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'Dança é movimento, arte, alma e amor'

A dança, que na infância fez a bailarina Fernanda Paier recuperar-se de problemas ortopédicos, é hoje responsável por levar a jovem a diversos cantos do mundo. E ela não pretende parar por aí

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"Nunca desistam dos seus sonhos", aconselha Fernanda
Por Salus Loch
Foto Jucélia Comparin Artusi

A história de Fernanda Paier com a dança vem da infância e nasceu por uma necessidade. Aos quatro anos, ela foi diagnosticada com sérios problemas ortopédicos (coluna). À época, o aconselhamento médico era de que a pequena praticasse ballet. Mais do que a cura, ali Fernanda encontrou a paixão que a fez conhecer o mundo, a partir de muito esforço e a busca constante pela qualificação. 
Especialista em dança oriental, Fernanda Paier, de 28 anos e que é natural de Entre Rios do Sul, leva, hoje, seu charme e talento a países que até meados dos anos 2000, sequer imaginava conhecer. 
Nesta entrevista do projeto 'Por Onde Andas?', do Jornal Bom Dia, a jovem conta um pouco de sua trajetória, dá dicas para quem sonha seguir caminho semelhante e revela que seu objetivo, agora, é chegar à Ásia - o que a levaria a uma conquista interessante: apresentar-se em praticamente todos os continentes do globo.

Como foi sua trajetória e quando surgiu o gosto pela dança?
Desde pequena sempre gostei de dançar e isso me fez, com o passar do tempo, buscar a qualificação necessária para construir uma carreira fazendo aquilo que amo. Cursei Educação Física, fiz pós graduação em dança e consciência corporal, especialização em dança oriental e muitos cursos em vários outros estilos. Comecei a atuar como professora de dança aos 20 anos até que em uma viagem de estudo para os Emirados Árabes e Egito, com um grupo de bailarinas, conheci a primeira companhia em que trabalhei em âmbito internacional na cidade de Sharm el Sheik no Egito, onde fiquei um ano.

Um ano no Egito... Deve ter sido interessante, como foi esta experiência?
Foi maravilhosa. Mas, decidi que não deveria parar por aí. Era preciso ampliar o meu trabalho. Fui a busca de outras companhias, pois algo me dizia que era apenas o começo de muitas oportunidades que poderiam surgir, caso eu me esforçasse. Preparei, então, todo o meu material: currículo internacional, vídeos de várias modalidades de dança que eu fosse apta a praticar e fotos profissionais-artísticas. Comecei a enviar para companhias que eu sabia que recrutavam bailarinos ao redor do mundo.

No escuro?
Quase. Mas, sabia do meu potencial e de que havia mercado. Até que um bailarino árabe, que trabalhou comigo no Egito, comentou que estaria indo para a Turquia e a companhia dele (Ezgi Organizasion) estava precisando pessoal para a temporada de verão. Ele me indicou. Após contato, enviei o material, participei da seleção e acabei sendo chamada. Foram sete meses (um de preparação e ensaios, e seis meses de shows e apresentações). 

Na Turquia você pode levar um pouco da cultura brasileira para os shows... Certo?
Sim. Embarquei para lá em março de 2018. Fechei o contrato para trabalhar dentro de um grupo que possuía um show internacional chamado: 'The dances around the world'. Éramos 14 bailarinos - todos eles ucranianos e russos; somente eu de brasileira. Dentro deste show procurávamos mostrar algumas danças e culturas de várias partes do mundo, como: Índia, Egito, Rússia, Brasil, Espanha, entre outros. O contrato foi finalizado no final de outubro e após essa linda e gigante experiência, com diversos tipos de artistas, bailarinos, cantores, mágicos, acrobatas, ginastas, posso dizer que amadureci muito sem sair do que chamávamos de 'nossa casa', pois morávamos todos os artistas no mesmo complexo da companhia. 

Encerrada esta temporada de verão, qual o próximo destino?
Cheguei recentemente ao Brasil, após esse contrato da Turquia. No momento, estou em busca de novos horizontes, querendo sempre ir um pouco mais além. Aguardo retornos da Ásia desta vez, mais precisamente da China, pois tenho algo muito forte e que gostaria muito de realizar que é trabalhar e levar a minha arte a praticamente todos os continentes do mundo. 

Que dica você daria a jovens que sonham em fazer carreira na dança, sejam de cidades grandes ou pequenas como a sua Entre Rios?
Nunca desistam dos seus sonhos. A dança é movimento, arte, alma e amor. Tenham foco, busquem a qualificação necessária e se esforcem. Com fé, paixão e trabalho, as coisas acontecem.

Curiosidade:
Embora tenha raízes no ballet, especialização em dança oriental e leve o samba brasileiro mundo a fora, Fernanda revela que as danças urbanas são o seu estilo preferido.

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