Existem diferentes histórias de Natal. Algumas envolvem união, família, confraternização, algumas possuem final feliz, outras nem tanto, e também tem aquelas em que o próprio espírito natalino age para construir. E foi uma dessas que viveu o delegado titular da 11ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, Gustavo Ceccon.
“Aconteceu mais ou menos nessa época, há uns dois anos. Eu fui abrir a minha caixa de correspondência, como sempre faço, para pegar as contas e fazer os pagamentos, e aí havia uma cartinha ali, dentro na minha caixa de correio, endereçada ao Papai Noel”, relata Ceccon.
O delegado conta que “eu li e aquilo me sensibilizou, porque não tinha como a pessoa saber de quem era aquela caixa de correio. Alguém deixou ali sem saber que era para mim, nem sei se ela imaginou que o pedido dela seria realizado. Você via que era uma letra de criança. Era uma menina de 10 anos e ali ela pedia que o Papai Noel entregasse para ela brinquedos e uma cesta com doces. O pedido era para ela e uma irmãzinha dela, que tinha dois anos”.
Caiu para mim aquele pedido
“Foi diferente de, por exemplo, ir adotar uma cartinha, que eu sei que muita gente faz. E isso me chamou atenção, porque a dela estava lá na minha caixa de correio. Falei com os outros moradores do prédio e ninguém mais havia recebido. Então, por acaso, pelo destino, caiu para mim aquele pedido. E sei que foi muito importante para elas, mas quem mudou com aquela situação, na verdade fui eu, a gente começa ver as coisas boas. Foi muito bacana”.
Todos os dias esperando
“Eu providenciei as coisas que ela pediu e juntamente com alguns colegas, levamos para ela. Era uma família bem humilde. Quando chegamos, parecia que ela já estava esperando lá na frente. Depois a mãe nos contou que após entregar a cartinha, ela ficava todos os dias ali na frente, na janela, esperando se iria chegar o Papai Noel com os presentes que ela pediu”.
Momento de muita emoção
“A gente chegou, contou que o Papai Noel havia pedido para que entregássemos o pedido e foi um momento de muita emoção para ela e para nós. Ela e a irmãzinha dela ficaram nos olhando, se emocionaram e ficaram numa alegria indescritível, uma felicidade enorme. Sabe, uma coisa tão simples, mas que me fez sentir realizado. Uma coisa que às vezes, para nós, pode até não parecer importante, mas é muito significativo para outra pessoa”.
Guardo com muito carinho
“Aquilo ali me marcou bastante. Nos fez perceber que o espírito de Natal ainda existe e é bem forte. É algo que nos deixa feliz, sabendo que fizemos algo importante para outras pessoas, para crianças. É uma história vivida que eu guardo com muito carinho. Guardo a cartinha até hoje também”.
Quem sabe resgataremos coisas boas
“Achei uma iniciativa bem legal do jornal, ir em busca de contar essas histórias, resgatar esse espírito de Natal, que às vezes deixamos de lado por diversas razões, nossas vidas, nosso dia a dia, como muitas outras coisas boas que, eu acho, viemos perdendo nessa forma como o ser-humano está vivendo. Quem sabe resgataremos coisas boas”, concluiu o delegado.