O Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, comemorado em 12 de junho, tem como principal objetivo alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado das cardiopatias congênitas, que são alterações na estrutura ou funcionamento do coração presentes desde o nascimento. Trata-se da causa mais comum de óbitos entre recém-nascidos, tornando a conscientização e o acesso à informação fundamentais para salvar vidas.
A importância da conscientização sobre as cardiopatias congênitas
Na tarde de ontem, dia 12, Erechim sediou o I Encontro Municipal de Conscientização sobre Cardiopatias Congênitas, no Espaço Cooperar Sicredi. O evento gratuito foi promovido pela Prefeitura de Erechim, através da Secretaria Municipal de Saúde, e reuniu autoridades, profissionais da saúde, convidados e membros da comunidade.
Estiveram presentes o secretário de Saúde, Vianei Mueller; a secretária adjunta, Daniele Colla; a coordenadora da Secretaria de Saúde, Ana Zaions; além de representantes da saúde pública e privada. O encontro contou com palestras de profissionais, trocas de experiências e depoimentos de mães que vivem a cardiopatia no dia a dia com seus filhos.
Relatos emocionantes marcaram o início do evento
A abertura do encontro foi dedicada a ouvir as vozes de quem vive, diariamente, os desafios das cardiopatias congênitas. As mães Caroline Wilk e Ivone Sotoriva compartilharam as histórias de vida de seus filhos e sensibilizaram o público com relatos de superação, luta e esperança.
Caroline, que há 16 anos convive com a cardiopatia do filho, destacou a importância do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento especializado. “Há vida com a cardiopatia. Quando recebi o diagnóstico de morte, me disseram para me preparar para perdê-lo. Mas Deus quis que ele estivesse aqui hoje, porque ele é um milagre”, afirmou. Seu filho passou por oito cirurgias cardíacas, e o acompanhamento é feito até hoje na Santa Casa de Porto Alegre. Caroline também defendeu mais investimentos em cardiologia pediátrica e incentivou que mais profissionais escolham essa especialidade.
Ivone Sotoriva, por sua vez, compartilhou uma experiência mais recente. Sua filha, Júlia, foi diagnosticada com três sopros no coração com apenas um mês de vida. Após a cirurgia, relatou uma transformação visível na filha: “Ela acordou diferente. Interagia de forma diferente. E surpreendia os médicos todos os dias com sua recuperação”, relatou emocionada.
Palestras médicas aprofundaram o conhecimento técnico sobre o tema
Além dos depoimentos, o evento contou com uma série de palestras que trouxeram embasamento técnico e científico para o debate. A médica ginecologista e obstetra, especialista em medicina fetal, Mariane Ongoratto Lumi, iniciou a programação abordando “Exames laboratoriais e de imagem no pré-natal: como e quando solicitar”.
Na sequência, a médica pediatra especialista em cardiopatias e arritmias, Luísa Pigatto Kalil, participou de uma live sobre a apresentação clínica das cardiopatias congênitas na infância.
A médica pediatra, ecocardiografista e cardiologista, Cristiane Zill, abordou os avanços tecnológicos e a evolução histórica relacionadas as cardiopatias congênitas. Por fim, a médica residente em pediatria, Graziele Salcher, falou sobre os cuidados específicos com o bebê cardiopata.
Conscientização que salva vidas
O I Encontro Municipal representou um importante passo para desmistificar a cardiopatia congênita e reforçar a urgência de ações coordenadas entre poder público, profissionais da saúde e sociedade civil. Por meio da troca de vivências, conhecimento científico e sensibilização, o evento evidenciou que a informação é uma das ferramentas mais poderosas na luta pela vida de crianças com cardiopatia congênita.