O comércio varejista deve movimentar R$ 3,27 bilhões em vendas durante as promoções da Black Friday deste ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O mês de novembro para o varejo brasileiro, até 2010, era considerado fraco pelos varejistas. A partir da difusão da Black Friday, o mês que antecede o Natal passou a apresentar todos os anos, desde então, um pico de vendas, consolidando o "evento", que neste ano se dará nesta sexta-feira, dia 23.
As promoções da data passaram a fazer diferença no varejo principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, utilidades domésticas, móveis, eletrodomésticos, livrarias e papelarias. Em 2010, o varejo movimentou R$ 1,88 bilhão na data. Nos anos seguintes, mais setores passaram a aderir às promoções, ampliando as opções de desconto para os consumidores.
Para Paulo Cesar Taglieber, gerente da loja Becker em Erechim, sempre há uma expectativa positiva com o evento da Black Friday. “São ações visam incentivar o cliente a efetuar compras em um final de mês, mas nesse caso visando um preço mais atrativo e de certa forma uma antecipação de compra”, pondera o gerente.
Paulo salienta ainda que através desta promoção, busca-se criar um clima de festa onde o maior foco é o preço baixo. “É importante que o cliente fique atento a descontos reais. É uma promoção muito importante, pois visa incrementar as vendas e fazer um ótimo fechamento de mês”, acrescenta Paulo.
De acordo com o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, ainda falta engajamento das lojas de roupa. "A Black Friday vem ganhando volume ano a ano, porque alguns setores do varejo demoraram um pouco para embarcar nas promoções da data. As vendas cresceram mais naqueles segmentos em que o varejo eletrônico é um pouco mais forte. O varejo de vestuário até está online, mas é muito pulverizado", explicou.
Alerta do Procon
O diretor do Procon Erechim, Edson Machado da Silva, alerta que ao buscar ofertas na Black Friday, o consumidor não deve, primeiramente, comprometer o orçamento, somente comprar o necessário. “Mas se sobrou um dinheiro, tem uma poupança, ou até mesmo vai sobrar dinheiro do 13º salário e o objetivo é investir em algumas compras no ramo do vestuário ou em eletro-eletrônicos, deve sim pesquisar se o produto não está sendo vendido pela "metade do dobro" (significa que consumidores muitas vezes ficam tão empolgados que não prestam atenção para ver que estão comprando produtos com 50% de desconto, mas calculados sobre o dobro do preço original) isso não é black friday e sim "black fraude", destaca ele.
“Visitar diversas lojas torna-se importante, pois o mesmo produto pode estar com valores diferentes de uma loja para outra. Conversar com o vendedor ou com o gerente se ele pode fazer um melhor preço. Outra informação é não comprar produtos lançados na Black Friday. Tratando-se de produto de lançamento, você não tem meios de aferir se realmente algum desconto está sendo concedido e se ele vale a pena”, amplia Machado.
Ainda de acordo com ele, mesmo com o monitoramento de preços que vem sendo realizado pelos Procons de todo Brasil, maquiagens de preços podem ocorrer também neste ano. “Por isso, recomenda-se evitar compras por impulso e realizar pesquisa ampla. O consumidor deve adquirir apenas aquilo que realmente precisa, evitando compras por impulso que possam levar ao superendividamento. Comprar a vista sempre é mais conveniente, mas se for parcelar, que estas parcelas não sejam tão longas. Outra coisa que o consumidor deve ficar atento é que, antes do Natal, quando a demanda dos consumidores e a expectativa de vendas dos lojistas estão altas, a tendência não é a concessão de descontos e nem a liquidação dos estoques”, completa o diretor do Procon Erechim.
Fique de olho
Para quem está querendo aproveitar as promoções, Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), diz que novembro já não é o melhor mês para garimpar preços. Segundo ela, a pesquisa feita hoje já está muito comprometida, pois nessa época os preços podem ter sido artificialmente elevados para simular descontos.
Porém, de acordo com a economista, para quem se planejou com antecedência, a Black Friday pode ser uma boa oportunidade de negócios. Sem o monitoramento de preços prévios, no entanto, é difícil fazer bons negócios.
Ione Amorim acrescenta, ainda, que o efeito manada na hora das compras pode levar o consumidor ao sentimento de "estar perdendo alguma coisa", o que resulta em compras por impulso: "Muitas vezes a pessoa está comprando algo que ela não tem nenhuma necessidade, mas ela foi psicologicamente estimulada." (Com informações da CNDL e Estadão Conteúdo).
15%
Aumento nas vendas da Black Friday segundo estimativa da E-bit, empresa que divulga dados sobre o comércio eletrônico no país
Os produtos mais visados pelos consumidores na Black Friday
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> 39% - eletrônicos
>>>>>>>>>>>>>>>>> 33% - eletrodomésticos
>>>>>>>>>>>>> 25% - telefonia e celular
>>>>>>>>>>> 24% - informática
>>>>>>>> 19% - moda
>>>>>> 18% - cosméticos
Para fazer bons negócios
- Saiba qual seu orçamento e a disponibilidade para gastar
- Faça uma lista das necessidades, enumerando as prioridades
- Pesquise preços previamente para verificar a atratividade dos descontos
- Pesquise a reputação das lojas antes de fechar a compra
Dica do Procon Erechim para compras on-line
Ao fazer compras de forma on-line, o consumidor deve procurar informações sobre o site. Saber se ele é falso ou não. A Ebit (ebit.com.br/lojas-irregulares) e o Buscapé (buscape.com.br/lojas-nao-recomendadas) também divulgam sites não recomendados. Ao acessar cada um deles, tecle Ctrl+F no teclado para abrir a caixa de pesquisa e digite o nome da loja para ver se ela integra a lista negra. Assim você verifica se a conexão é segura.