Em plena pandemia e uma economia quase em recessão, a Petrobras anunciou, nesta semana, um aumento de 5,5% no valor do botijão de 13 quilos nas refinarias. O mês de dezembro mal iniciou e lá vem mais um reajuste para ser digerido pelo brasileiro, já que a conta de luz do mês de dezembro terá bandeira vermelha 2, a tarifa mais cara. Conforme o responsável técnico de uma revenda de gás de Erechim, Maico Roberto Moura, no fim de semana o gás já terá um preço novo.

A companhia que eles compram o gás repassou o reajuste a meia-noite desta sexta-feira (4), depois do fechamento desta matéria, mas ele não soube dizer qual seria o valor que o gás iria ficar e nem o percentual a ser reajustado. “Sábado vai ter preço novo”, disse. E, acrescenta, “na refinaria vai ter um aumento e as distribuidoras repassaram ainda um outro reajuste”.

Ele ressalta que já tem programado mais um aumento para o dia 15 de dezembro, e que entre o mês de maio e dezembro a Petrobras e as companhias de gás reajustaram 10 vezes o preço do botijão de gás de 13 kg, resultando num aumento de 51,26%. Hoje, na portaria, o gás de cozinha está R$ 85 e com taxa de entrega mais R$ 5.

No entanto, Maico explica que o reajuste não resulta, necessariamente, em mais ganhos para a revenda. “A nossa margem de lucro está muito ruim, e com esses valores a gente empata as contas, porque não estamos conseguindo repassar os aumentos. Todos os reajustes, deste ano, diminuíram a nossa margem de lucro, porque foram absorvidos pela empresa”, disse.

Segundo Maicon, essa situação está inviabilizando o negócio e o que segura a empresa aberta é a assistência técnica, a prestação de serviços. “É o que nos segura de pé”, diz. E, acrecenta, “eu tinha uma empresa de gás e fechei, vim fazer manutenção de equipamentos porque não estava sendo mais rentável”.

O responsável técnico comenta que algumas análises mostram que o objetivo da Petrobras é equiparar o preço do gás brasileiro com o internacional. A ideia é chegar a 10% do salário mínimo, em torno de R$ 100 a R$ 110 o botijão de 13 kg.

Hoje, Maico explica que o Brasil tem seis engarrafadoras de gás, e essas empresas balizam o processo de preço do gás. A Petrobras vende o gás de cozinha para as engarrafadoras que, praticamente, não tem concorrência entre elas. Para se ter uma ideia, o país vizinho, Argentina, tem mais de 100 engarrafadoras, nos EUA passam de 2200 e no México são em torno de 1800 engarrafadores.