A tradicional Festa di Bacco, que há anos celebra a cultura e a produção de uva em Erechim, não ocorrerá em 2025. O evento, que tem como foco a comercialização da uva e o incentivo à cultura local, será reavaliado para futuras edições, com o objetivo de garantir a viabilidade tanto para os produtores quanto para a comunidade.
Motivos da suspensão
A redação do Jornal Bom Dia conversou com o secretário de agricultura, abastecimento e segurança alimentar, William Racoski, o secretário adjunto, Tobias Biazi, e o presidente da Festa di Bacco e do grupo Avanti, Charles Oldoni, para falar sobre os motivos do adiamento do evento.
"Infelizmente, não acontecerá este ano, pois não temos interessados e nem o tempo adequado para viabilizar isso. Sabemos que muitas pessoas gostariam, mas, no momento, não há demanda. Nossa intenção nunca foi acabar com a Festa di Bacco, mas precisamos de mais adeptos para garantir sua continuidade. Como Secretaria da Agricultura, nosso foco é pensar nos agricultores, e é necessário trabalhar para incentivar o plantio, explorar novas variedades de uva e adotar técnicas como a plasticultura, utilizando estufas e lumes para obter um produto de melhor qualidade, como a uva de mesa”, explica William Racoski.
"A produção de uva sofreu muito nos últimos anos, com safras frustradas devido às chuvas excessivas e períodos de estiagens. Antigamente, a Festa di Bacco tinha como foco principal a comercialização da uva, mas com a diminuição do número de produtores, a festa passou a contar com uma variedade maior de produtos, não se restringindo mais apenas à uva. Na última edição, tivemos 20 espaços de comercialização, com a presença de produtores de agroindústrias, embutidos, queijos, panificados e até artesanatos”, acrescenta Racoski.
O presidente da Festa di Bacco e Grupo Avanti também relatou sobre a diminuição de produtores de uva, como também um consenso entre todos os grupos envolvidos na organização em adiar a edição deste ano, optando por um planejamento para 2026.
Festa reestruturada para o futuro
De acordo com os secretários municipais William Racoski e Tobias Biazi, a Festa di Bacco passará por um processo de reestruturação. Para que a festividade seja viável no futuro, a Secretaria de Agricultura e demais pastas da Prefeitura estão buscando alternativas. A ideia é repensar o formato da festa, com a possibilidade de reduzir os dias de comercialização, e ajustar o foco para uma celebração cultural que respeite a realidade atual dos produtores.
A revalorização da produção de uva também é um objetivo a longo prazo. O incentivo à produção de novas variedades de uva e o uso de tecnologias poderão melhorar a qualidade da produção local e garantir melhores resultados.
“Estamos cientes de que, com o apoio aos produtores, vamos conseguir garantir as futuras edições da festa. Para isso, precisamos estimular a produção de diferentes frutas e produtos sazonais, como melancia, melão e pêssego, especialmente durante o verão de 2025 e 2026”, salienta o secretário da agricultura.
Enquanto a Festa di Baco não ocorre este ano, os produtores locais já estão em período de comercialização das frutas. A Prefeitura também está apostando em uma linha turística que inclui visitas às propriedades rurais.
Embora a Festa di Bacco não aconteça em 2025, o poder executivo e demais grupos estão comprometidos em encontrar soluções que mantenham viva a tradição cultural e promovam a sustentabilidade da produção local de uva. O desafio será encontrar um equilíbrio entre o evento cultural e a viabilidade econômica para os produtores, garantindo que a festa continue a ser relevante para a cidade nos próximos anos.