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Alto Uruguai: região perde supervisão do serviço de defesa agropecuária

Segundo Instrução Normativa publicado pelo Estado, os 31 municípios da região ficariam sob coordenação de Passo Fundo

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Recente auditoria mostrou que supervisão regional de Erechim serviria de modelo para todo o estado,
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Divulgação

A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural publicou a Instrução Normativa nº 11/2020 que estrutura e organiza o serviço de defesa agropecuária do Estado do Rio Grande do Sul. A Instrução Normativa (IN) já está em vigor desde o dia 25 de maio, quando foi publicada, pelo período de 60 dias, período em que haverá as adequações necessárias, diz o documento. Na prática, a IN deixa dúvidas e não será positiva para Erechim e região.   

Conforme a coordenadora regional, Magali Salame, da Secretaria Estadual de Agricultura em Erechim se está reformulando os serviços de defesa agropecuária, seguindo algumas pontuações técnicas, porém há dúvidas. “Eu não sei e não tenho certeza o que vai acontecer, porque também questionei e não fiquei convicta das mudanças no futuro”, disse.

Hoje, a coordenadoria regional da Agricultura em Erechim atende 31 municípios, todo o Alto Uruguai menos Sertão, e faz todo o serviço administrativo de todas as inspetorias. Conforme ela, com essa Instrução Normativa, a Secretaria Estadual de Agricultura de Erechim deixa de existir.

Ela explica que agora se está num período de transição, mas seria uma perda muito grande para toda a região, porque os serviços da coordenadoria regional envolvem a produção de suínos e aves, que é expressiva na região, bovinos, a questão vegetal, citros, uvas, agrotóxicos.

Além disso, cinco municípios passam a ter postos de atendimento e não mais Inspetorias Veterinárias. “Porque o Estado está dizendo que não pode ter mais nenhuma Inspetoria Veterinária sem veterinário responsável. Por exemplo, Mariano Moro, Severiano de Almeida e Três Arroios, a Inspetoria Veterinária fica em Severiano de Almeida, e a veterinária atende também Três Arroios e Mariano Moro. Agora, se está rebaixando Mariano Moro para posto”, afirma.

Avaliação

Segundo a fiscal estadual agropecuária, Michele Maroso, da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Erechim, funcionária de carreira, o serviço veterinário permanece.

“Porém, os municípios que não têm o serviço veterinário, por exemplo, Paulo Bento, existe um convênio da prefeitura com o estado, e hoje a supervisão regional é responsável por essa parte administrativa. Esse convênio é feito todo em Erechim - vai pra Porto Alegre, secretário assina -, mas todo o encaminhamento é feito aqui. E se mudar isso vai ser feito em Passo Fundo”, afirma.  

Michele explica que são muitas orientações repassadas aos municípios, envolvendo informações para quem quer colocar um matadouro, laticínio ou um entreposto de ovos. “Hoje temos a supervisão do Dipoa que é a Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal, temos a orientação aqui em Erechim, se mudar vai ser em Passo Fundo”, diz.

Perdas

“Se mudar a região vai perder, infelizmente, não tenho dúvidas”, afirma. Ela explica que a supervisão regional tem uma estrutura mínima, a manutenção é baixa pelos serviços que presta, e tirar a supervisão regional de Erechim teria uma “economia ínfima em relação aos gastos que prefeituras e as pessoas teriam para ter esses serviços”.

E, além disso, acrescenta, “vai gerar uma morosidade em serviços que a regional já resolve. O que era resolvido aqui não vai ser mais, e se terá que ir a Passo Fundo para fazer”. 

Auditoria

Ela explica que auditoria QUALI-SV do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), feita em setembro, mostrou que a supervisão regional de Erechim foi bem avaliada. “Tiramos notas muito boas, fomos uma das melhores a nível do estado”, diz.  

Segundo Michele, as auditoras ainda disseram que a supervisão regional de Erechim serviria de modelo para todo o estado. “E isso foi uma surpresa, porque os critérios da auditoria foram usados para essa Instrução Normativa, e nos retirarem como supervisão, sendo que fomos tão bem na auditoria”, comenta.      

Importante

A fiscal ressalta que a BR 153 é um grande corredor sanitário do estado, por onde entra e sai a maioria das cargas vivas, tanto para abate como engorda em Santa Catarina, Paraná, entre outros estados, e tudo é administrado pela supervisão regional de Erechim, tanto tecnicamente, quanto administrativamente.

“Temos 15 mil propriedades rurais na região, 25 mil produtores, nosso rebanho bovino é pequeno 250 mil cabeças, mas o suíno chega a 600 mil animais, um dos maiores do estado e 15 milhões de aves alojadas. Tudo isso está sob supervisão regional de Erechim junto com as Inspetorias Veterinárias municipais na ponta, é um trabalho em cadeia, muito importante”, afirma.

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