Você acredita em alienígenas, vida extraterreste, discos voadores, óvnis - objetos voadores não-identificados? Muitos são os relatos de pessoas que viram objetos voando pelos céus do Brasil, impressões que ficaram marcadas na memória e sem nenhuma explicação ou informação mais detalhada, alimentando ainda mais a curiosidade e a inquietação sobre se há ou não vida para além dos limites do planeta Terra. O objetivo dessa matéria é abrir um espaço para contar experiências extraordinárias, vivências que mexem com a nossa compreensão e imaginação, com as nossas crenças, a maneira que aprendemos a conceber e entender a realidade e causam uma inversão de paradigmas. Enfim, falar sobre os mistérios que envolvem a humanidade.
Nesse primeiro relato trago a história do erechinenese, Jorge Augusto Müller, a própria matéria foi uma surpresa, já que o Juca, como é conhecido, é meu pai, e eu não imaginava que ele tinha curiosidade por tais assuntos, já que é um homem de perfil muito metódico e pragmático.
Juca, que nos próximos dias vai completar 69 anos, estava fazendo uma verdadeira faxina nos seus arquivos antigos, documentos, livros e muitos recortes de jornais. Um material que vinha guardando há mais de 30 anos. Por coincidência, eu estava lá naquele dia e vi uns jornais amarelados, perguntei do que se tratava, e ele começou a contar a história daqueles recortes já castigados pelo tempo, mas muito bem conservados, em perfeito estado, diga-se de passagem, apesar da idade.
E para meu espanto, eram notícias de jornais do sul do país sobre discos voadores. E a história não para por aí, o interesse por esse assunto começou quando Juca tinha uns 20 anos, por volta dos anos 1970, quando voltava para casa com o seu pai Amandos e a sua mãe Elisa de uma janta no centro de Erechim. Já era tarde e, de repente, ele avistou um objeto que se deslocava no céu da cidade, brilhava, uma cor prateada, que saiu de trás do Colégio Medianeira e foi desaparecer atrás das torres da antiga Catedral.
A partir daí o seu interesse no assunto só aumentou. O mais curioso é que houve uma segunda vez em que se deparou novamente com tal situação. Agora nos anos de 1980, numa viagem de negócios pela empresa que na época trabalhava. O grupo viajava de ônibus, era de noite e voltava para Erechim, estavam perto de uma lavoura de maçãs em Bom Jesus, e ele avistou pela janela novamente um objeto luminoso, este de cor mais amarelada, voando no céu. “O mais impressionante é que parecia que a ‘luz’ acompanhava o ônibus e fez isso por alguns instantes”, lembra.
Depois dessas experiências, Juca nunca mais teve algum tipo de contato com algo parecido, mas a curiosidade e a inquietação ficaram pulsantes, o que o fez procurar ao longo dos anos, em vários jornais, todo tipo de notícias sobre discos voadores.
Recortes de jornal
Um dos recortes de jornal, mostra Juca, traz justamente um fato ocorrido em Erechim, publicado em 26 de outubro de 1989 pelo Correio do Povo, na editoria Interior. Com o título – Fenômeno estranho sacode Erechim – a matéria fala sobre um estrondo ouvido por várias pessoas na cidade, e que pelo menos uma delas teria visto uma “grande bola luminosa rasgando o céu”. Diz o texto, “a bibliotecária Lucimar Sampaio, de 23 anos, relatou que viu ‘uma coisa do tamanho da lua’ precedendo o som, que pareceu ser um trovão e sacudiu os vidros das janelas”. A reportagem, na ocasião, ouviu o geógrafo da então Fapes, Nédio Piran que supôs, a princípio, se tratar de um meteorito. “Outra explicação seria a queda de um satélite anunciada pela Nasa. As duas possibilidades, porém, foram descartadas pelo professor Piran, pois o objeto não caiu, foi avistado cruzando horizontalmente o céu. Com base nisso, ele admitiu que pode se tratar de uma nave espacial”.
A mesma matéria conta ainda, que dois meses antes, então agosto de 1989, “efetivos do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil de Porto Alegre estiveram em Entre Rios do Sul, a 55 quilômetros de Erechim, fazendo um levantamento nas águas da barragem num local onde quatro agricultores afirmaram ter presenciado a queda de um Objeto voador Não-Identificado (Ovni)”.
E, continua, “o objeto teria deixado um rastro de fumaça no ar, com o impacto, feito as águas da barragem subirem a mais de 100 metros. Como fazia muito frio na época (agosto) e os policiais não dispunham de equipamento suficientemente sofisticado para fazer uma busca mais cuidadosa, uma vez que, no local, a profundidade é de 25 metros, a investigação não foi concluída”.
São Paulo
“Casal perseguido em estrada do interior de SP por disco voador”, é o título de outra matéria dos arquivos do Juca. “ASSIS, São Paulo, 17 (CP) – Uma cena mais atemorizante do que o começo do filme norte-americano ‘Contatos Imediatos de Terceiro Grau’ – um objeto luminoso perseguindo um automóvel na estrada - tornou-se realidade no interior paulista, segundo contam os protagonistas.
“Neste caso, ocorrido em Conceição de Monte Alegre, o ‘disco-voador’ perseguiu um casal acompanhado de três filhos, às 21 horas do último domingo, de acordo com as testemunhas, e, nas segunda-feira, ‘voltou’ para provocar o desabamento do teto de um restaurante, os perseguidos haviam se refugiado. O delegado Antônio Ubirajara Rodrigues Oliveira, de Paraguaçu Paulista, não duvida do aparecimento do estranho objeto, mas acha que não houve ‘vingança’ dos seres extraterrenos. Para ele, o desabamento foi mera coincidência, embora os personagens da história digam que o restaurante ficou todo iluminado antes do teto desabar”.
Perguntei se ele ainda acredita em discos voadores e ele me respondeu que não acompanha muito mais esse assunto, mas o mistério em relação ao que ele viu continua até hoje.