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Saúde

‘Vamos entregar as chaves do Santa Terezinha para o governo do RS’

Diretor executivo, Hélio Bianchi, garante que, caso valores de incentivos repassados à instituição não sejam revistos pelo Piratini, Hospital não renovará o contrato com o executivo gaúcho

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Casa de saúde vem há anos atrasando fornecedores e serviços médicos
Sem uma ‘revisão justa’ dos valores contratados pelo estado, Hélio Bianchi não descarta que o execut
Estudo da secretaria estadual de Saúde comprova: FHSTE também a maior produção do RS e a pior relaçã
Por Salus Loch
Foto Rodrigo Finardi

A Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim (FHSTE) apresenta, segundo dados da secretaria estadual de Saúde, a maior produção entre os 21 hospitais orçamentados do Rio Grande do Sul, com mais de R$ 3,1 milhões/mês. Ao mesmo tempo – de forma contraditória – é a instituição que menos recebe incentivos estaduais (recursos) sobre o volume de produção.

Para se ter uma ideia, num comparativo entre percentuais de incentivo sobre produção, enquanto a FHSTE registra esquálidos 51,77%, hospitais com produção três vezes menor, como Sapucaia do Sul e o HPS, de Canoas, amealham mais de 400%. Numa alusão com o Hospital Municipal de São José do Norte, o quadro – conforme mostra tabela nesta página - se revela ainda pior: a relação passa dos 600%.

A fim de inverter a lógica vigente – sustentada por compadrios e interesses políticos que privilegiam as casas de saúde ‘bancadas’ por deputados e políticos poderosos – a direção do Santa decidiu ir ao que se pode chamar de ‘as últimas consequências’ e alertou nesta terça-feira (17), durante reunião com os secretários de saúde da Amau, na presença do presidente do Conselho dos secretários municipais de saúde do RS (Cosems), Diego Epíndola, que pode entregar as chaves da FHSTE para o governo gaúcho a partir de 31 de março de 2020, quando chega ao fim o atual contrato em vigor.

‘Caso não tenhamos a revisão do contrato firmada em critérios mínimos de justiça e a partir de elementos técnicos, colocando o Santa Terezinha na posição que ele merece por sua produção, iremos passar a gestão para o estado’, bradou Bianchi, pegando de surpresa o próprio presidente do Cosems.

 

De R$ 1,6 milhão para R$ 3,9 milhões

Embora participe de uma comissão que esteja estudando a revisão dos parâmetros que devem pautar os futuros contratos do estado com os hospitais orçamentados, o Santa mostra-se ciente – e profundamente insatisfeito – com a posição mantida ao longo dos anos pela secretaria de Saúde em relação aos pleitos da entidade, que hoje mantém sua operação graças, em boa parte, ao caixa das prefeituras da Amau (com destaque a Erechim), com os quais foi firmada a chamada coparticipação, cabendo aos executivos locais complementarem os custos envolvendo procedimentos que envolvam seus respectivos cidadãos.

Nas contas do Santa Terezinha, o valor dos incentivos estaduais a serem pagos ao hospital – colocando-o em patamar semelhante aos demais – seria de R$ 3.993.3020/mês (122% sobre a produção), contra os atuais R$ 1.625.906,27, que seguem inalterados (e defasados) desde março de 2015. Via ofício, a secretaria de saúde do RS já negou a pedida da direção.

‘Sabemos que para avançarmos até o montante que nos é devido, a secretaria deverá estabelecer uma forma mais justa de redistribuição dos recursos entre todos os hospitais. Vamos batalhar por isso até o fim; e, se não chegarmos a um entendimento, caberá ao estado, por suas forças, administrar o Santa e as consequências que isso trará à toda população regional’, reforça Bianchi.

Recentemente, o executivo gaúcho já assumiu outros três hospitais que enfrentavam dificuldades semelhantes à FHSTE. Em todos eles, após a ‘entrada’ do estado, o volume de recursos injetados nas instituições aumentou substancialmente, embora a produção tenha sofrido pequena ou nula mudança.

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