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Economia

‘Em época de emprego escasso, trabalhador perde poder de negociação e fica fragilizado’

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“É certo, porém, que em épocas de emprego escasso e empresas em dificuldades, o trabalhador não terá
Por Salus Loch
Foto Divulgação

Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim e Região, Fábio Adamczuk, o cenário é pessimista para o trabalhador. Segundo o dirigente, é complicado imaginar como, no futuro, se darão as relações de trabalho, principalmente num país em que os direitos dos trabalhadores, segundo ele, foram atacados nos últimos anos, a partir de reformas como a trabalhista e a previdenciária. “A pandemia se dá na sequência de uma dura retirada de direitos. Um exemplo é a reforma trabalhista, que facilita a vida dos patrões, flexibilizando as relações e abrindo o leque de possibilidades de contratação fora do escopo da CLT”, observa.

Adamczuk avalia também que a reforma da previdência atinge tanto empresas quanto trabalhadores; impondo “sacrifícios incalculáveis” aos últimos, colocando “o fantasma do desemprego na velhice como ameaça real”. O presidente do Sindicato ainda pontua que o desafio está posto às empresas que quiserem preservar o emprego de trabalhadores com idade mais avançada. “Elas terão que rever os seus arranjos internos se quiserem manter estes trabalhadores na ativa e diminuir o impacto econômico e social que a Reforma trará”, completa.  

Menor poder de negociação

O dirigente observa também que é difícil prever o total dos prejuízos causados pelo novo coronavírus – especialmente em relação à dimensão do desemprego ou a redução de renda dos trabalhadores ao longo do processo. “É certo, porém, que em épocas de emprego escasso e empresas em dificuldades, o trabalhador não terá poder de negociação, estará fragilizado e propenso a aceitar o que é oferecido – e, em relação a este ponto, o que será oferecido dependerá muito da forma de pensar de cada empresário”, avalia Fábio Adamczuk.

Sentimentos contrastantes

Embora o presidente dos Metalúrgicos destaque a existência de muitos exemplos de solidariedade – com empresas preocupadas com as pessoas e que adotam medidas para amenizar as consequências da pandemia – ele também diz perceber que existem aqueles que continuam “respirando e transpirando sentimentos de ódio em um país dividido”, e que algumas empresas e empresários seguem colocando o lucro e o capital acima da vida de muitos.

Desafio

No momento em que Erechim completa 102 anos, o principal desafio do município, na opinião de Adamcuzk, é criar mecanismos para a discussão de um plano de desenvolvimento que envolva representantes de toda a sociedade.

Esperança

Por fim, Fábio Adamczuk diz esperar que, pós-covid-19, as relações humanas se tornem mais solidárias. “Trata-se, contudo, de um desejo, pois a esta altura ainda não temos condições de prever as consequências da pandemia, para o bem e para o mal”, finaliza.

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