Em decorrência da greve dos transportadores, que reivindicam queda nos preços do Diesel entre outras demandas, o sistema produtivo no campo está entrando em colapso. Não se tem dimensão de quanto leite já foi posto fora pelos produtores de vários estados nesses cinco dias
O sistema Alfa/Aurora está impossibilitado, nesse momento, de reabrir a unidade de leite de Pinhalzinho - SC, pois faltam insumos para a operação industrial, travados nas estradas. Receber o leite na fábrica? Também não é sensato, pois não há espaço para esse produto e o mesmo teria que ser jogado nos ralos. “Menos mal”, disse agora há pouco o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet, “que aves e suínos têm o mínimo para se alimentar e isso se deve ao bom senso de parte do movimento grevista”.
É impossível contabilizar o prejuízo para a classe agricultora, para as indústrias, o comércio e serviços, em que pese o fato de os caminhoneiros também terem seus direitos que, no fundo, são de toda a sociedade. “O problema é muito grave e a paralização chegou ao seu limite”, avalia Bet.
Nesta segunda-feira, dia 28 de maio, às 7h45, a diretoria Executiva da Cooperalfa vai se reunir em Chapecó, para avaliar os impactos e, junto com a Aurora Alimentos, tentar alguma orientação plausível “se bem que, estamos de mãos amarradas”, disse Bet. “Se, nem as autoridades constituídas não se fizeram respeitar ao emitir decretos, quem somos nós para resolver uma situação que fugiu do controle e até da racionalidade”, ponderou o líder cooperativo. “Irmos pra rua vai encaminhar alguma solução?” Bet fez várias declarações na imprensa durante a semana, de que a responsabilidade final por esse caos que se aproxima, é de quem deveria ter agido antes e nada fez, no caso, instâncias da Esfera Federal. Para Romeo Bet, “o país perdeu de vez o rumo e quem lidera a nação não tem moral para a gestão desta gravíssima crise”.