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Saúde

“Não podemos deixar que o medo interfira nas decisões clínicas”

A secretária de Saúde de Erechim, Eclesan Palhão, que já teve covid, solicita que os infectados pelo vírus confiem nos profissionais de saúde e respeitem a quarentena de 14 dias

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Secretária de Saúde de Erechim, Eclesan Palhão: “Eu sou enfermeira e entendo que quando temos a doen
Por Rodrigo Finardi
Foto Rodrigo Finardi

O profissional de saúde (médicos, técnicos e enfermeiras) tem a formação para lidar com os sintomas da covid-19. As pessoas, que não detém esse conhecimento, tomadas pelo medo, reagem de forma contrária quando diagnosticadas com o vírus e passam a questionar alguns procedimentos. E essa desinformação, acaba sendo uma mola propulsora para espalhar mais a doença.

“Fiquem em casa”

Conversei com a secretária de Saúde de Erechim, Eclesan Palhão, que relata sua experiência quando contraiu a covid e como é o dia a dia na secretaria, sobre a pandemia, e faz um apelo para os que tem a doença: “fiquem em casa”.  

“O paciente é orientado em qual sinal clínico precisa retornar”          

Segundo Eclesan, “as pacientes irão ter sinais dos sintomas. Eu fui uma pessoa que peguei a doença. Tive febre, dor nas costas, diarreia, canseira. Eu tive tudo e uma fase bem ruim. Mas eu precisei estar isolada em casa. O paciente é orientado em qual é o sinal clínico para retornar. Se eu não fosse uma pessoa conhecedora, talvez tivesse me apavorado e procurado hospital, unidades de saúde, umas três ou quatro vezes no período de 14 dias de isolamento”, relata a enfermeira.

“Pacientes medicados e orientados precisam se isolar”

Fala sobre o tratamento e a importância de se isolar, para o vírus não se espalhar: “Paciente medicado, saturando bem e orientados precisam se isolar. Ir no Pronto-Socorro, na UBS, ir fazer outro exame em laboratório não é necessário. Desta forma as pessoas estão caminhando, se deslocando e disseminando a doença. E talvez passe o vírus para alguém que possa ter seu quadro agravado e precise de um leito de UTI que não tem hoje”, salienta.

“Eu tive medo”

Segue o relato, e tenta mostrar a importância de as pessoas acreditarem no diagnóstico: “Eu sou enfermeira e entendo que quando temos a doença, temos medo. Eu tive medo. Mas não podemos deixar que o medo interfira nas decisões clínicas. Isso é difícil de ser entendido pelo paciente, que é leigo, é compreensível”.  

“Não existe remédio que cure a covid”

Eclesan faz um chamamento às pessoas, para que esse momento crítico que estamos atravessando, seja o menos traumático possível: “Vamos ouvir muitas coisas tipo ‘me deram um paracetamol e me mandaram para casa’. Pois é, mas não existe remédio que cure a covid. É os infectados passarem esses 14 dias em isolamento. Essa é a dificuldade de entendimento, e ninguém é obrigado a entender isso. Precisamos clarear isso paras as pessoas, pois caso contrário será um ‘um Deus nos acuda’ desse pessoal contaminado andando em tudo que é lugar. É importante que tenham consciência disso e estamos aqui para informar as dúvidas”, finaliza a secretária.

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Santa terá mais de 80 leitos clínicos e 24 vagas na UTI covid

O crescimento galopante dos casos de covid, em Erechim e região necessita intervenções e ações diárias dos homens públicos frente a demanda. O prefeito de Erechim, que também é presidente da AMAU, Paulo Polis, tem bem presente essas dificuldades.

O questionamento

Perguntei ao prefeito, com a situação de esgotamento dos hospitais, se existe a possibilidade de se buscar um local alternativo para pacientes clínicos da covid, que não necessitam de UTI, já que a preocupação, cada vez mais toma conta das pessoas.

Reforço de atendimento na UPA

Polis disse que esta preocupação é pertinente: “desde a segunda-feira (1º) estamos atrás de alternativas e encontramos uma que nos dará um grande suporte no combate a pandemia. Iremos reforçar o atendimento na UPA para o primeiro atendimento, e nessa triagem, os com sintomas mais leves, medicar e encaminhar para casa, para iniciar o isolamento”.

Mais leitos no hospital público

De acordo com o prefeito, “hoje temos 29 leitos clínicos na Fundação Hospitalar Santa Terezinha. Iremos ter mais de 80 leitos. Praticamente metade do hospital ficará só para atendimento da covid. Com relação as UTIs, estávamos com 10, passamos para 15 e até sexta-feira serão mais três, chegando a 18 no Santa. E na próxima serão mais seis leitos. Assim, passaremos de 10 para 24 leitos de UTI”.

Salas do bloco cirúrgico como reserva

A preocupação é com o aumento dos casos. E por isso outras medidas estão sendo tomadas: “Iremos ficar com uma reserva e se necessário iremos usar as salas do bloco cirúrgico do hospital. Estamos trabalhando muito forte, de forma atenta e monitorando a cada dia os números. E temos a possiblidade de comprar mais leitos no Hospital de Caridade. É uma reserva bem razoável nesse momento.

 

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74% de aumento na busca por cestas básicas

A secretária de Assistência Social de Erechim, Clarice Moraes, afirma que todas as solicitações que chegam nos CRAS, sobre pedidos de cestas básicas, são atendidas: “Não deixaremos ninguém sem e são com os recursos da secretaria. O auxílio que veio do governo federal já não tem mais desde novembro. Repasse dos meses normais era em média de 250 cestas. Em fevereiro foram 435 cestas distribuídas”, finaliza.

 

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As questões legais que envolvem o Castelinho

O secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Erechim, Neidmar Alves, por ter trabalhado como diretor na gestão passada, conhece muito bem o projeto de recuperação e ocupação do Castelinho apresentado na última segunda-feira: “tenho a incumbência de buscar recursos para colocá-lo em funcionamento”.  Neidmar é da área, conhece os caminhos, o que aumenta sua responsabilidade. Cabe frisar que um orçamento público tem rubricas específicas, logo, o que é para uma determinada área, por questões legais, tem que ser investida nesse segmento. Não é possível, retirar recursos da cultura e colocar na saúde, por exemplo, nem que os gestores queiram. Outra questão importante, que na parte inicial do restauro o município entrará com recursos, porém quando for aberto à comunidade, o plano prevê que não se use dinheiro público.

 

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