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Saúde

‘Olho seco’: doença é ainda mais prevalente no inverno mas pode ser prevenida

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Higienização adequada e compressas aliviam 90% dos sintomas
André Hermes Agnoletto
Por Izabel Seehaber
Foto Divulgação

O inverno, estimado por algumas pessoas e considerado um “vilão” para outras, pode sinalizar que alguns cuidados da saúde merecem uma atenção especial. Além dos aspectos relacionados ao bem-estar pulmonar, por exemplo, outra área que precisa ser observada é a saúde ocular.

Isso porque a estação mais fria do ano, pode contribuir para problemas como o denominado ‘olho seco’. “Nesse ano, principalmente, em que as temperaturas estão ainda mais baixas na região, temos a exacerbação de algumas doenças, sendo o ‘olho seco’, a principal”, explica o médico oftalmologista de Erechim, André Hermes Agnoletto.

Segundo o especialista, nessa época do ano o problema costuma piorar, devido a fatores como: temperatura, sendo que o frio faz com que as glândulas do nosso olho fiquem em estado sólido ao invés de líquido – uma espécie de óleo que temos na glândula Meibomio, a qual fica ressecada e não funciona da maneira adequada. “Com isso, a nossa glândula evapora de uma maneira mais rápida e gera mais sintomas. Entre eles está: mais sensibilidade na região dos olhos, como se tivesse areia; sensibilidade ao vento – o que leva a um lacrimejamento excessivo; vermelhidão e inflamação (a borda dos cílios fica mais avermelhada, também chamamos de terçol)”, pontua.

Fatores relacionados

André salienta que, nessa fase costuma aumentar expressivamente esse problema em razão do uso da água fria. “Muitas vezes a higiene das pálpebras não é feita na forma adequada, o que faz com que as glândulas fiquem sólidas e não ocorre a lubrificação adequada do olho”, reforça.

Alergias oculares

De acordo com o médico de Erechim, as alergias oculares têm uma relação muito próxima com a troca de temperatura e não somente com o frio. “Então, em um dia que temos uma mudança em torno de 10 graus, como temos percebido nesses dias, é possível que haja uma exacerbação das alergias, tanto oculares como as relacionadas a faringe, como rinites e sinusites. Com isso, surgem as coceiras no olho e até a conjuntivite”, acrescenta.

Prevenção

Levando em conta que os sintomas são bem desconfortáveis, a boa notícia é que também é possível prevenir. “A principal forma de evitarmos tais problemas que se acentuam no inverno, é realizar a higienização adequada da região dos olhos, com sabonete neutro, de glicerina ou de bebê. O indicado é que isso seja feito em média, duas vezes ao dia, com água morna e não quente que pode machucar a face. A sugestão é que aconteça durante o próprio banho ou na pia do banheiro se tiver água morna. Muitas vezes acabamos esquecendo desse cuidado específico”, observa o oftalmologista.

Outra dica, conforme o médico, é fazer compressas mornas, se houver irritação nos olhos. “A higienização apropriada e as compressas, aliviam 90% dos sintomas da blefarite – inflamação não contagiosa nas pálpebras”, alerta, citando que, se tivermos uma rinite que não for tratada, mas fizermos o acompanhamento da conjuntivite alérgica ou do próprio ceratocone, que as vezes pode ter relação com a alergia ocular, o tratamento pode não fica adequado. “Sendo assim, além do monitoramento da saúde ocular, seria interessante buscar orientações com um otorrinolaringologista, que cuida nessa parte da cavidade nasal, da garganta e tudo mais”, orienta André.

Riscos caso não haja tratamento

A principal consequência, se o olho seco não for tratado, é que o problema pode se tornar crônico. “Se ocorreu nesse ano, por exemplo, pode voltar a acontecer em outros momentos, e com isso, de tanto as glândulas não funcionarem como previsto, elas atrofiam”, explica.

Do mesmo modo, o especialista pondera que o olho seco crônico depende de colírio para lubrificação, o que não representa é que um olho sem lágrima. “Pode ser um olho que lacrima o dia todo, por exemplo, contudo, é um olho seco evaporativo – a lágrima não possui a consistência adequada. O nosso cérebro entende que não é adequada e por isso, são produzidas mais lágrimas”, relata.

Esse problema também pode surgir com o tempo, principalmente em períodos como a menopausa, andropausa. Isso porque, com a baixa hormonal, tanto do homem, como da mulher, pode ocorrer também essa baixa de lubrificação do olho.

Tratamento precoce

O olho seco pode causar lesões na córnea e, por sua vez, a diminuição da sensibilidade do olho. Sendo assim, quanto antes iniciados os cuidados e, caso necessário, o tratamento, muitas complicações podem ser evitadas.

Ainda estamos em pandemia, redobre os cuidados!

Nesse período da pandemia, com indicadores mais baixos de casos ativos e internações, a maioria das pessoas está buscando mais atendimentos, contudo, vale ressaltar que os cuidados são essenciais. “Muitas ficaram bastante tempo em casa e agora pretendem atualizar as consultas e exames. Isso é importante mas requer uma atenção, inclusive na escolha de horários de menos pico nos consultórios, como por exemplo, metade da manhã ou tarde”, indica o médico que concede, ainda, mais algumas dicas:

* O ideal é que seja feito contato com a recepção do consultório para saber se há um fluxo expressivo de pessoas;

* Evitem trazer muitos acompanhantes – somente um se for necessário.

* Se os pacientes têm uma pré-disposição a problemas cardíacos, pulmonares, entre outros, que não deixem de se vacinar;

“Tanto aqui na Clínica de Olhos, como no Centro Hospitalar Santa Mônica, seguimos todos os cuidados, porém, é essencial que todos façam a sua parte”, reitera o oftalmologista.

 

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