A história da Cooperalfa e do surgimento do sistema cooperativo no Oeste catarinense se confunde com a história de milhares de famílias que migraram do Rio Grande do Sul, especialmente a partir das décadas de 1940 e 1950, com destino ao estado catarinense.
Tradições
Na bagagem, trouxeram as tradições associativistas, já eminentes na terra natal, ainda que com receios em relação a algumas experiências não bem-sucedidas em solo gaúcho. A chegada a Santa Catarina, prometia uma vida nova não apenas para os migrantes, mas também uma oportunidade para a disseminação da cooperação.
1957
Uma das primeiras oportunidades de colocar em prática a ideia do cooperativismo foi em 1957, quando o Banco do Brasil, que visava implantar a Política Nacional de Trigo, ajudou a criar, junto com a extensão rural, a primeira cooperativa agropecuária de Chapecó – SC: Cooperativa Tritícola d’Oeste Ltda. Ela fomentou o plantio de trigo entre os produtores rurais e garantia a compra.
No entanto, já no primeiro ano, as dificuldades foram muitas devido ao excesso de chuvas, que dizimou as lavouras da região. Além do desânimo, ficaram muitas contas para pagar. Em alguns anos a cooperativa foi desativada e o cooperativismo ficou desacreditado.
Confiança
Ainda assim, algumas pessoas viam na cooperação a única forma de retomar a confiança dos agricultores e começar um projeto que realmente pudesse resolver os problemas destes. Depois de muito estudo, Setembrino Victorino Zanchet, então gerente do Banco do Brasil, convenceu o comerciante Aury Luiz Bodanese a presidir uma nova cooperativa: Cooperativa Agropastoril de Chapecó Ltda. – Cooperchapecó.
Ele aceita a proposta e, no dia 29 de outubro de 1967, juntos lideraram mais 37 agricultores na fundação da nova instituição. Naquele momento, um dos principais objetivos era garantir a venda da safra e fugir da exploração de alguns comerciantes que compravam a produção dos agropecuaristas e muitas vezes não os pagavam.
Primeira sede
A primeira sede da cooperativa foi junto aos silos da Companhia Brasileira de Armazenagem – Cibrazem (ao lado da rodroviária). Nesse local, foi recebida a safra de trigo dos associados. No início de 1968, a Cooperchapecó alugou uma sala no centro da cidade, permanecendo lá até outubro de 1970, quando inaugurou sua sede própria, na Rua Fernando Machado, onde se encontra a matriz até hoje.
Primeira filial
Em 1968 criou sua primeira filial (Alto da Serra, Chapecó), e nos anos seguintes inúmeras foram abertas. Em 1969, a Cooperchapecó foi uma das idealizadoras da Aurora Coop, que até hoje é responsável pela industrialização da produção pecuária (aves, suínos e leite) dos associados das atuais 14 cooperativas filiadas, inclusive da Cooperalfa, que hoje detém cerca de 23% do seu capital social.
União
Em 1974, a Cooperchapecó se une à Cooperxaxiense, da vizinha cidade Xaxim, e formam a Cooperalfa, desde então a maior cooperativa agropecuária de Santa Catarina. Após essa união, aconteceram outras incorporações, com destaque para a Cooper São Miguel, no extremo Oeste Catarinense (2000), que também levou a Alfa para o Paraná, e a Coopercanoinhas, no planalto Norte de Santa Catarina (2003). Em 2014 a expansão levou a cooperativa para o Mato Grosso do Sul e, em 2017, para o Rio Grande do Sul.
Milho
Outro marco na história da Cooperalfa foi a entrada na atividade industrial, em 1979, com uma indústria de milho (atual indústria de trigo) e, alguns anos depois, a indústria de soja, o que possibilitou agregar mais valor a produção dos associados e contribuiu expressivamente na sustentabilidade econômica da cooperativa.
Equilíbrio
A equipe técnica busca e dissemina informações que promovem uma agricultura e pecuária com equilíbrio social, econômico e ambiental. São cerca de 300 técnicos, engenheiros agrônomos e veterinários trabalhando diretamente com os associados. Nas áreas de compra e venda, a Cooperalfa tornou-se balizadora de mercado, praticando preços justos e honrando os compromissos assumidos. Promove ainda o desenvolvimento humano, através da educação cooperativista, envolvendo em seus treinamentos, cursos e eventos, mais de 50 mil pessoas todos os anos, tanto de colaboradores quanto de famílias associadas.
Agronegócio
Com a missão de gerar valor ao agronegócio por meio da cooperação, a Cooperalfa atua nos seguintes segmentos: compra da produção agropecuária de seus associados: milho, soja, trigo e feijão; fábricas de ração (03 unid.); indústrias de trigo, soja e milho (04); industrialização de suínos, aves e leite através da Aurora Coop; rede de supermercados – Superalfa (54 unid.); Unidades de Beneficiamento de Sementes – UBS (3 unid.); Granjas Multiplicadoras de Suínos (3 unid.); pontos de recebimento e armazenagem de grãos (75 unid.);lojas agropecuárias (102 unid.) e postos de combustíveis (2 unid.)
A Cooperalfa iniciou o mês de outubro de 2024 com 22.907 famílias associadas (mais de 60% das famílias se dedicam à agropecuária familiar) e 4.270 colaboradores. Possui 185 CNPJs, atua com filiais ou alguma estrutura em 95 municípios dos estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, além de possuir associados em cerca de 280 municípios brasileiros.
Diretoria:
Romeo Bet, Presidente; Cládis Furlanetto, 1º vice-presidente; Edilamar Wans, 2º vice-presidente, Admir A. Teston, Conselheiro; Ademir Casaril, Conselheiro; Alcione Scarotti, Conselheiro; Arlindo Heberle, Conselheiro; Francisco Sedosvki, Conselheiro; Gilberto José Ody, Conselheiro e Fernando Bernardi, Conselheiro.