No segundo semestre de 2025, estudantes de 8º ano do Ensino Fundamental dos Colégios Maristas embarcaram em uma jornada intercultural que atravessou fronteiras, ainda que virtualmente. O projeto "Uma jornada inesperada: Proyecto Internacionalización Latinoamérica" mobilizou estudantes do Brasil, Argentina e Uruguai em uma troca de experiências única, promovendo o respeito, o conhecimento mútuo e o fortalecimento de laços entre culturas irmãs. Os estudantes do Colégio Marista Medianeira, de Erechim, no Brasil, do Colegio Marista Nuestra Señora de Luján, de Buenos Aires, na Argentina e do Colegio Marista Santa María, de Montevideo, no Uruguai, tiveram a oportunidade de dialogar e partilhar curiosidades.
A iniciativa surgiu a partir de uma pergunta desafiadora: de que maneira a Internacionalização pode contribuir com o desenvolvimento das trocas culturais entre Colégios Maristas da América Latina dentro do escopo de atuação das Ciências Humanas, a partir do valor da Interculturalidade? A partir desse questionamento, nasceu um projeto se propôs a trabalhar o conceito de Internacionalização de maneira acessível, democrática e profundamente humana. A proposta envolveu cerca de 70 estudantes do Brasil, 120 da Argentina e 74 do Uruguai.
Internacionalização e interculturalidade como caminhos de formação
O projeto surgiu a partir de uma compreensão de internacionalização como uma prática que começa nas salas de aula e se estende por toda a vida escolar, promovendo o respeito à diversidade e a ampliação de horizontes culturais. Mais do que o domínio de línguas adicionais, o foco esteve na troca de valores, saberes e tradições, respeitando as múltiplas identidades que formam a América Latina.
Durante o projeto, os estudantes exploraram aspectos da cultura material e imaterial de seus países, como vestimentas, gastronomia, músicas, danças, crenças e modos de vida. Tudo isso foi organizado por meio de três grandes etapas de execução, que resultaram em uma celebração da diversidade latino-americana.
Etapas do projeto: da troca de vídeos à conexão em tempo real
A primeira fase envolveu a criação de dois vídeos por parte dos estudantes. No primeiro, apresentaram-se, mostraram suas culturas regionais, questionaram a visão da mídia estrangeira sobre os seus respectivos países e levantaram reflexões sobre colonização, meio ambiente e costumes. No segundo vídeo, intitulado “O que você vai jantar?”, os estudantes se dedicaram a cozinhar pratos típicos da culinária, revelando sabores e tradições que encantaram os colegas de outros países.
Na segunda etapa, os estudantes receberam os vídeos enviados por seus pares latino-americanos. O material foi analisado com cuidado, permitindo discussões críticas e reflexões profundas em sala de aula sobre semelhanças e diferenças culturais, além do impacto da globalização e da mídia na construção de estereótipos.
A terceira e mais aguardada fase foi a realização de uma chamada de vídeo entre todos os participantes. O encontro proporcionou momentos de descontração, aprendizado e confraternização. Entre perguntas sobre cultura, esporte, pontos turísticos e curiosidades demográficas, o que se destacou foi o desejo mútuo de aprender com o outro e o sentimento de pertencimento a uma comunidade global.
Objetivos e aprendizados
O principal objetivo do projeto foi impulsionar trocas interculturais. A proposta envolveu o desenvolvimento de competências como pensamento crítico, empatia, comunicação em diferentes linguagens e valorização da diversidade cultural.
Os estudantes aprenderam a formular perguntas relevantes, a pesquisar sobre sua própria cultura e a refletir sobre a de outros povos. Compreenderam como os processos históricos moldam a sociedade e como as culturas se entrelaçam em um mundo cada vez mais conectado.
Um futuro possível: o intercâmbio presencial
Embora o projeto tenha sido executado oficialmente em três etapas, o sonho de mais um passo foi registrado: o encontro presencial entre os estudantes que compartilharam essa jornada. Uma ideia que, embora ainda pareça estar distante da realização, ganhou força entre os estudantes e equipes.
Até lá, a ponte construída entre Brasil, Argentina e Uruguai seguirá firme, sustentada pelos valores maristas e pelo compromisso com a educação transformadora.