedintes. Mas ser, prefeito ou vice, você tem a caneta e consegue fazer na prática o que na maioria das vezes não consegue fazer como vereador. Ideias boas a gente tem, e tenho certeza em poder fazer um bom trabalho, como estamos fazendo agora”.
Nunca pensou em ir embora
Hoje (30), Erechim completa 100 anos e sobre esse assunto, Araújo diz que “não é todo dia que se completa 100 anos. Eu comemoro Erechim todos os dias. Adoro morar aqui e tudo que construí também foi aqui. E nunca pensei em ir embora. Tenho essa cidade no sangue”.
Tentar melhorar
Relata que pessoas que deixam a cidade por vários motivos, até por sobrevivência fazem de tudo para voltar: “Temos uma cidade excelente, mas temos enquanto homens públicos fazer mais pela cidade. Tudo o que fizermos no dia a dia, ainda é pouco. Temos que dar valor para Erechim e tentar melhorar pois é uma cidade para nossos filhos, para nossos netos e também as próximas gerações”.