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Economia

Aluguel pesa no bolso de comerciantes

Jornal Bom Dia conversou com representantes de pequenas empresas deste setor para saber como estão as vendas e quais as principais dificuldades

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Comércio de Erechim
Ires Rigo ressalta que está muito difícil o comércio
Aluguel é um desafio afirma Cristiane Carla Pereto
“Se eu tivesse que pagar aluguel já tinha fechado este negócio”, comenta Gilda Tomkelski
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Ígor Dalla Rosa Müller

As micro e pequenas empresas são fundamentais para a economia do país, na geração de emprego e renda, e no desenvolvimento humano e econômico dos municípios brasileiros. Erechim tem cerca de 20 mil CNPJs ativos que se dividem nas áreas de serviços, comércio e indústria, e milhares deles são de micro e pequenos negócios, segundo informações da prefeitura. Nesta entrevista, o Jornal Bom Dia conversou com representantes de pequenas empresas do comércio para saber como estão as vendas e quais as principais dificuldades do setor.    

“Está muito difícil”

A comerciante de roupas, Ires Rigo, 77 anos, está há 35 anos trabalhando neste setor, no centro de Erechim, atualmente, na rua Alemanha, e já está aposentada, mas continua no balcão atendendo os clientes, diariamente. “Só com a aposentadoria não se vive”, afirma.

Ela ressalta que está muito difícil o comércio, faltam clientes, existe muita concorrência e o aluguel do imóvel está muito alto. “O que a gente percebe é que as pessoas estão sem dinheiro, tem dias que eu não vendo nada. Como um negócio vai sobreviver sem vendas? Mas não dá para se desesperar. Teve épocas em que se vendia melhor, mas sempre houve dificuldades e de uns 20 anos para cá elas só aumentaram. Hoje, eu trabalho com vários tipos de roupas, vendo melhor as de tamanho bem grande, como camisetas, pijamas, jeans, casacos. Este é o público que mais vendemos. Então, eu e minha funcionária, que está junto comigo há 23 anos, sempre procuramos atender bem as pessoas”, observa Ires.

“Aluguel é desafio”  

Cristiane Carla Pereto trabalha há 23 anos com venda de lãs e linhas, na rua Torres Gonçalves na área central do município e, na maior parte deste tempo, exerceu a profissão como funcionária da empresa. Há seis meses, ela comprou a loja em que trabalha e passou a ser proprietária do negócio.

Ela ressalta que o inverno é a estação do ano em que mais se vende. “Mas o que está mudando bastante, de um tempo para cá, são as compras pela internet, mas ainda assim, muitas clientes antigas gostam de vir para loja. Esta é a época boa para a venda de lãs e linhas, porque vende bem. As nossas clientes utilizam estes materiais para fazer um dinheiro extra, confeccionar produtos em casa ou ter uma outra atividade”, comenta Cristiane.   

A rotina como empresária é recente, mas a experiente vendedora atende a clientela, sozinha, com atenção, inclusive, enquanto era entrevistada, fez uma pausa e foi vender para os clientes que entraram na loja. “Um dos maiores desafios, no momento, é o aluguel que está muito alto e pesa muito nas contas. Se fosse um pouco menor já ajudaria bastante. Como eu disse, há muitas pessoas comprando pela internet e isso diminui o nosso faturamento. A minha expectativa é que continue vendendo”, observa ela.

“Se pagasse aluguel já teria fechado a loja”

“As vendas estão bem ruins e a situação está bem difícil”, afirma a comerciante, Gilda Tomkelski, que há três anos abriu a própria loja, na rua Alemanha, para vender pijamas, roupas íntimas, lingeries, ao público feminino. Recentemente, ela abriu, também, um pequeno salão de beleza junto à loja, para aumentar o rendimento dos negócios.

Na avaliação de Gilda, este é o pior ano em vendas, que estão muito baixas. “O primeiro ano tivemos boas vendas. O segundo ano de empresa foi mediano e no terceiro ano da loja está muito ruim, é o pior dos três. Se eu tivesse que pagar aluguel já tinha fechado este negócio. O meu forte é que aquilo que eu compro eu pago, o que tem aqui dentro é da loja, e o que vender é lucro. Só que o problema é vender, está bem complicado”, explica.

Gilda comercializa seus produtos para um público feminino bem diversificado, desde meninas até mulheres da terceira idade e, mesmo assim, está tendo dificuldades para vender. “A diferença é que eu não pago aluguel, ressaltando, porque se tivesse este custo a mais eu teria que fechar a loja”, afirma ela.

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