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Economia

Hortifrúti: clima reflete em oscilação de preços

Em Erechim a variação está entre 10 e 40%. Entre os produtos que estão com valores baixos, estão o tomate e os cítricos

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O tomate está com valores mais acessíveis, podendo ser encontrado pelo preço abaixo de R$ 3,00
Por Amanda Mendes
Foto Amanda Mendes

Os consumidores já estão sentindo no orçamento mensal a variação nos preços de produtos da linha de hortifrúti. Como é o caso de Joveli Líbero, "a maioria dos legumes está com valores elevados: tomate, cebola e brócolis foram os que eu mais percebi. Isso compromete muito nossa renda, principalmente nessa época, pois sobem muito", contou à reportagem do Jornal Bom Dia. 
De acordo com o gerente-técnico das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), Claiton Colvello, a justificativa está relacionada a questão climática, considerando que com o frio se intensificando, o custo para abastecer os mercados locais aumenta.  
"A nossa metodologia só consideração oscilação a partir de 25% para mais ou menos, abaixo disso é considerado normal ao mercado. Neste cenário, os fatores que mais influenciam na variação de preços é o clima, época do mês, o poder aquisitivo do consumidor, a relação entre a oferta e procura e as safras. Contudo, a região Sul e nosso Estado, possui um clima muito diferenciado no comparativo com outras regiões do País. Nesse período que o frio fica mais forte, desde o outono, a produção de alguns seguimentos de hortaliças, tais como tomate, pimentão, abobrinha, vagem, começam a reduzir drasticamente. Com isso, a alternativa é sermos abastecidos com lavouras do Sudeste e de Goiás", pontuou Colvello. 
Neste sentido, são esses Estados que definem os valores. "Assim, irá depender de como foram as safras, tamanho de lavouras e clima. No entanto, nesse ano o frio foi intenso em diversas regiões, até no Sudeste, por isso a oscilação está ocorrendo, afinal, o custo para transportar aumenta, pois a distância é maior e o frio também refletiu na produção de lá", acrescentou. 
A notícia boa é que mesmo percorrendo longas distâncias para chegar à mesa do consumidor, a qualidade não é afetada.  "O tempo de transporte não interfere na qualidade dos produtos, só a condição climática na região produtora. Antigamente essa distância até interferia, considerando que a qualidade dos transportes não era boa, mas atualmente temos estradas e caminhões ótimos e bem equipados", destacou o gerente-técnico. 
Colvello sinaliza, ainda, que os mercados do interior do Rio Grande do Sul têm uma vantagem. "Eles abastecem em horários diferenciados, bem cedo, para que perto de 12h já estejam retornando aos seus municípios. Assim, no início da noite eles já podem abastecer seus estoques. E a questão do transporte não é algo que deve causar preocupação, afinal, às vezes o produto está sendo mantido em melhor estado no caminho do que nos mercados", concluiu. 

Cenário na "Capital da Amizade"
Em Erechim a oscilação está entre 10 a 40%, dependendo do produto. Isso é o que relata o responsável pelo setor de hortifrúti de um supermercado do município, Alcione Vilson Martin. "Os itens que sofreram uma leve alteração e aumentaram os preços foram: banana, berinjela, abobrinha, chuchu, couve-flor e cebola". Martin argumenta que o frio e a geada que ocorreram em Santa Catarina (Estado que abastece o mercado com bananas, por exemplo), prejudicou a produção. Por outro lado, os itens que se dão bem com o frio, estão com valores mais baixos, que é o caso do tomate e os cítricos, que são de produtores da região. 
Conforme o representante da Agas em Erechim e vice-presidente da Rede União, Ademir Favero, os valores subiram por causa do frio registrado na última semana. "Está repercutindo na oferta do mercado e como a região não produz todos os itens o ano inteiro, ficamos dependente de outras regiões. Isso implica em custos para chegar até a 'Capital da Amizade'. Esses períodos de frio, chuva e geadas acabam com as produções ou às vezes só inibe o desenvolvimento da fruta", relatou.
Segundo Ademir, a banana que antes era vendida abaixo de R$ 1,00, está subindo; o tomate que era cerca de R$ 5,00 pode ser encontrado abaixo de R$ 3,00; e a laranja, que era R$ 7,00, está abaixo de R$ 2,00. 

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