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Ensino

Estudantes da Escola Irany Jaime Farina desenvolvem projeto de cultivo de mudas de Araucária

Iniciativa alia aprendizado prático e consciência ambiental na preservação de espécie símbolo do Sul do Brasil

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Alunos da 1ª série do Ensino Médio da Escola de Educação Básica Irany Jaime Farina, de Erechim, Anye
Estudantes apresentaram o projeto na 2ª Feira de Ciências Sem Fronteiras, na UFFS Campus Erechim.jpe
Mudas de Araucária.jpeg
Por Gabriela de Freitas
Foto Arquivo pessoal

Alunos da 1ª série do Ensino Médio da Escola de Educação Básica Irany Jaime Farina, de Erechim, Anyel Gabriel Bello Martinez, Jeovanna Kauana Gavião Rodrigues, Samuel dos Santos Dias, Dioneirys Alexandra Lara Martinez e Dioisler David Fontt Lara desenvolveram um projeto voltado à produção de mudas de Araucária angustifolia, árvore símbolo do Sul do Brasil e considerada em risco de extinção. A proposta foi coordenada pelo professor Cleberton Luis Piotrowski, no componente curricular Práticas Experimentais em Ciências da Natureza, que integra o itinerário formativo do Novo Ensino Médio.

Segundo o professor, a ideia do projeto surgiu como uma forma de refletir sobre a importância da araucária no bioma Mata Atlântica, tanto para a alimentação de animais ameaçados de extinção quanto para o entendimento de sua relevância histórica e cultural. “Buscamos conscientizar os estudantes sobre a sustentabilidade frente às mudanças climáticas”, explica.

O trabalho teve como objetivos identificar as etapas de germinação e crescimento da araucária, desenvolver habilidades práticas de plantio e cuidado das mudas, e estimular atitudes de responsabilidade ambiental. A atividade foi planejada para conectar o conhecimento teórico com a prática, envolvendo conteúdos de Biologia, Física, Química e Matemática.

Durante o processo, os alunos realizaram a seleção de pinhões frescos, adquiridos em fruteiras da cidade entre abril e julho de 2025, abrangendo diferentes períodos de colheita. As sementes passaram por um processo de quebra de dormência, com refrigeração e imersão em água, antes de serem plantadas em cartuchos preparados com terra coletada no pátio da escola.

Cleberton comenta que o momento em que as sementes começaram a germinar foi o mais marcante para os alunos. “No início, havia certa resistência em acreditar que os pinhões germinariam. Quando isso começou a acontecer, eles se encantaram. Passaram a acompanhar semanalmente o crescimento, regando e observando cada nova muda”, relata. Ao todo, foram utilizadas cerca de 800 sementes no experimento.

Entre os desafios enfrentados, o professor menciona a curta viabilidade das sementes de araucária, que perdem o poder germinativo em poucos meses após a coleta. O cuidado com a escolha dos pinhões maduros e saudáveis, a rega regular e o ambiente sombreado para o cultivo foram essenciais para o sucesso da germinação.

O projeto também serviu como espaço de aprendizado colaborativo. “Os estudantes desenvolveram habilidades de observação, registro e análise de dados, e compreenderam, na prática, o valor da conservação das espécies nativas”, observa o professor. A experiência despertou o interesse pelo cultivo e pelo papel das árvores no equilíbrio ecológico, reforçando o vínculo entre educação e sustentabilidade.

Para Cleberton, o impacto vai além do ambiente escolar. “Ao estudar e cuidar da araucária, os alunos despertam um olhar mais atento para a natureza local. O plantio e a doação das mudas fortalecem a relação entre escola e comunidade e ampliam o alcance da conscientização ambiental”, enfatiza.

Parte das mudas será utilizada para experimentações futuras, incluindo o aprendizado sobre enxertia, previsto para 2026. Outras serão doadas a entidades parceiras ou comercializadas em floriculturas da região, com o objetivo de incentivar agricultores a cultivarem a espécie.

Este ano, o projeto foi apresentado na etapa escolar e regional da Mostra Científica das Escolas Estaduais do RS 2025 e na 2ª Feira de Ciências Sem Fronteiras, na UFFS Campus Erechim.

“A araucária é uma sentinela verde das nossas florestas, guardiã silenciosa da história natural do Sul do Brasil”, ressalta a pesquisadora Sandra Bos Mikich, referência em estudos sobre a espécie.

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