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Rural

Produtor revela: “nossa região possui um diferencial, que são as cores e sabores”

Cleovane Mazutti de Marcelino Ramos, aposta há 15 anos na plantação de laranjas

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Por Ragnara Zago
Foto Divulgação

A citricultura é uma das mais tradicionais atividades agrícolas, que nos últimos anos, vem ganhando importância no cenário econômico do Rio Grande do Sul. Em Marcelino Ramos, essa atividade tem conquistado espaço nas propriedades rurais.

            Cleovane Mazutti, mora na Linha São Sebastião, distrito de Coronel Teixeira. Desde 2006 investe na citricultura, onde juntamente com a família, plantou os primeiros mil pés de laranjas. Dando segmento ano a ano, os agricultores apostam em um maior número de pomares, onde atualmente já estão com 6 mil plantas de laranja. “É uma cultura em que nos dedicamos inteiramente. Paramos com a produção de leite em 2014, ficando apenas com os citrus”, conta o produtor.

            O foco dos pomares de Mazutti, sempre foi a indústria. “Colhemos e encaminhamos. A única dificuldade é que hoje a distância entre o local de entrega está entre 450 à 300 km de distância dos pomares de nossa região. É uma logística complexa, pois o custo de transporte se torna elevado”, explica.

            A área da propriedade da família hoje conta com 24 hectares, na qual três estão com a plantação dos citrus e as demais, serão investidas posteriormente. “Ano a ano apostamos em novos pomares, pois demora seis anos para obtermos retorno. Nesse período de tempo investimos financeiramente sem receber nada em troca, em tratamento, adubação e todos os cuidados necessários. É uma cultura trabalhosa até começar a colher os frutos”, salienta.

            Marcelino Ramos é considerado o berço da citricultura no Alto Uruguai. Conforme Cleovane, os citricultores ainda encontram dificuldades em função dos pomares terem sido plantados com uma ideologia antiga, de difícil acesso, sem tratamento e de forma manual. “Os novos pomares de hoje, já são plantados de maneira mecanizada. A colheita em si é manual, pois não existe máquina no mundo que colha laranjas, mas os tratores agilizam”, esclarece. Com relação as estações do ano, Mazutti conta que o inverno auxilia na produção. “Nossa região possui um diferencial, que são as cores e sabores. Se esses aspectos não existissem, as fábricas não seriam necessárias aqui. São Paulo por exemplo, não possui essas características nas frutas. O Alto Uruguai hoje é um grande produtor de citrus”, revela Cleovane.

            O produtor afirma que sente orgulho da profissão. “É uma cultura em que eu gosto de trabalhar. Larguei o cargo de metalúrgico em Erechim para assumir a propriedade. Hoje me dedico somente a isso e me envolvo em vários projetos na região”, diz.   

            O técnico em Agropecuária, do escritório da Emater de Erval Grande, Ivonir Antônio Biesek, esclarece que os principais cuidados à citricultura, são com relação a nutrição. “Pomar bem nutrido, adubado, manejado. Com todos esses quesitos a incidência de doenças é menor e o manejo é melhor. Também com relação ao controle de pragas e doenças, que interferem bastante na questão da produção, seja ela qualitativa - com estragos que diminuem a qualidade da fruta - e quantitativa - que diminuem a produção”, esclarece Ivonir. Além disso, segundo Biesek, o sucesso da atividade depende desde a escolha da muda e preparo do terreno do plantio, para se obter êxito.

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