A Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC), unidade descentralizada da empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresenta algumas de suas contribuições para a suinocultura, avicultura e meio ambiente durante o Show Rural Coopavel que acontece de 1º a 5 de fevereiro no Parque Tecnológico do Show Rural em Cascavel (PR).
Abatedouro móvel para suínos
Apresentado em setembro de 2015, o abatedouro móvel para suínos funciona em um container adaptado e instalado em um caminhão para auxiliar pequenos suinocultores a realizar abates respeitando padrões de sanidade e bem-estar animal. Desenvolvido pela Embrapa Suínos e Aves e pela empresa Engmaq, de Peritiba-SC, a instalação ajuda a diminuir o custo da atividade e permite que produções em pequena escala tenham legalização fiscal e possam até ser vendidas para outros municípios ou estados.
Na chamada "área suja", o abatedouro móvel de suínos conta com equipamento para insensibilização dos animais, mesa com calha de sangria, tanque de escalda com termostato, depiladeira e área para toalete (raspagem final dos pelos) e remoção do ouvido médio (para evitar contaminações na carne). Já na "área limpa", de circulação restrita, há um local para evisceração e corte da carcaça além de mesa para inspeção das vísceras.
Após o corte, as carcaças seguem para a câmara fria, estrutura que pode ser móvel ou fixa. As áreas "suja" e "limpa" têm entradas exclusivas e, em cada uma delas, há uma pia para higienização. Há também esterilizadores de facas. O deslocamento da carcaça no seu interior para a câmara fria é feito por uma nória (gancho móvel que corre em trilhos no teto).
Na configuração apresentada pela Embrapa e Engmaq, a instalação tem uma capacidade de abate de 80 suínos com até 130 kg de peso vivo em uma jornada diária de oito horas, contando com sete operadores. Trabalhando em sua capacidade máxima, em uma única estrutura, é possível realizar o abate de até 19 mil suínos por ano.
O abatedouro precisa ser tracionado por um caminhão tipo "cavalo rebocador" para ser transportado entre os pontos de produção. Esses locais devem ter uma estrutura de apoio para a operação, imprescindível para o bom funcionamento da tecnologia e para o cumprimento integral das leis e normas nacionais de licenciamento ambiental e sanitário.
Arranjo tecnológico para produção de fertilizante orgânico - Adumax
O Adumax é um fertilizante orgânico indicado para todos os tipos de cultivos, em especial para fruticultura, fumicultura, horticultura e produção de mudas florestais. Foram mais de dez anos de pesquisas na área da compostagem de dejetos suínos. A partir de 2011, em parceria com várias empresas, a Embrapa viabilizou a primeira experiência prática do arranjo, envolvendo uma grande agroindústria, seus integrados, empresas de equipamentos para a compostagem e uma indústria de ensacamento do adubo orgânico.
O arranjo tecnológico inclui a produção de suínos, com os dejetos servindo de matéria-prima para a compostagem e o enriquecimento do fertilizante. Depois, vem a compostagem, quando os dejetos são distribuídos por uma máquina em um leito com serragem proveniente de madeira de reflorestamento. E, por fim, a fábrica de adubo, onde o composto orgânico é peneirado e embalado para comercialização.
Entre os benefícios do uso de um fertilizante orgânico estão a geração de renda pela venda do produto; a possibilidade de ampliação do plantel de suínos em uma mesma área; a destinação ambientalmente correta para os dejetos suínos; a baixa emissão de gases de efeito estufa (gás metano); a reciclagem de resíduos da produção; a redução de odores no tratamento; a possibilidade de obtenção de créditos de carbono; o aumento de matéria orgânica no solo; e o fato de ser uma tecnologia contemplada no programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) do Governo Federal.