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Saúde

Oficinais culturais como apoio para o tratamento da saúde mental

Para a psicóloga do Caps II de Erechim, Tais Duarte, é preciso ampliar a visibilidade para reconhecer a existência de "dores psicológicas"

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A oficina de coral é uma das atividades desenvolvidas com os pacientes do Caps II
Psicóloga do Caps II de Erechim Tais Duarte
Por Amanda Mendes
Foto Amanda Mendes

A campanha "Janeiro Branco" dedica os primeiros 31 dias do ano para cuidar da saúde mental das pessoas. Neste sentido, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Erechim estão intensificando as oficinas com os pacientes. 
Conforme a psicóloga do Caps II Tais Duarte, a campanha busca fortalecer a divulgação de aspectos que envolvem a saúde mental e promover espaços de reflexão sobre a qualidade de vida psicológica. Tais destaca ainda, que o maior desafio está na identificação das doenças mentais e como as pessoas podem se orientar na busca pelo tratamento. 
A psicóloga explicou à reportagem do Jornal Bom Dia, que o Caps auxilia neste processo de identificação e posteriormente traça um plano de tratamento conforme as demandas que o paciente apresenta. "Ele pode chegar ao Caps por um encaminhamento médico ou por busca espontânea. O primeiro passo será a realização de uma triagem para detectar o que está acontecendo e assim, fazermos uma acolhida e traçar seu tratamento". Tais ressalta que o trabalho é desenvolvido por uma equipe multiprofissional, com psiquiatras, psicólogos, terapeutas, enfermeiras e assistentes sociais. 
Para ela, a sociedade precisa se sensibilizar com as dores que transcendem o aspecto físico. "O problema é que as "dores psíquicas" ninguém enxerga, só sentimos, e, com isso, a sociedade tem resistência em reconhecer que ela existe. Portanto, é preciso oportunizar espaços para refletir sobre isso, conversando e discutindo possibilidades de tratamento. A sociedade precisa perceber que além do corpo, as pessoas também precisam cuidar da mente", pontua a psicóloga. 
Conforme a diretora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Vania Specht, mesmo em período de férias os Caps seguem desenvolvendo normalmente as atividades e oficinas. No entanto, o Caps II ficou as duas primeiras semanas de janeiro realizando trabalhos administrativos, considerando o pedido dos pacientes por um recesso. Com isso, Tais mostra que esse período foi utilizado para avaliar, reformular e planejar as oficinas. 
Segundo a psicóloga, as oficinas são responsáveis por unir o tratamento médico, mas também o aspecto cultural e lúdico, junto ao trabalho multiprofissional. 

Oficinas: espaço que fortalece a convivência 
Tais enfatiza que as doenças mentais muitas vezes resultam em um isolamento social. "Como se trata de sentimentos, muitas vezes as pessoas optam por ficar sozinhas e o próprio estigma que a doença carrega auxilia nisso. Com isso, o Caps busca de certa forma uma ressocialização, potencializando sua autonomia e as oficinas oportunizam isso, o contato com outras pessoas, conversas e trocas sobre suas experiências, por exemplo". 
Rosicleia Iaroszeski da Silva, paciente há 15 anos do Caps II, mostra que as oficinas têm um papel importante em sua vida. "Não é só a medicação. Participar das oficinas também me traz uma alegria imensa e isso ajuda muito o tratamento". 
Já para a paciente Marjane Terezinha, o espaço representa um segundo lar. "Além do auxílio com os medicamentos, a gente se ajuda, todos cuidam um do outro. Somos uma família, afinal, as outras pessoas nos veem de uma forma diferente e aqui nos entendemos", destaca. 

 

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