Todos os anos, a partir de janeiro, familiares, pais, mães ou responsáveis, têm que comprar material escolar para crianças e adolescentes, que estudam na rede pública ou privada de ensino. Este é um gasto já previsto pelas famílias, no entanto, que se somam a muitos outros no início do ano, como aluguel, IPVA, e, por isso, é importante pesquisar, reaproveitar, negociar com os filhos, criar alternativas, para não gastar muito e atender aquilo que é solicitado pelas escolas.
Consumidoras
Internet
Conforme Francieli Gollo Casal, mãe de Matteo de 3 anos, que estuda no Colégio São José, geralmente, comprava o material escolar na loja que oferecia os preços mais em conta, conversando com outras mães que já haviam adquirido os materiais. Neste ano, Francieli vai mudar a estratégia. “Desta vez, vou pesquisar, também, os preços dos produtos na internet”, afirma ela.
Pesquisar
"Não começamos ainda a ver isso, mas, normalmente, pesquisamos levando em consideração preço e qualidade dos materiais. Mas logo vamos iniciar este processo já que no nosso caso são duas listas", comenta Naira Carniel, mãe da Valentina e do Pedro, que estudam no Colégio São José.
Reaproveitar
“Neste ano, vamos aproveitar muitos itens escolares que estavam bons e que foram utilizados no ano passado. O que está faltando, eu não comprei ainda, somente separei o que vamos reutilizar. Aquilo que eu vou ter que comprar, fiz pesquisas na internet e os preços estão bem mais em conta, chegando a uma redução de até 60% no valor. É por aí que vou conseguir dar uma boa economizada”, afirma a comerciante, Jucimara Dariva, que tem uma filha no 6° ano e um filho no 1° ano do Ensino Fundamental da escola pública.
Negociar
“Vou comprar esta semana. A regra pra não gastar muito é comprar bem cedo, mas eu deixei passar, devia ter comprado em dezembro, quando deram a lista. É bom não levar a criança junto, porque elas querem coisas da modinha e são mais caras. Com a Mila eu consigo negociar, por exemplo, se ela quer um estojo do Stitch, então, por enquanto, não vou comprar uma mochila nova. Gosto de pegar materiais de qualidade, como os lápis de cor, canetinhas, sempre pegamos da Faber Castell, que são um pouco mais caros, mas a qualidade e duração são bem melhores. Os materiais que podem ser ocupados novamente, como tesoura, régua, pastinha, se estão em condições de uso não compramos, e isso serve para a lancheira também, se está boa, não vamos comprar”, comenta a servidora pública, Camila Wilk, mãe da Mila, que está no 3º ano do Ensino Fundamental.
Equilibrar
“Eu ainda não fui nas lojas este ano, só dei uma olhada geral. Tenho dois filhos e o mais velho vai para o 3º ano do Ensino Fundamental e a lista de material escolar dele é bem enxuta, pois a escola onde ele estuda costuma pedir apenas o essencial: cadernos, lápis de cor (12 cores), lápis de escrever, borracha, apontador, régua e tesoura. Sempre pesquisamos os preços antes de comprar, mas acabamos preferindo as marcas tradicionais, que oferecem mais qualidade. Percebo uma grande diferença de preços entre as marcas, especialmente no lápis de cor. Tentamos equilibrar entre materiais de boa qualidade para o que é mais utilizado e optar por preços mais baixos para itens de uso menos frequente. Tem um ponto importante que é a reutilização dos materiais em bom estado, porque é possível reaproveitar muitas coisas. Nos últimos anos, o surgimento de novas marcas tem oferecido boas opções de materiais, com preços mais acessíveis. No entanto, a grande variedade de produtos temáticos – com personagens de filmes, desenhos e do YouTube, especialmente cadernos – acaba nos colocando em uma situação difícil, pois são itens que as crianças adoram, mas, geralmente, têm preços mais altos. Meu filho mais novo começará na Educação Infantil, ainda não tenho acesso à lista de materiais, mas pela experiência, sei que essa fase costuma exigir mais itens”, explica a gerente de marca, Fabíola Saccon Ribeiro.
Valor acessível
“A escola passou a lista de material e como já tínhamos algumas coisas, que sobraram do ano passado, compramos só o necessário e gastamos em torno de R$ 146. Não vamos adquirir mochila, porque a Betina recebe uma da escola municipal. Ela já tinha estojo, então, não foi necessário muita coisa. Optamos por valores intermediários e até compramos algumas coisas que não estavam na lista. O valor gasto foi acessível, foi bom”, comenta a caixa de posto, Clessi Orcewala, mãe da Betina.
Comércio
Segundo o empresário, Tiago Moretto, a procura ainda está baixa pelo material escolar. Ele trabalha desde 1994 com a venda de itens para educação. “A nossa expectativa de vendas, o movimento maior, é na segunda quinzena de janeiro até primeira quinzena de fevereiro. Mas já estamos prontos, trabalhamos com um leque bem grande de produtos, com muita variedade de material escolar”, comenta Tiago.
Ele explica que muitos produtos incidem uma alta carga tributária, sendo em média 45% do valor somente em impostos. “Do ano passado pra cá houve um aumento médio de 10% no valor dos itens escolares. O que mais subiu foi o preço do papel, caderno, que é o carro-chefe do material escolar. Um caderno grande de 80 folhas está em média R$ 9, varia de R$ 6,50 até R$ 18. E o caderno pequeno está na faixa de R$ 4,50 a R$ 6”, observa o comerciante.
“Buscamos nos diferenciar da concorrência ofertando vários produtos para reduzir os preços. Trabalhamos com horários estendidos, estacionamento próprio e parcelamos as compras. Temos as listas completas de materiais das escolas municipais, estaduais e particulares. A gente se prepara bem, deixa os orçamentos prontos para fazer com que o cliente encontre, em um só lugar, tudo que ele precisa”, afirma. O comerciante observa que as listas de materiais diminuíram do ano passado para cá, provavelmente, para se adequar a realidade financeira das famílias.