Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Desde o início da Novena dia 03 deste mês e ainda a Romaria de Fátima deste domingo, vivemos um grande Retiro Espiritual em nossa Diocese, possibilitando a todos participarem. Romaria é caminhar com Maria em busca d’Aquele que é o sentido mais profundo de nossa vida: “Cristo Jesus, nossa esperança” (1Tm 1,1). “O Mês Missionário que estamos vivendo reforça nosso compromisso com a evangelização, incentivando-nos a olhar para Maria como modelo perfeito de discípula missionária”.

Prezados irmãos e irmãs. Vivendo esta 74ª Romaria Diocesana ao Santuário Nossa Senhora de Fátima, meditamos em sintonia com o Jubileu deste ano, através do tema proposto: “Com as virtudes de Maria, Peregrinos de Esperança”. Rezamos também com o lema: “Esperança nossa, salve”!  Depositamos em Maria nossa confiança, pois ela sempre intercede por nós.

Na Primeira Leitura (Est 5,1b-2; 7,2b-3), contemplamos a atitude corajosa da rainha Ester, que intercedeu junto ao rei pela vida de seu povo, em perigo de ser eliminado. Ester expôs sua vida para salvar seu povo. Sua atitude lembra-nos as palavras de Jesus: “O bom pastor dá sua vida por suas ovelhas” (Jo 10,11b). Desta forma, Ester prefigura Maria, que, sempre atenta, intercede continuamente por todos nós junto a Jesus. Assim, a atitude e a coragem de Ester são exemplo, mostrando-nos como devemos agir.

A Segunda Leitura retoma o Livro do Apocalipse (Ap 12,1.5.13a.15-16a;). A “mulher vestida de sol”, que “deu à luz um filho homem” e que enfrenta as forças do mal com absoluta confiança na proteção divina é referência a Maria. No Apocalipse, esta mulher, imagem de Maria, perseguida pelo dragão, é também imagem da Igreja que, continuamente, passa por perseguições, mas “permanece protegida e sustentada pela graça divina”.

O Evangelho (Jo 2,1-11) apresenta Jesus e Maria nas Bodas de Caná. O que ocorreu nesta festa de casamento é sinal do que acontecia na vida do povo. Maria disse: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3). Vinho é símbolo daquilo que traz alegria na vida das pessoas. Maria percebe a falta de vinho e não se conforma. Há nela uma indignação profética. Como a rainha Ester, Maria preocupou-se com o que faltava para as pessoas terem vida digna.

Maria, confiando em Jesus, recorreu a Ele. Não é comum que um convidado num casamento assuma a responsabilidade pela festa. Com esta atitude, Maria se colocou no lugar dos noivos e assumiu, como seu, o problema deles. Sua posição é de alguém que se preocupa com a necessidade do outro, como foi com a rainha Ester, e cria um processo de solução.

Caros irmãos e irmãs. Maria tinha a convicção de que vida digna, alegria, paz..., encontram-se na acolhida e na vivência da Palavra de Jesus. Por isso, fazer a vontade de Jesus é tudo o que Maria deseja. Para que os convidados pudessem voltar a ter vinho bom, alegria plena, Maria desencadeou um processo, envolvendo a todos. Entendemos, hoje, que ninguém resolve individualmente um problema! Maria levou a questão a Jesus: Eles não têm mais vinho! Depois se dirigiu aos serventes e disse: “Fazei tudo o que Jesus vos disser!” Jesus falou aos serventes: Enchei as talhas de água! Os serventes encheram-nas até a boca! Finalmente, Jesus ordenou que levassem ao mestre-sala.

Nas Bodas de Caná, Maria foi aquela que percebeu a necessidade e, confiando plenamente em Jesus, fez com que todos se empenhassem para transformar aquela situação de falta de vinho. A água foi transformada em vinho, e vinho da melhor qualidade. Jesus é portador de uma Palavra que, quando acolhida e vivida, transforma. Por isso, o Mandamento de Maria continua tendo importância hoje: “Fazei tudo o que Jesus vos disser!”.

Caríssimos irmãos e irmãs. Que a participação nesta Romaria nos faça sentir a alegria e a esperança que brota do encontro com Maria e imitando suas virtudes, possamos nos aproximar ainda mais de seu Filho Jesus, dispostos a fazer tudo o que Ele nos disser.  

Deus abençoe a todos e bom domingo!