O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela em sua última atualização que, em 2016, os 33.324 trabalhadores erechinenses assalariados recebiam, em média, 2,6 salários mínimos mensais - o equivalente, no período, a R$ 2.288,00, colocando o município na posição 86 entre as melhores remunerações médias do RS. Considerados os mais de 5,5 mil municípios do Brasil, Erechim aparece no 419º lugar.
A média salarial mais alta paga no RS, em 2016, foi registrada em Triunfo, com 5,5; já a mais baixa foi encontrada em Caraá: 1,4 salário.
No país, Canindé de São Francisco/SE registrou a melhor marca: 11,6 salários (pagos aos 10,6% do total da população ocupada). Acopiara/CE, teve o mais baixo índice: 0,7.
O vencimento médio pago em Erechim, conforme apuração do Jornal Bom Dia, se mantém estável há quase uma década – entre R$ 2,7 mil e R$ 2,4 mil.
Taxa de ocupação
As estatísticas trazidas pelo IBGE também mostram que 40,3% da população de Erechim estava ocupada em 2016 (40ª posição no ranking estadual) - taxa de ocupação quatro vezes mais alta, por exemplo, do que a registrada na ‘campeã’ salarial do país, Canindé São Francisco e 3% acima do registrado em Triunfo.
Mais de 5,4 mil empresas
O mesmo estudo, disponível na aba ‘Trabalho e Rendimento’, mostra que, em 2016, Erechim contava com 5.434 empresas atuantes de diversos tamanhos e segmentos. O que, numa conta rápida, significaria que cada uma empregava, em média, seis pessoas.
Chama a atenção, porém, que o número disponibilizado pelo IBGE mostra que de 2010 para cá há um saldo negativo de 208 empresas (decréscimo de quase 4%), uma vez que em 2010, quando foi registrado o pico da série histórica recente, Erechim registrava 5.642 empresas atuantes que empregavam 37.680 trabalhadores, com vencimentos mensais de 2,4 salários.
Saiba mais:
- O vencimento médio mensal do erechinense contrasta com o PIB per capita da cidade (calculado a partir do Produto Interno Bruto gerado no município dividido pelo total de habitantes), que no mesmo ano de 2016 foi de R$ 43.052,17, o que daria R$ 3.587,68 por cabeça/mês.
- Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, Fábio Adamczuk, em relação à categoria, o piso salarial da metalurgia (via negociação convenção coletiva) está em R$ 1.390,75 – quase metade do salário médio do erechinense. Adamczuk, porém, esclarece que, no geral, pela especificidade do trabalho, há trabalhadores do setor que recebem acima de 2,6 salários.
- Em nenhum momento, desde 2008, o trabalhador erechinense recebeu, na média, mais de 2,7 salários mínimos/mês. Interessante observar, também, que as melhores médias salariais foram registradas quando o número de pessoas empregadas era o mais baixo da série histórica (2008 e 2016, respectivamente - conforme mostra o quadro ao lado).
- O técnico em informática e trabalhador autônomo, Cleverson Colpani, 38, tem renda mensal variável, mas recebe acima da média de 2,6 salários; ganhos que investe na escola da filha de sete anos e nos custos básicos da casa. O que sobra, divide entre a poupança, viagens com a família e lazer.
- Para quem gosta de comparar Erechim com Passo Fundo e Chapecó/SC, em termos de média salarial, os vizinhos pagaram, em 2016, 2,7 salários. Passo Fundo tem 9,7 mil empresas atuantes (com 57,2 mil trabalhadores assalariados) e os catarinenses 9,2 mil empresas, que empregam 76,2 mil pessoas.
- O ano é novo, mas as contas que aparecem em janeiro são quase sempre as mesmas. E as dificuldades em pagá-las, também. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) somente 9% dos brasileiros afirmam ter condições de pagar as despesas sazonais do início de ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e material escolar, sem recorrer a outras fontes que não seja o próprio salário – especialmente, se ele girar em 2,6 ao mês.