Americanos
Três quinzenas se passaram desde que Donald Trump assumiu novamente a Casa Branca. Por lá já se vê muito trabalho e muito barulho. Não se pode negar. E as atitudes? Ainda que sejam chocantes, será que há quem se sinta surpreso com elas?
America Great Again
Há muitos exageros na política de Trump. Aliás, exagero foi sempre uma marca registrada desse político. Não é verdade? Poucas pessoas no planeta conseguem personificar a soberba tão bem quanto ele. Não precisa nem falar. Basta fazer suas tradicionais caretas. A linguagem não verbal fala por si. É um sujeito que tem pouco de humano mas muito de ser. Desta vez, parece estar com pressa em colocar em prática seus planos infalíveis para tornar a America Great Again. Respeitemos a democracia dos outros!
Unidade
Os americanos são assim. Fazem questão de ser diferentes. Não todos, é claro. As generalizações são sempre evitáveis. Mas vejamos as unidades de medida. Enquanto o mundo inteiro sofre com o calor medido em graus celsius, por lá a temperatura se mede em fahrenheit. Na hora de pesar, não usam quilos, usam libras. A altura é em pés e as distâncias, em milhas. Litros? Só na hora de medir os motores com mais de seis cilindros, mas o volume é em galões. Até no esporte eles inventaram diferenças. Enquanto o mundo inteiro joga futebol, eles jogam football, e ainda por cima chamam o nosso de soccer. E há quem queira ser como os americanos…
Ilhados
No comércio internacional a política de Trump parece ter uma só via. Por que razão haveria de ter outra? Trump joga com tarifas como se os Estados Unidos fossem o centro do universo. Tudo em nome da economia. Americana, é claro. Por certo que sempre que se muda um governo é preciso fazer ajustes. Veja o caso da Argentina. No entanto, o que vemos agora é uma enxurrada de medidas que parecem demonstrar um interesse em isolar o Estado americano do restante do planeta. Um movimento contrário à globalização. Seria protecionismo ou medo?
Política internacional
Por último – e não menos importante – vimos a visita de Zelensky à Casa Branca. Oportunidade que ocasionou aquela constrangedora entrevista, com direito a jornalista (amigo) perguntando sobre a razão de vestir ou não terno. Fato que parece ter mostrado bem a preocupação dos americanos para com o restante do planeta. Enquanto a Ucrânia luta há três anos para manter sua soberania, os americanos querem mesmo saber por que razões o presidente ucarniano não usa gravata. Será que é isso o que importa aos americanos? Que nos vistamos (também) como eles? Que ostentemos suas marcas? E a tal liberdade?
Até onde? Até quando?
Se os dois primeiros meses já foram tensos, o que podemos esperar do restante? Estarão os Estados Unidos criando situações de risco à toda a humanidade? Não sabemos. O que sei, e isso serve de exemplo para o Brasil, é que escolher um velho para presidir qualquer país é sempre um risco. Por quê? Porque os velhos, enquanto políticos, não tem nada a perder. Podem ser inconsequentes quando reeleitos. Não temem os reflexos de suas atitudes. E já que a legislação não os proíbe, cabe aos eleitores evitar que voltem à cena do crime. Sábio Geraldo!