O plantio do trigo no Rio Grande do Sul segue avançando e já ultrapassa 37% da área estimada para esta safra, segundo dados divulgados pela Emater/RS-Ascar na quarta-feira (18). A estimativa inicial aponta para uma área de 1.198.276 hectares — cerca de 10% menor em relação à safra passada. A produtividade esperada é de 2.997 kg/ha, um aumento de 7,77% em comparação ao último ciclo.
As condições climáticas da semana anterior favoreceram o andamento da semeadura na maioria das regiões produtoras. Contudo, as chuvas recentes devem frear o ritmo do plantio, já que os solos se encontram com alta umidade.
Nas regiões administrativas, os números variam: em Santa Rosa, o plantio atingiu 52% da área; em Pelotas, 55% dos 13.430 hectares previstos; em Santa Maria, os produtores aguardam melhor tempo para avançar. Em Tupanciretã, maior área de trigo no Estado, 30% já foram plantados; Capão do Cipó atingiu 50% dos 8.400 hectares, e Santiago chegou a 80% da área estimada de 6.000 hectares.
Canola avança e já floresce em parte do Estado
A canola segue como destaque entre as culturas de inverno. Algumas lavouras, como na região de Santa Rosa, já estão em fase de floração, com 97% da área prevista já semeada. A estimativa é de 203.206 hectares cultivados no Estado — aumento de 37,41% na área e de 22,56% na produtividade, agora projetada em 1.737 kg/ha.
Regiões como Erechim e Soledade já concluíram 100% da semeadura. Erechim lidera em área cultivada, com 232 hectares, enquanto Passo Fundo ampliou para 6.000 hectares. As lavouras apresentam bom desenvolvimento e baixa incidência de problemas fitossanitários.
Aveia-branca cresce em área e produtividade
A aveia-branca teve avanço desigual na semeadura devido às condições de umidade, mas nas áreas já implantadas os produtores seguem com a adubação nitrogenada de cobertura. A cultura deve alcançar 401.273 hectares no Estado — crescimento de 8,91% em relação à última safra. A produtividade estimada é de 2.254 kg/ha, 2,63% acima do ciclo anterior.
Em Ijuí, maior região produtora, a semeadura foi finalizada nos 106.845 hectares. Em Santa Rosa e Soledade, a aplicação de fungicidas está sendo planejada conforme o clima, com preocupação dos produtores quanto ao risco de oídio e ferrugens devido à alta umidade.
Cevada: queda na área, leve aumento na produtividade
A área destinada à cevada deve ser de 27.337 hectares — retração de 21,97% em relação ao último ciclo. Ainda assim, a expectativa é de leve alta na produtividade, chegando a 3.198 kg/ha. Em Erechim, 40% dos 7.630 hectares já foram plantados. O preço da saca de 60 kg está em R$ 85,00.
Na região de Ijuí, as lavouras destinadas à indústria cervejeira estão em fase de emergência. Em Soledade, o plantio foi finalizado.
Culturas de verão: soja e milho com colheita finalizada
Soja: A colheita da soja está praticamente encerrada em todas as regiões. Restam apenas algumas lavouras na região de Ijuí, com grãos já apresentando perda de qualidade. Com o fim da colheita, os produtores iniciam o planejamento da próxima safra, além de cultivo de forrageiras e plantas de cobertura.
Milho: A colheita também está na fase final. Baixas temperaturas afetaram o enchimento dos grãos, o que pode atrasar a conclusão dos trabalhos em áreas remanescentes.
Arroz: A colheita foi finalizada em todo o Estado. No entanto, o excesso de umidade prejudicou manejos de entressafra e o preparo do solo em algumas regiões.
Feijão 2ª safra: A colheita está encerrada na região de Frederico Westphalen. Em Ijuí, chegou a 55,5% da área, mas os grãos apresentam alta umidade. Em Santa Maria e Soledade, mais de 90% das lavouras já foram colhidas.
Outras culturas
Noz-pecã: A colheita chegou a 90% em Cachoeira do Sul, maior produtor do país. Em Soledade, está finalizada, mas com perdas de até 40% por conta do clima. O preço pago ao produtor gira em torno de R$ 20,00/kg.
Erva-mate: A colheita está intensa nas principais regiões produtoras. Em Erechim, a produtividade média é de 800 arrobas/ha, com preços variando de R$ 17,00 a R$ 20,00/arroba conforme a região e a variedade. O plantio e o replantio estão em ritmo acelerado, com mudas comercializadas a R$ 1,50/unidade. Em algumas áreas, os produtores enfrentam dificuldades com mão de obra e tendência de redução de plantio.