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Blog do Neivo Zago

Neivo Zago

Racionalizar para não racionar

Por Neivo Zago

Falar sobre o tempo (clima) é o primeiro assunto de uma conversação. Depois vem a família, o futebol, o trabalho. É o que se diz em inglês “small talk”. Faz parte dos diálogos: reclamar do calor ou do frio; ou chove demais ou faz seca tão sentida, mormente nos estados que passam por intempéries das mais graves já ocorridas.

O lado negativo da falta de água todos nós sabemos. Assim como também sabemos o que o seu excesso pode causar. Seja em uma, ou em outra circunstância, sentimos as graves consequências que, tantos as enchentes quanto à estiagem acarretam às pessoas atingidas. E, o pior de tudo é que o ser humano ainda não aprendeu que as suas ações deletérias em relação ao meio ambiente são as principais causadoras das mudanças climáticas sentidas na pele, mormente nos últimos anos.

Quantas famílias, escolas, empresas, e repartições públicas, e afins desperdiçam energia elétrica e água! E esse hábito perpassa a produção de alimentos que é perdida na proporção de um terço, desde a sua origem até o momento que chega à mesa do consumidor, sem mencionar as sobras de comida. Com a água e a luz não é diferente. Dados estatísticos comprovam que uma de três partes da água tratada é desperdiçada e não é diferente em relação à energia elétrica. Sobre esses temas já escrevi há anos, porém tudo se repete. E não retomo o assunto agora, só porque li há alguns dias a matéria neste jornal, na qual a AGER estava apelando para o uso racional da água.

Meu pai quando vivo, há décadas, já era um sábio e eu não sabia. Era um economista sem ter faculdade e diploma. Tinha dentre as suas qualidades a parcimônia por excelência, qualidade que penso, em parte, ter herdado. Ele não tolerava desperdício de qualquer natureza. Valorizava uma moeda encontrada no chão; recolhia um prego, um parafuso ou outro objeto estranho jogado por aí, não tanto pelo seu valor, mas porque poderiam causar danos aos pedestres ou até furar pneus de carros. Reciclava tudo o que podia ser. Ele não tolerava luz ligada em ambiente sem a presença de alguém. Era bronca na certa! A mesma reprimenda ocorria quando escutávamos o rádio em demasia como era o nosso antigo aparelho movido a válvulas – um vilão em consumo de energia.

Racionalizar, reitero, é um termo que vestiria como uma luva no Senado, nas Assembleias, nas Câmaras e outras tantas instâncias públicas; escolas, repartições em geral, onde ainda parece valer o conceito que a coisa pública, (a res publica) é de todos para usar e de poucos para se responsabilizar. Um exemplo da falta de bom senso, coerência e de como racionar foi dado certa vez por uma usuária de um clube de lazer local que, em uma época de racionamento de água, se demorou embaixo do chuveiro e quando foi avisada pela atendente da piscina simplesmente respondeu: “eu estou pagando”, como se ela fosse à dona do clube e do mundo. Ora, isso é ignorância pura, é egoísmo; é falta de solidariedade, de leitura e de civilidade.

Para mim, e não é jactância esse alerta da AGER, não faz sentido, até porque, como dito acima, nasci, cresci e fui educado em família na época de muitas dificuldades e tudo deveria ser usado com parcimônia, desde a comida, o vestuário, enfim o desperdício e o exagero jamais faziam parte do nosso cotidiano. Diferente da geração atual, a do descarte, da produção exagerada de lixo e do transitório: estragou joga fora. Precisamos urgentemente mudar certos comportamentos e atitudes. Para tanto é preciso que cada um faça a sua parte.

P.S.: Dia 12, lembramos com saudade o quarto ano da passagem do fiel amigo e colega Prof. Guilherme Barp. Dissolveu-se o grupo A Voz do Povo, bem como cessaram, desde a sua partida, os encontros semanais para o bate papo na Cafeteria Felicità, hoje funcionando em outro endereço.  

 

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